SHAED
Foto por Jared Zagha

Uma das grandes revelações do Pop nos últimos tempos, o SHAED está pronto para dar o próximo passo na sua carreira — e, pelo que sabemos até agora, será um passo em direção a um sucesso ainda maior.

Depois de conquistar o mundo com “Trampoline”, mega hit que lançou o trio formado por Chelsea Lee e os irmãos gêmeos Max Spencer Ernst, os norte-americanos divulgaram há pouco tempo a aguardada “No Other Way”, que traz uma sonoridade diferente e mostra uma nova cara pronta para assumir as rédeas do Pop dessa geração.

Provando de vez que não se resumirá ao status de one-hit wonder — aqueles grupos ou artistas que só conquistam um hit durante toda a carreira — o SHAED lançará seu disco de estreia em 16 de Abril de 2021, através da Photo Finish Records.

Isso mesmo: apesar do sucesso, o grupo só tem um EP intitulado MELT no currículo. Ele chegou até a ser relançado com alguns remixes em formato deluxe e praticamente se transformou em um álbum, mas a estreia oficial só acontecerá no ano que vem.

Enquanto isso, conversamos com os três integrantes sobre todos esse planos e sobre a fama repentina e você pode conferir esse papo na íntegra logo abaixo!

Entrevista com SHAED

TMDQA!: Oi, pessoal! Como vocês estão?

Chelsea Lee: Nossa, eu amei a sua camiseta!

Max Ernst: Né? Achei linda também.

TMDQA!: [risos] Obrigado! Eu estava de pijama até agora, vocês sabem como é trabalhar em casa. Ainda bem que me arrumei! Bom, já se passaram quase 2 anos desde que MELT chegou ao mundo e imagino que muita coisa tenha mudado de lá pra cá. Quão empolgados vocês estão para essa nova fase e que novas inspirações vocês estão trazendo?

Chelsea: A gente está tão, tão, tão empolgado. Basicamente, antes da pandemia, a gente tinha um álbum inteiro completo; aí veio a pandemia e a gente teve uma chance de sentar nas nossas casas e meio que olhar o que a gente tinha, e decidimos nos desfazer de tudo, começar de novo, e nós escrevemos todo esse álbum durante a pandemia. Então, parece muito verdadeiro para nós em relação a tudo que temos sentido nesses tempos e estamos muito empolgados para compartilhar isso com todo mundo.

TMDQA!: Legal! Eu pergunto isso porque “No Other Way” é bem diferente de tudo que vocês já fizeram antes. Eu fiquei pensando o que mudou pra vocês, musicalmente, de lá pra cá…

Spencer Ernst: Eu acho que muito veio de… bom, eu e meu irmão sempre produzimos tudo e a gente sempre escreveu junto, nós três, mas o motivo dessa música ter saído assim foi por estarmos nos sentindo muito estressados e ansiosos, vinha sendo bem difícil escrever, e nós queríamos escrever uma música que nos lembrasse de viver no momento e apreciar essa chance que temos, de poder escrever esse álbum.

E eu acho que a energia da música meio que veio disso, e a gente também teve a chance de trabalhar com esse produtor incrível que é o Ariel Rechtshaid

TMDQA!: Ah, eu amo o Ariel! Principalmente as coisas que ele fez com o Vampire Weekend. Não sabia que ele estava envolvido nisso!

Spencer: Sim! E ele trouxe essa energia ótima, ele sugeriu que a gente aumentasse um pouco o andamento da faixa, por exemplo, o que foi super importante. Mas, é, acho que só… esse tipo de sonoridade parecia certa para esse tipo de música, sabe?

TMDQA!: Entendo! Olha, eu ia perguntar se vocês três estavam juntos durante esse período de quarentena, mas a resposta é bem óbvia já que vocês estão aí juntos agora. [risos] Então já vou pra próxima pergunta: vocês fizeram um vídeo incrível para “No Other Way”, usando tecnologias novas, e imagino que isso tenha sido muito importante. Mas me contem, quão divertido foi? [risos]

Chelsea: Foi tão divertido! Especialmente porque nós tivemos um dia de 12 horas para gravar tudo; e aí estar em diferentes ambientes, usar essa nova tecnologia e sair um pouco da nossa zona de conforto… foi tão divertido, indescritível.

Max: Sim, foi muito legal.

“Trampoline”

TMDQA!: Isso de sair da zona de conforto é algo que realmente fica perceptível na música nova, especialmente quando comparamos com o que vocês fizeram antes. “Trampoline”, aliás, é um mega hit, né? Quando vocês escreveram essa música, tinham ideia de que chegaria a isso?

Todos juntos: Não. [risos]

Chelsea: Foi uma surpresa para todos nós, uma surpresa incrível.

Max: Quando a gente escreveu essa música, estávamos morando em uma casinha péssima em Silver Spring, em Maryland, e nós estávamos… a gente tinha acabado de voltar de uma turnê, e era a primeira vez que estávamos morando juntos, nós três. Foi a segunda música que escrevemos e nós tínhamos uma rotina, a gente teve uns meses de folga então nós acordávamos todo santo dia e a Chelsea fazia o café da manhã, e a gente ia para a sala de estar/estúdio, e essa foi a segunda música que fizemos. Não tinha ideia de que mudaria nossas vidas.

Chelsea: Mas aqui estamos!

TMDQA!: Sensacional! Dito isso, esse sucesso meio que permitiu que vocês explorassem novas coisas, né? Ou vocês sentem que teve o efeito oposto, de rolar uma pressão maior para fazer outro hit?

Spencer: Eu acho que é mais, tipo, há uma pressão mas a gente tenta olhar para os positivos. Por exemplo, com esse disco que nós vamos lançar, é a primeira vez que pudemos trabalhar com uma orquestra de 12 peças — então vamos ter cordas de verdade pelo álbum todo, e foi uma experiência muito louca, a gente começou a trabalhar com esse compositor chamado Jherek Bischoff, e ele nos mandou alguns belos arranjos de cordas mas a gente ficou pensando, tipo, “Como vamos gravar essas cordas durante a pandemia?”, e na real a gente acabou trabalhando com uma orquestra da Macedônia.

Chelsea: [risos]

TMDQA!: Eita! [risos]

Spencer: Sim! [risos] E eles foram fantásticos, mas isso ainda é meio que a última peça do quebra-cabeças do álbum, porque a gente ainda está meio que gravando algumas outras partes de cordas para o álbum, porque realmente encaixa muito bem com a música e também com a voz da Chelsea.

TMDQA!: Que legal! Fiquei empolgado pra ouvir isso. Voltando um pouco para “Trampoline”, vocês lançaram uma segunda versão da música com participação do ZAYN. Como isso rolou? Quem o escolheu?

Chelsea: Bom, nós estávamos no Japão e estávamos tentando meio que fazer um brainstorm de ideias sobre quem poderia participar se fizéssemos um reboot de “Trampoline”. A gente meio que só jogou o nome do Zayn ali como uma piada, porque nunca pensamos que ele gostaria de estar sequer perto de nós ou da nossa música, mas a nossa equipe foi atrás da equipe dele e dentro de umas semanas ele nos mandou todos os seus vocais!

A gente estava em Los Angeles e eu lembro de ouvir esses dois aqui gritando, no computador, “Meu Deus!!”, e foi tão legal. A voz dele adicionou tanto à faixa.

TMDQA!: É uma versão muito legal, mesmo! E isso é uma coisa que tem rolado muito com os hits, né, de lançar várias versões — mas achei que “Trampoline” se destacou porque cada remix tem uma peculiaridade muito grande. Enfim, com tudo que aconteceu com “Trampoline”, MELT e etc., 2020 era para ser um ano enorme pra vocês, né? Mas aí surgiu a pandemia. Como vocês lidaram com isso?

Chelsea: É definitivamente chato que a gente não tenha conseguido fazer shows, especialmente porque nos últimos dois ou três anos a gente tem estado na estrada 99% do ano, sabe?

TMDQA!: Vocês fizeram umas turnês incríveis com artistas sensacionais, né? Deve ter sido excelente.

Chelsea: Sim! A gente fez umas turnês incríveis, e é muito triste que a gente tenha tido que ficar sem isso. Mas nos deu a oportunidade de finalizar o álbum, e nós estamos tão empolgados com isso. Agora, quando tudo abrir e tudo isso acabou, a gente vai poder fazer uma turnê com esse álbum e isso nos empolga demais.

SHAED

TMDQA!: Legal! E vocês já deram um spoiler com “No Other Way” e agora com essa questão da orquestra, mas tem mais alguma coisinha que vocês podem revelar sobre o novo disco?

Spencer: Você quer uma exclusiva!

TMDQA!: [risos] Sim!

Chelsea: [risos] A gente tem uma música nova pronta para sair neste mês de Novembro, chamada “Once Upon a Time”, e é uma balada bem cheia de cordas, de arranjos, então estamos bem empolgados para isso. E… o que mais?

Spencer: Estou tentando pensar em algo que não contamos pra ninguém ainda. [risos] É difícil, porque a gente recebe umas instruções que… bom, a gente vai gravar um novo clipe para “Once Upon a Time”, a próxima música que vai sair, e estamos muito empolgados pra isso porque vai ser em um belíssimo ambiente na costa leste de Maryland.

TMDQA!: Já sabemos o que esperar então! Queria fazer uma pergunta mais ampla agora. Várias das suas músicas já apareceram em propagandas por aí, de algumas empresas bem grandes; isso em algum momento deixa vocês preocupados? De serem muito associados a “música de propaganda” ou coisa do tipo?

Max: A gente nunca escreveu uma música para uma propaganda, sabe? Sempre foi uma coisa orgânica. Mas até agora a gente nunca se alinhou com alguém que a gente pense que pode comprometer a nossa integridade ou coisa do tipo, digo, a Apple tem uma reputação tão boa de escolher artistas, escolher boas revelações, sabe? E eles meio que são, de verdade, responsáveis em grande parte por fazer a nossa banda estourar, então… pra gente, até agora, só tem sido positivo.

Chelsea: Ajuda a espalhar a palavra da nossa música! Então isso é sempre positivo também.

https://www.youtube.com/watch?v=G7iI7YmIr30

TMDQA!: Ah, bom saber. Perguntei isso porque em uma outra entrevista recente me disseram que queriam se desassociar desse conceito de “música de propaganda”, então, sei lá né? Minha perspectiva é a mesma de vocês, mas a verdade é que minhas músicas não estão em nenhuma propaganda. [risos] Estamos chegando ao fim do nosso tempo e, não sei se falaram pra vocês, porque eu esqueci de me apresentar [risos] mas o nome do nosso site é Tenho Mais Discos Que Amigos. Então, me digam: vocês têm algum disco que vocês consideram como bons amigos? Podem citar mais de um!

Spencer: Nossa, a gente tem um toca-discos aqui em casa e é algo tão importante. A gente sempre está ouvindo música. Olha, vamos ver… o nosso disco favorito coletivamente, que a gente ouve o tempo todo, é o Kid A, do Radiohead. É uma influência gigantesca para nós como compositores, em questão de som.

Chelsea: Eu diria que qualquer disco do Frank Sinatra eu não consigo viver sem. Eu amo tanto o Frank Sinatra, e a gente escuta os discos dele o tempo todo; eu diria que dá pra colocar com “as melhores do Frank Sinatra”. [risos]

Max: Acho que, pra mim… o primeiro que me veio à cabeça, que é uma grande influência especialmente quando vamos na direção das batidas eletrônicas que fazemos, é o In Color, do Jamie xx.

TMDQA!: Caramba, só escolhas excelentes. [risos] Kid A é um dos meus preferidos também! Bom, para fechar, queria mandar um “come to Brazil” pra vocês — não sei se vocês já têm recebido muitos, mas deveriam — e perguntar, como estão os planos de nos visitar por aqui?

Chelsea: A gente definitivamente recebe! A gente ainda não tem planos, mas nós iríamos amar; é um dos lugares que está na nossa lista de lugares que não podemos deixar de ir, e ainda não conseguimos. Então…

Spencer: A gente tem recebido uma quantidade incrível de apoio vindo do Brasil, um monte de fãs daí, e isso é algo que a gente nunca esperou em um milhão de anos. Então ficamos super… assim que tudo abrir de novo, quando for seguro, estará na nossa lista com certeza.

TMDQA!: Perfeito! Espero vocês por aqui — pra mim, vocês têm a cara do Lollapalooza, então fica a sugestão aí [risos]. Pessoal, obrigado pelo tempo e até a próxima!

Chelsea: Seria incrível! Muito obrigada por tirar esse tempo pra nós.

Spencer: E continue usando essa camiseta irada!

Chelsea: Sério, continue mesmo, é uma camiseta irada. [risos]

TMDQA!: [risos] Muito obrigado, pode deixar!

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