Jadsa - Olho de Vidro

Multitalentosa, a baiana Jadsa é cantora, compositora, guitarrista e diretora musical. A artista acaba de lançar, nesta sexta-feira, 26 de Março, o seu álbum de estreia. Intitulado Olho de Vidro, o trabalho tem lançamento pelo selo Balaclava Records.

O registro, que já se encontra nas plataformas digitais, chega após a tríade de singles “A Ginga do Nêgo”, “Raio de Sol” e “Lian”. As faixas já davam um gostinho dos caminhos sonoros por onde Jadsa transita e, agora, ao longo das 14 faixas que compõem o disco, fica mais evidente a fusão de ritmos, estilos e referências da artista.

A narrativa do álbum passeia por momentos diversos que vão desde os mais intimistas, como em “Mergulho”, faixa que abre o álbum e convida ao salto na obra, até a dinâmica “Sem Edição”, que vem logo na sequência evocando Gal Costa e Tulipa Ruiz num rock repleto de groove e arranjos de vozes que remetem ao grande homenageado de Olho de Vidro, Itamar Assumpção.

Jadsa conta que Itamar, um dos ícones da Vanguarda Paulista, foi responsável por virar uma chavinha na sua cabeça e lhe abrir nossas possibilidades. Para ela, “a música, a imagem e a energia dele formam uma presença que é quase uma entidade” e homenageá-lo é, também, se posicionar artisticamente.

Escutando muito mais o som de Itamar, percebi que ele sempre está na beira (uma coincidência aqui é que a primeira música do meu EP ‘Godê’ é ‘Nabeira’). Ele beira o samba, beira o reggae, beira o rap – que na época nem existia -, beira o rock. Ele entra e sai dos estilos musicais como num mergulho.

Para mim não existe isso de ‘ter que fazer um pop, ter que fazer um rock’. Minhas músicas são minha cabeça, minhas criações, são o que eu vou cantar pra vida e não vou me forçar a nada. E Itamar pra mim é isso.

Jadsa e a construção de Olho de Vidro

O repertório de Olho de Vidro começou a ganhar forma em 2015, mas foi entre 2018 e 2019, período no qual Jadsa morou em São Paulo, que o álbum tomou corpo com novas inspirações e composições, e com a formação da banda que colaborou na criação de arranjos e a acompanha ao vivo.

Em seu álbum de estreia, a artista ainda flerta com ritmos como o samba e o reggae, sendo que uma característica marcante de sua música é utilizar o estilo “solto” do jazz, brincando com o tempo das músicas e fazendo todos os estilos coexistirem.

Penso no ‘Olho de Vidro’ como uma resistência. Quando se fala em música baiana, geralmente a primeira coisa que vem à mente é o axé e o pagode. A Bahia também é feita de roqueiros – muitos saíram daqui, inclusive. Quero mostrar este lado alternativo e subversivo baiano. Não em oposição a nenhum ritmo, mas uma coligação do rock com axé e dizer que a Bahia tem tudo isso.

Olho de Vidro tem produção musical de João Meirelles (BaianaSystem, Infusão) e contou com um time de peso nas participações especiais: Ana Frango Elétrico e Kiko Dinucci (ambos em “Raio de Sol”), Luiza Lian (em “Lian”), as cantoras e compositoras Josyara e Raíssa Lopes (Obinrin Trio), a tecladista Aline Falcão, o violoncelista Filipe Massumi e o baterista Sérgio Machado.

Na espinha dorsal do disco, Jadsa ainda contou com o baixista Caio Terra, a baterista Bianca Predieri, as cantoras Marcelle e Marina Melo e o percussionista Filipe Castro. O álbum foi gravado em 2019, no Red Bull Studios, em São Paulo.

Logo abaixo, você pode ouvir e se perder pelo ótimo Olho de Vidro na íntegra.

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