Dave Mustaine e Kirk Hammett
Fotos via Wikimedia Commons

Você provavelmente já ouviu falar da história de Dave Mustaine com o Metallica: o icônico músico do Megadeth começou sua carreira com a outra banda, mas eventualmente foi expulso por seu problema com álcool e drogas e acabou sendo substituído por Kirk Hammett.

No fim, tudo ficou bem pros dois lados e ambas as partes acabaram bastante bem-sucedidas, mas não antes de algumas tretas surgirem. O baixista David Ellefson, do Megadeth, contou um pouco mais sobre isso em sua participação no podcast No Fuckin’ Regrets, de Robb Flynn (Machine Head).

Como transcreveu a Metal Wani (via Loudwire), Ellefson deixou claro que a reação de Mustaine ao ouvir o disco de estreia do Metallica, Kill ’em All, foi de surpresa e indignação:

[O disco] foi mandado para nós [pelo correio]. Eu lembro do [guitarrista do Megadeth na época] Greg [Handevidt] — ele se lembra em detalhes de ter sentado lá por tipo uma hora de silêncio, ou 38 minutos de silêncio, abrindo a caixa, olhando para o disco, abrindo o plástico bolha e colocando no toca discos. Era obviamente um momento estranho, porque eu e o Greg estávamos tipo, ‘Ah meu Deus. Esse é o momento.’ É tipo aquele momento em que você provavelmente vê sua ex com outra pessoa.

As fotos estão lá, e nós estamos sentados ali ouvindo aquilo. [O Dave estava] ouvindo aquilo, só encarando os alto-falantes em completo silêncio, estudando as músicas. E eu me lembro que estávamos eu e Greg sentados ao redor dele, meio que nervosos falando, ‘Ah meu Deus. Qual vai ser a reação a isso?’ E eu lembro uma das primeiras coisas que [o Mustaine] falou — ele falou, ‘[Kirk Hammett] roubou os meus solos, porra.’

Essa foi a primeira reação do Dave — que o Kirk tocou os solos dele. Eles não são inteiramente os mesmos, mas até um certo ponto.

Dave Mustaine e Kill ’em All

Vale lembrar que, de fato, quatro músicas tinham contribuições de Mustaine — “Whiplash”, “Mechanix” (que virou “The Four Horsemen”), “Phantom Lord” e “(Anesthesia) Pulling Teeth” — e todas acabaram regravadas com as guitarras de Hammett.

Ellefson ainda falou no programa que Dave Mustaine tinha uma ligação “muito pessoal” com os solos, ressaltando que o estilo do músico não é de improvisar os solos e sim de tocar “exatamente da mesma forma noite após noite”. Ele completa:

Então para o Dave, o solo era uma parte da composição tanto quanto qualquer outra — não era uma jam de Blues. E aí, obviamente, ver a forma que os créditos eram dados no disco — as músicas que o Dave havia escrito e trazido, e agora os créditos estavam divididos. Então provavelmente [foi] muito como um divórcio. Ele estava puto. E aquele foi o momento que eu acho que foi, tipo, ‘Ah, Deus. Essa é a realidade disso.’ E, é claro, pra mim, eu fiquei, tipo, ‘Qual o problema? Nós temos nossa própria banda. Estamos fazendo nossa própria coisa.’ Mas ao mesmo tempo, nós tínhamos que ser respeitosos. Obviamente, isso era o Dave saindo desse grande grupo que nós ainda não havíamos ouvido falar — Metallica.

É… ainda bem que deu tudo certo no final!

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