Sabemos que uma versão acústica, no clássico formato voz-e-violão, é provavelmente o caminho mais fácil e rápido para se disponibilizar uma cover. No entanto, se feita com dedicação e criatividade, pode dar origem a um material muito bom.
A cantora Morgan Harper-Jones deu um ótimo exemplo disso ao regravar o hino da era disco “I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me)“, imortalizado na voz de Whitney Houston. A versão permite uma nova visão sobre a letra da música, além de complementar a narrativa do EP Breathe, lançado pela cantora neste ano na companhia de mais três autorais.
As covers do The Kills sempre trazem elementos novos para canções já consagradas. Por sinal, quem já é familiarizado com a banda pode vir a conhecer sua versão para o clássico “I Put A Spell On You“, originalmente gravada por Screamin’ Jay Hawkins.
Lançada em 2020 como uma versão “remasterizada”, a cover mistura elementos do indie rock com a estética mais suja do garage rock. Mesmo sendo de uma das canções mais importantes da história do rock n’ roll, isso não intimidou o duo de imprimir suas próprias características. Se duvida, é só perceber a força e a confiança nos vocais da cantora Alison Mosshart.
Apesar de ser uma composição de Neil Young, é mais capaz que você conheça “Lotta Love” por conta da versão da cantora Nicolette Larson. Ambas foram lançadas no mesmo ano, em 1978, tanto a versão country pop de Larson quanto a versão mais simples de Young.
Trazendo um pouco dessas duas estéticas diferentes, tivemos em 2020 o lançamento da versão colaborativa entre Helado Negro e Flock of Dimes, projeto solo da cantora Jenn Wasner. Nesta releitura, há quem enxergue também referências no indie, no folk e na música experimental de uma maneira geral. Juntos, todos esses elementos se perdem em uma mistura fluida e despretensiosa.
O clássico “Heart Shaped Box“, do Nirvana, ganhou popularidade em 1993 por conta da fórmula consagrada do grupo: versos melódicos e refrães cheios de peso e alma. Mas será que existe alguma forma de transformá-la?
O grupo indie Glass Animals, por conta própria, fez a arriscada missão de dar nova vida à música. E deu certo, mesmo que de uma maneira inusitada. A versão, lançada junto a uma releitura de “Young And Beautiful” (Lana Del Rey) em um projeto que ficou conhecido como Quarantine Covers, dá um novo contexto ao hit grunge, com sintetizadores criando uma atmosfera inédita. Não temos a agressividade original do refrão, o que nos permite ter um olhar mais sentimental sobre as palavras uma vez ditas por Kurt Cobain.
O que fez com que “Toxic“, de Britney Spears, se tornasse um dos maiores hits pop de 2003? O conjunto de fatores para essa resposta engloba desde sua sensualidade à letra chiclete, com um refrão pegajoso e versátil que pode encaixar nos mais variados tipos de interpretações.
A australiana Jaguar Jonze conseguiu pegar todos esses elementos e subvertê-los a uma versão completamente diferente e catártica. Aqui, vemos a sensualidade da versão original potencializada por um refrão mais pesado. É como se PJ Harvey, Rina Sawayama e Japanese Breakfast se unissem por uma causa maior.
A romântica e serena “Redbone” é inquestionavelmente a canção de maior sucesso lançada por Childish Gambino. Esse clássico, com claras referências instrumentais ao funk, ganhou o coração da cena em 2016, quando integrou o disco “Awaken, My Love!”.
Quatro anos depois, chegou a vez de receber uma nova roupagem. Traduzida com carinho para o violão, a versão cantada pela cantora Charlotte Jane ainda conta com o complemento de sons da natureza, como o cantar dos passarinhos. Essa aqui é pra mandar para x @ e ouvir junto!
Em 2001, Kylie Minogue contagiou as rádios, TVs e pistas de dança do mundo inteiro com a envolvente “Can’t Get You Out Off My Head“. Relembrando esses bons tempos (em que inclusive era seguir sair para uma festinha), o duo Supertaste resolveu dar vida a uma versão mais relaxada da música, mas tão dançante quanto a original!
Com linhas de guitarra dialogando com sintetizadores e com toda a atmosfera da disco music, a releitura ainda conta com vocais suaves, elementos de soul e de R&B. Podemos chamar de indie disco?
O influente grupo de metal alternativo Three Days Grace estava há um tempo considerável sem lançar novidades. No entanto, tudo mudou com o lançamento do EP Somebody That I Used To Know em 2020.
O trabalho foi nomeado justamente a partir de sua faixa de abertura, uma cover da canção que ganhou o mundo em 2011 através da interpretação de Goyte e Kimbra. Carregada, a releitura faz jus ao trabalho pelo qual conhecemos a banda. É pesada, conta com temas mais introspectivos e conta com tímidos sintetizadores que dão o tempero do TDG.
Como o art pop da faixa original se transformou nisso? Bom, não sabemos, mas adoramos o resultado!
A cantora Miley Cyrus esperou até o finalzinho do ano para lançar um de seus melhores discos. Com uma pegada mais nostálgica, ela foi aos poucos cuidando de sua divulgação impulsionando a sua persona roqueira. Isso ficou muito claro em duas covers feitas originalmente em apresentações ao vivo que, por acaso, integram a audição do novo álbum em sua versão digital.
Apesar de a cover de “Zombie” ter ficado incrível, vamos ficar com a sua versão para “Heart of Glass” originalmente grava pela banda Blondie em 1979. O instrumental, dessa vez um pouco mais pesado, permitiu que a voz de Miley se sentisse livre para deitar e rolar com todo o seu talento. Não conseguiríamos imaginar nenhum outro intérprete, seja uma banda de rock ou uma diva pop, a cantar com tanta perfeição esse clássico.
O novo disco de Lianne La Havas, homônimo, foi um dos mais agradáveis lançamentos musicais do ano. Permeado por elementos do neosoul, o disco traça uma narrativa pessoal sobre o ciclo dos relacionamentos.
Um fato muito interessante sobre seu processo de desenvolvimento é que o método de gravação que deu origem ao disco surgiu justamente de uma cover de Radiohead. Em estúdio com sua banda, Lianne gravou a canção “Weird Fishes” (originalmente lançada no disco In Rainbows, de 2007) e ficou impressionada com o resultado, chegando à conclusão de que seu novo disco teria que ser gravado inteiramente desta forma.
A versão encontrou espaço na narrativa do álbum, iniciando a segunda metade logo após o interlúdio “Out Of Your Mind”. Chique!
Page: 1 2