Nenê Altro
Foto por Fernanda Saraiva

Nenê Altro, vocalista da celebrada Dance of Days, se assumiu mulher transexual.

A cantora vem publicando fotos no Instagram e falando sobre sua transição desde o começo de novembro, mas confirmou a informação em entrevista ao Splash, blog do UOL. Na conversa, ainda, Altro revelou ter sido estuprada em 2010, quando morou nas ruas.

Ao falar sobre sua jornada, que afirma ter começado em 2019 ao entrar para o candomblé, Nenê declarou:

Eu sempre tive um lado muito feminino, creio que quem acompanha minha carreira saiba disso, então não causou muita surpresa. Sempre fui muito aberta e desconstruída sexualmente e me permiti experimentar o que sentisse vontade durante a vida. E a androginia sempre me encantou também.

[…] As religiões afro são de longe as que mais aceitam a diversidade e mais acolhem os LGBTQI+ pois enxergam além dos corpos que habitamos, acolhem nossas almas. Sou eternamente grata por esse amor e essa proteção.

No papo, a vocalista ainda citou músicas do Dance of Days onde cantou sobre suas experiências homossexuais e a homofobia — “Se Essas Paredes Falassem” e “Vaudeville”:

‘Se Essas Paredes Falassem’ foi a primeira música do rock hardcore nacional abertamente contra homofobia. Foi lançada em 2000, há vinte anos, em uma realidade completamente diferente. Sofremos muito preconceito e rejeição na época, mas serviu como um filtro necessário de nosso público e a construção de uma egrégora de amor e inclusão onde todes são bem vindes.

Já a primeira música em que assumi que me relacionava com homens data de 2005 e se chama ‘Vaudeville’. O Dance of Days já tem uma mulher trans como vocalista, aliás, sempre teve, ela só se entendeu. Tive a aceitação e o apoio da banda desde o primeiro instante e isso foi maravilhoso para mim.

Denúncias de abuso

Há pouco tempo, Nenê Altro teve casos de agressão e abuso sexual contra mulheres divulgados por um perfil no Twitter. Na entrevista, a artista não os nega — na verdade, assume e fala sobre uma época complicada em sua vida:

Eu fui adicta, uma pessoa doente, viciada em cocaína e cheguei a ser moradora de rua na época mais pesada do crack. Eu realmente sinto muito e peço perdão a todas as pessoas que se relacionaram comigo nessa época, pois eu tinha atitudes terríveis das quais me arrependo e me envergonho demais. Coloquei minha advogada à disposição para conversar sobre qualquer retratação que sintam ser possível e agradeço a oportunidade de fazer as pazes com esse passado que me pesa tanto.

[…] Hoje eu olho para tudo aquilo de cima, sabendo que venci. Toda essa luta me empodera e me faz erguer a voz para ajudar quem quer que seja que esteja passando por aquelas mesmas situações. Essa será minha principal bandeira de luta.

Leia a entrevista completa clicando aqui.

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