08 de Dezembro não é uma data que traz boas lembranças aos fãs de música.

Foi nesse dia, em 1980, que o lendário John Lennon foi morto a tiros perto de seu apartamento em Nova York por um fã que depois seria identificado como Mark Chapman, repleto de motivações absurdas para cometer o crime.

Além disso, antes de falarmos especificamente do ícone dos Beatles, também vale lembrar que foi justamente em um 08 de Dezembro, mas em 2004, que Dimebag Darrell, guitarrista do Pantera, foi morto a tiros no palco enquanto se apresentava em um show do Damageplan.

Como falei na abertura, 08/12 não é fácil.

Morte de John Lennon

Foi aproximadamente às 5 da tarde daquele dia frio de outono em Nova York que John Lennon autografou uma cópia do disco Double Fantasy para Mark Chapman enquanto deixava seu apartamento no prédio The Dakota, em uma das áreas mais nobres de Manhattan.

Literalmente ao lado do Central Park, o edifício era lar para pessoas das mais influentes e o músico britânico vivia ali ao lado da companheira, Yoko Ono, com quem saiu para uma sessão de gravação nos estúdios Record Plant.

Por volta das 10:50 da noite, eles voltaram do estúdio para casa e quando estavam saindo do carro para entrar no prédio, John Lennon levou dois tiros nas costas e outros dois nos ombros, todos de muito perto.

O músico foi levado para a emergência do Roosevelt Hospital às pressas, em um carro de polícia, mas foi declarado morto ao chegar no local, por volta das 11 da noite, nos deixando com apenas 40 anos de idade.

No dia seguinte, Yoko Ono foi bastante discreta nas suas declarações, dizendo que não haveria um funeral para John Lennon e pedindo:

John amava e rezava pela raça humana. Por favor façam o mesmo por ele.

O corpo de um dos artistas mais emblemáticos de todos os tempos foi cremado e suas cinzas foram espalhadas pelo Central Park, onde inclusive foi criada uma área batizada como “Strawberry Fields” para celebrar a sua memória.

O local fica pertinho do The Dakota e tem uma pintura no chão com a palavra “Imagine”, fazendo referência ao verdadeiro hino de John Lennon pedindo, justamente, por paz no mundo.

Mark Chapman

John Lennon e seu assassino, Mark David Chapman
Foto: Paul Goresh

Após o assassinato brutal de John Lennon pelas costas, o criminoso ficou no local do crime lendo o livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, aguardando ser preso.

Segundo relatos, ele era fã dos Beatles mas teria ficado irritado com as letras de canções como “God” e “Imagine”, principalmente por conta das relações feitas com a religião.

A declaração de John Lennon anos antes, dizendo que “os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo”, também irritou o fanático que tornou-se cada vez mais obsessivo com valores equivocados e passou, inclusive, a querer moldar a sua vida através de personagens fictícios como Holden Caulfield, de O Apanhador no Campo de Centeio.

Antes de executar o músico, ele teria planejado o crime por cerca de três meses, sendo que em vários momentos teve dúvidas a respeito do que faria e chegou a inclusive falar sobre seus planos para pessoas próximas.

Em Outubro, ele foi para Nova York mas desistiu dos planos, e quando voltou ao Havaí, teria dito para sua esposa que cometeria o crime, mostrando inclusive a arma e as balas que havia comprado para tal. Ela não avisou as autoridades.

Em 07 de Dezembro, já de volta à Big Apple, Chapman teria encontrado o músico James Taylor no metrô da cidade, e o artista relatou:

Esse cara meio que me encostou na parede e estava brilhando de tanto suor, como em uma crise maníaca, falando coisas malucas a respeito do que ele faria e seu lance com o John e como ele iria encontrar John Lennon para mostrar alguma coisa.

No manhã seguinte, o cara foi para a frente do apartamento e passou o dia inteiro conversando com a equipe do prédio e outros fãs que também estavam ali, tendo inclusive encontrado a funcionária que havia saído para caminhar com o jovem Sean Lennon, filho do casal que à época tinha 5 anos de idade.

Ele havia comprado a cópia do livro citado acima no mesmo dia, na cidade, e inclusive escrito nele algo como “essa é a minha declaração”, assinando como o personagem Holden Caulfield.

Segundo investigações posteriores, a religião teve um papel fundamental para que Mark cometesse o crime, tanto que ele mesmo se declarou culpado e disse que o que havia feito tinha sido “vontade de Deus”.

Além disso, ele começou a ver contradições nas letras de John Lennon como em “Imagine”, onde o compositor fala sobre imaginar um mundo sem posses mas era dono de itens luxuosos.

Ao final das contas, o cara foi condenado a uma sentença de pelo menos 20 anos até prisão perpétua, o que significa que em 2000 ele teve a primeira oportunidade para pedir sua liberdade, o que foi negado onze vezes desde então.

Hoje aos 65 anos de idade, Mark David Chapman se diz arrependido do crime que cometeu e diz que “encontrou sua paz em Jesus”, afirmando que “Jesus o perdoou”.

Em agosto de 2022 ele pode entrar com um pedido de liberdade novamente.

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