Arnold Schwarzenegger com a espada de Conan

Arnold Schwarzenegger publicou um vídeo falando a respeito da invasão ao Capitólio na última semana.

O ator que já foi governador da Califórnia compartilhou a mensagem em suas redes sociais e, por lá, comparou o ato violento dos apoiadores de Donald Trump, em sua maioria homens brancos, ao Nazismo.

Mais especificamente, Schwarzenegger disse que a invasão ao prédio federal dos EUA que resultou em 5 mortes foi semelhante à “Kristallnacht”, ou “Noite dos Cristais”, um dos episódios mais tristes da história.

Naquela noite de 1938, civis e paramilitares tiveram o povo judeu como alvo e destruíram diversas de suas casas, hospitais e escolas, quebrando fachadas, incendiando sinagogas e danificando seriamente lojas e pontos comerciais de donos judeus.

O nome de “Noite dos Cristais” foi dado pela quantidade imensa de pedaços de vidros deixados nas ruas após portas e janelas de propriedades de judeus terem sido completamente destruídas.

A partir desse triste dia, o governo alemão passou a colocar em prática seus planos de segregação, e muitos historiadores enxergam o episódio como o pontapé inicial para o que Hitler e seus aliados chamavam de “Solução Final”, ou o genocídio do povo judaico em territórios alemães.

Arnold Schwarzenegger fala sobre Donald Trump

Nascido na Áustria pouco tempo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Arnold disse a respeito do que aconteceu em Washington, D.C.:

Como um imigrante nesse país eu queria dizer algumas palavras aos meus colegas americanos e para as pessoas ao redor do mundo.

Eu cresci na Áustria. Conheço bem a Kristallnacht, ou a Noite dos Cristais Quebrados. Foi uma noite de violência contra os judeus conduzida em 1938 pelo equivalente nazista dos Proud Boys [grupo neonazista norte-americano que apoia Donald Trump e já recebeu sinalizações de apoio do presidente dos EUA].

Na Quarta-feira tivemos a Noite dos Cristais aqui nos Estados Unidos. Os cristais quebrados vieram das janelas do Capitólio. Mas a gangue não apenas quebrou as janelas do Capitólio. Eles também partiram os ideais que sempre tomamos como certos. Eles não apenas quebraram as portas do prédio que abriga a democracia americana. Eles passaram por cima dos princípios sobre os quais o nosso país foi fundado.

Eu cresci nas ruínas de um país que sofreu a perda da sua democracia. Eu nasci em 1947, dois aos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Crescendo, eu estive cercado de homens partidos que bebiam para tentar esquecer a culpa de terem participado do regime mais terrível da história.

Nem todos eles eram antissemitas ou nazistas fervorosos. Vários apenas entraram na onda, passo a passo, se juntando no caminho. Eram pessoas comuns, vizinhos.

Eu nunca compartilhei isso publicamente porque é uma lembrança dolorosa. Mas o meu pai chegava em casa bêbado uma ou duas vezes por semana e gritava e batia na gente, assustando a minha mãe. Eu não colocava toda a responsabilidade em cima dele porque o nosso vizinho estava fazendo exatamente a mesma coisa com a sua família. E o outro vizinho também.

Eu ouvi com os meus próprios ouvidos e vi com meus próprios olhos. Eles tinham dores físicas por causa dos estilhaços em seus corpos e dores emocionais por terem visto o que viram.

Tudo começou com mentiras, mentiras, mentiras e intolerância. Sendo da Europa, eu vi em primeira mão como as coisas podem fugir do controle.

Eu sei que há um medo nesse país e em todo o resto do mundo de que algo assim poderia acontecer aqui. Eu acho que não é o caso, mas eu acredito que todos temos que estar cientes das consequências aterrorizantes do egoísmo e do cinismo.

O Presidente Trump tentou reverter o resultado de uma eleição. De uma eleição justa. Ele tentou dar um golpe enganando as pessoas com mentiras. Meus pais e seus vizinhos também ouviram mentiras. E eu sei aonde essas mentiras levam as pessoas.

O Presidente Trump é um líder fracassado. Ele entrará na história como o pior presidente da história. O bom disso é que ele logo será tão irrelevante quanto um tweet antigo.

Espada de Conan

Em outro trecho mais adiante do vídeo, o ator que interpretou Conan, o Bárbaro, em 1982, mostrou a espada do seu personagem para compará-la à democracia norte-americana:

Uma espada fica mais forte cada vez que sofre marretadas, é colocada no fogo, na água gelada, depois sofre marretadas novamente. Ela fica mais temperada e mais forte.

A nossa democracia foi temperada com guerras, injustiças e insurreições. Eu acredito, que mesmo ainda chocados com o que aconteceu, nós ficaremos mais fortes porque agora entendemos o que pode ser perdido.

Você pode assistir ao vídeo completo e legendado, em Inglês, logo abaixo.

 

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