Tana Douglas, primeira mulher roadie do mundo
Foto via The Guardian

Não é de hoje que a indústria da música é predominantemente masculina, mas nos anos 70 isso era ainda mais evidente e pensar em uma mulher atuando como roadie era algo inimaginável. Até a chegada de Tana Douglas.

Com apenas 15 anos de idade, a australiana deu seus primeiros passos na indústria musical em 1973, meio “sem querer”. Sua amiga queria pegar uma carona com os membros de uma banda chamada Fox e, enquanto os caras que trabalhavam para o grupo estavam demorando para guardar tudo e colocar na van, Tana se agilizou e fez um trabalho melhor do que os roadies. Acabou contratada.

Algum tempo depois, ela ganhou notoriedade ao trabalhar com o AC/DC — tão bem que chegou a morar com a banda, por ordem do empresário Michael Browning. Ela conta tudo isso em um novo livro, intitulado Loud: A Life in Rock’n’Roll by the World’s First Female Roadie (Alto Volume: Uma Vida no Rock’n’Roll pela Primeira Mulher Roadie do Mundo), mas também falou sobre o tema em entrevista ao The Guardian.

Um dos detalhes mais interessantes de sua fala ao jornal inglês é quando ela explica como as pessoas da cena eram extremamente jovens:

 Nós estávamos tocando shows em pubs fingindo ser adultos, dirigindo com ou sem carteiras de motorista. Crescer não era algo que era prioridade — só assumíamos que ia acontecer em algum momento no meio do caminho.

Tana Douglas

De fato, antes mesmo dos 21 anos de idade, ela já havia trabalhado com nomes como Carlos Santana, Status Quo e Iggy Pop, inclusive em turnês internacionais. No futuro, ela ainda fez parte da equipe de bandas como The PoliceElton John, Lenny Kravitz e muito mais.

O fato de ser mulher, ela conta, não era exatamente um problema — mas algo de que ela deveria estar sempre ciente ao falar com outras pessoas, em especial com os homens. Nas palavras de Douglas:

Eu muito rapidamente me tornei uma chefe de equipe e ficava encarregada de pessoas de departamentos diferentes. Mas você tem que ser mais cuidadosa, porque nem todo homem quer ter uma mulher lhe dizendo o que fazer. Eu percebi que há formas diferentes de propor uma situação que fariam ela funcionar, tipo, ‘Por que não tentamos isso?’ ao invés de dar ordens.

Ainda assim, quando engravidou, Tana não se sentiu confortável para falar sobre isso e manteve tudo em segredo — inclusive o filho, que acabou tendo sua guarda disputada pela mãe da roadie, em um dos capítulos mais tristes de sua biografia. Ela, no entanto, descreve toda essa situação dolorosa como “uma grande parte do estilo de vida” dos roadies.

Na obra, ela ainda conta alguns absurdos que fez durante seu tempo mais jovem, como fazer apostas sobre quem poderia ficar mais tempo pendurado em um corrimão de uma balsa quando estava viajando com Iggy Pop, ou como quando cheirou cocaína durante uma visita com Elton John ao Castelo de Windsor, residência da família real britânica.

Você pode comprar o livro de Tana (em inglês, mas sem impostos de importação) por aqui e conferir a reportagem original completa, também em inglês, neste link.

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