The Offspring -

Em 1998, o The Offspring já tinha um bom reconhecimento dentro da cena mundial.

Afinal de contas, a banda já havia lançado os aclamados discos Smash (1994) e Ixnay on the Hombre (1997), ambos clássicos absolutos do Punk nos anos 90 e abrigos para hits como “Self Esteem” e “Gone Away”.

Acontece que, naquele ano, o grupo comandado por Dexter Holland resolveu (sem querer) se reinventar completamente e transformar sua sonoridade em algo muito mais aberto e muito novo — um movimento que parecia ter começado em Ixnay, mas foi abraçado com força em Americana.

Americana

O poderoso refrão de “Gone Away” foi uma ótima porta de entrada para o que viria a ser o trabalho de 98, que com o tempo se transformou em um verdadeiro hinário e se estabeleceu como o manual do Punk moderno, por assim dizer.

Falar que Americana influenciou as bandas da época e dos anos subsequentes é subestimar demais o poder dessa obra: literalmente toda a sonoridade Pop Punk dos anos 2000 só existe por conta desse álbum, bem como diversos novos elementos adotados pelos grupos que já existiam na época se devem completamente ao Offspring.

Além dos riffs fortes em músicas como “The Kids Aren’t Alright” que emanavam a energia Skate Punk, o viés radiofônico foi a grande sacada do disco, que levou o Punk a toda uma nova geração através de canções bem-humoradas e que utilizavam os elementos do gênero de formas extremamente curiosas.

É o caso do hit “Pretty Fly (For a White Guy)”, uma crítica aos jovens brancos de bairros de classe média que vinham surfando na onda de popularidade do Hip Hop e agindo como se fossem “da cena”.

Também é o que ocorre em “Why Don’t You Get a Job”, a divertida canção que remete imediatamente a “Ob-La-Di Ob-La-Da”, dos Beatles, e bizarramente conta com backing vocals de John Mayer (que tem o mesmo nome do famoso guitarrista mas não é ele), Davey Havok (AFI), Jack Grisham (T.S.O.L.) e Calvert “Larry Bud Melman” DeForest (comediante dos EUA), além de Gabrial McNair (No Doubt) adicionando instrumentos de sopro.

Críticas

Nem tudo são flores e, especialmente nos anos 90, praticamente todo movimento que envolvia transformar algo do underground em mainstream era visto com críticas pela mídia especializada e por boa parte dos fãs.

Apesar de ser até hoje o disco mais bem-sucedido do Offpsring, Americana colecionou resenhas negativas — inclusive uma nota de 3 (de 10) na NME, principal veículo de música do Reino Unido — e foi tratado como um abandono das raízes pelos fãs mais fervorosos.

No fim das contas, nada disso impediu o disco de se tornar um dos mais marcantes. Além dos mega hits citados acima, outras canções como “Staring at the Sun”, “She’s Got Issues” e “Walla Walla” também se tornaram clássicos da banda e hoje, com todo mundo mais acostumado a essa sonoridade, são figurinhas carimbadas e obrigatórias em qualquer show.

Enquanto esperamos uma próxima chance de ver Dexter e companhia tocando essas músicas ao vivo, o jeito é aumentar o volume e dar o play logo a seguir!

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