Lars Ulrich fala sobre doações do Metallica

A sempre polêmica bateria do disco St. Anger, do Metallica, voltou a ser assunto em uma entrevista com o responsável por ela, Lars Ulrich.

Em uma longa declaração ao programa Trunk Nation (via Metal Injection), o músico falou sobre essa questão e deu sequência a um pronunciamento recente do produtor Bob Rock, que explicou que, de alguma forma, o famoso “timbre de lata de tinta” fez com que a banda passasse por um de seus momentos mais turbulentos.

No papo recente, Lars garantiu que ainda está “100% de acordo” com a escolha feita no passado e diz que “naquele momento, aquela era a verdade”. O discurso ecoa muito com o de Rock, e você pode conferir uma tradução na íntegra abaixo.

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Lars Ulrich e a bateria de St. Anger

Eu estou 100% de acordo com ela, porque naquele momento, aquela era a verdade.

É só a minha personalidade, eu estou sempre olhando pra frente, sempre pensando na próxima coisa. É assim que eu funciono, simplesmente. Quer seja o Metallica sempre pensando à frente, ou na minha vida pessoal, ou em relacionamentos, o que quer que eu faça, eu estou sempre pensando à frente. Às vezes, podem argumentar, eu passo tempo demais no futuro, mas eu raramente passo qualquer tempo no passado. E a única hora que essas coisas surgem é em entrevistas.

Eu ouço o ‘St. Anger’. É uma porrada e meia, e tem um monte de energia incrível, crua, e é tipo, ‘Uau!’. Ele recebeu uns tapas por aí. Mas a questão da caixa foi algo super impulsivo, do momento… Estávamos trabalhando em um riff. [James] Hetfield estava tocando um riff na sala de controle. E eu corri até lá. Eu fiquei, tipo, ‘Eu preciso colocar uma batida nisso’. Eu corri pra sala de gravação e sentei e toquei algumas batidas em cima desse riff para não perder a energia do momento, e eu esqueci de ligar a caixa. E aí estávamos ouvindo aquilo e eu fiquei, tipo, ‘Uau! Esse som meio que se encaixa no riff, e soa estranhamente bizarro e meio que legal’. E aí eu meio que só deixei a caixa desligada no resto das sessões, mais ou menos. E aí foi, tipo, ‘É, isso é legal. É diferente. Vai foder com as pessoas. Soa como uma parte dessa pancadaria’, ou coisa assim. E aí vira essa coisa enorme, debatida. E às vezes a gente meio que senta e fica tipo, ‘Caralho! Não esperávamos por essa’, em relação ao tamanho do problema que virou.

Eu tenho orgulho de todas essas decisões [do ‘St. Anger’], porque eu sei que naquela época elas eram a verdade e era a coisa instintiva e certa a se fazer. E aí, 20 anos depois, é, tipo, ‘Bom, como aquilo soaria se a caixa estivesse ligada?’. Ou, ‘Como aquilo soaria se nós tivéssemos feito dois ao invés de quatro?’. Sabe, eu não sei, mas eu realmente não fico pensando nisso, para ser sincero contigo, a não ser quando sou confrontado com isso em entrevistas. E eu não mudaria uma coisa sequer no passado. Claro, quão longe você vai levar isso? Claro, sim, acidentes de ônibus e tudo mais, claro. Mas o ponto do que estou dizendo é que eu só não passo muito tempo sentado, pensando, ‘Bom, se não tivéssemos feito isso’, ou, ‘Se tivéssemos feito isso ao invés daquilo…’. Eu estou sempre muito ocupado com a próxima coisa que faremos, e é assim que eu funciono. E eu acho que em geral todos nós do Metallica operamos assim. Então nós só estamos sempre empolgados com a próxima coisa, a próxima coisa, o próximo disco.

Eu digo isso várias vezes, mas as pessoas sempre perguntam, ‘Qual seu disco preferido do Metallica?’. Minha resposta padrão é, ‘Meu [álbum] preferido do Metallica é o próximo, e a próxima música que nós vamos escrever e o próximo álbum que vem por aí’, porque se você não acredita que seu melhor trabalho ainda vai ser lançado, pra que fazer? E nós estamos sempre tão empolgados com as oportunidades que ficam à nossa frente.

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