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Teatro Ópera de Arame em Curitiba | Foto: Lening Abdala

Não há dúvidas de que a pandemia do coronavírus tem gerado um impacto negativo em diversos setores, o de eventos por exemplo tem sido um dos mais prejudicados. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), mais de 90% dos serviços que estavam previstos para acontecer em 2020 foram cancelados, adiados ou estão em uma situação incerta. Acredita-se que até outubro mais de 450 mil eventos deixarão de acontecer.

A entidade, que reúne entre seus associados cerca de 60% do PIB de eventos do país, também divulgou outro dado alarmante. O estudo informa que os cancelamentos e adiamentos resultaram, até o fim de abril, na perda de empregos de mais de 240 mil pessoas. Ao que tudo indica, em outubro este número poderá chegar a 840 mil.

Por conta desses dados e da atual situação vivida pelos trabalhadores do setor de eventos, representantes da Abrape foram recebidos na última sexta-feira (18 de Setembro) na secretaria do governo na Prefeitura de Curitiba para discutir sobre a retomada do setor de eventos na cidade. 

Entre os pontos abordados, foi proposta a realização de dois eventos testes em Curitiba, seguindo protocolos específicos, que devem acontecem a partir da segunda quinzena de Outubro, e que serão validados pelos gestores das secretarias que tratam diretamente do tema. 

Para os eventos, os representantes planejam uma feira de negócios e um show musical, que será pioneiro no Brasil. Sobre a pauta, Mac Lovio Solek, vice-presidente da Abrape na região Sul e que esteve presente na reunião, comentou: 

A partir da próxima semana, afinaremos isso, prevalecendo a excelência do modelo, que prima a saúde e integridade dos participantes e profissionais envolvidos na realização, com o objetivo de vislumbrar como seria uma possível retomada do setor diante de protocolos, normas, muito controle e seriedade.

Outros temas também foram discutidos durante a reunião. Entre eles, a lentidão do retorno dos eventos por causa do descaso de uma parte da população no consumo de serviços e produtos em alguns ramos de atividades, em que empresários e consumidores não estão tomando os cuidados necessários e não existe uma fiscalização adequada do governo em relação a isso. 

Também foi colocada em pauta a defesa de recursos para que a subsistência do setor seja garantida até que os eventos possam retornar de forma mais abrangente, como o auxílio emergencial e a Lei Aldir Blanc. 

A Lei Aldir Blanc, que leva o nome do compositor que morreu vítima da Covid-19 em maio deste ano e que foi criada para socorrer o setor cultural e de eventos durante a pandemia, foi aprovada pelo Senado em Junho, e no início de Setembro, segundo a Agência Brasil, o Ministério do Turismo (MTur) começou os repasses para os estados e municípios dos recursos previstos na Lei. 

Leia o comentário de Mac Lovio sobre o assunto:

Os recursos federais e municipais são muito importantes nesse momento, para ajudar as empresas, principalmente, a garantir empregos aos colaboradores, como também ajudar aos profissionais de eventos e músicos, mas infelizmente muito pouca gente se beneficia de recursos anunciados que dificilmente chegam na ponta.

Nesse momento se os governos nos deixassem trabalhar, empresas e profissionais, poderíamos de forma mais direta e efetiva minimizar um pouco a crise do setor que está em frangalhos.

Vale destacar, que a pesquisa da Abrape apontou que  92% das empresas associadas à entidade relataram prejuízos que, juntos, somam R$290 milhões. A Associação acredita que esse número ainda pode chegar à casa dos bilhões se forem somadas toda a cadeia produtiva do setor de eventos, que envolve cerca de 60 mil empresas. 

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