Metallica - St. Anger

O disco St. Anger, do Metallica, é até hoje um dos discos mais criticados da história e é claro que muito disso se deve à sonoridade da caixa de bateria adotada por Lars Ulrich, que é comparada a objetos como uma lata de tinta ou uma panela.

Segundo o produtor Bob Rock, no entanto, foi esse exato som que “manteve a banda unida” em seu período mais difícil já que as tensões internas — especialmente entre James Hetfield e Ulrich — estavam tomando conta do grupo, algo que é retratado no documentário Some Kind of Monster.

Falando ao podcast Tone-Talk (via Loudwire), Rock explicou sua posição sobre o som da bateria do disco:

Eu estou tranquilo com ele. A questão é, e isso é interessante, há uma história: enquanto estávamos fazendo aquele [álbum], nós fomos à casa de férias deles; estávamos em San Francisco, e fomos à casa de Oakland onde eles ensaiavam com o Cliff [Burton]. E nós nos divertimos muito, e o Lars me contou sobre a sua bateria, como elas estavam montadas em um lugar específico.

O produtor então conta que tentou atiçar a criatividade do músico pedindo para que ele “brincasse com outras baterias”, fazendo com que o baterista buscasse outras formas de usar o seu kit:

Então ele montou a bateria na sala de ensaio, estávamos no caminho, e o Lars só ficava encarando para a bateria. Finalmente, ele sentou atrás e disse, ‘Só me dê uma caixa’. Eu tinha comprado uma caixa Plexi Ludwig porque eu queria testá-la, e ele a colocou no kit de bateria, e ele disse, ‘É esse som’.

[cara de assustado] E eu disse, ‘Que?’.

E ele simplesmente não iria mudar de ideia. Eu não o culpo, isso foi tipo, basicamente, se você consegue se envolver em um conceito, esse era o som da bateria quando eles estavam ensaiando o álbum, é basicamente o mais próximo de eles estarem naquela casa de férias, e não importa o que qualquer outra pessoa diga, ela fez a banda continuar junta, e os inspirou a seguir em frente.

Então eu estou tranquilo com todas as críticas que recebi. É só uma porra de um som de caixa, deixem isso pra lá.

Você pode conferir o papo na íntegra pelo vídeo abaixo.

St. Anger e o U2?

Ainda na mesma entrevista, Rock comparou o álbum do Metallica ao Achtung Baby, do U2.

Ele justifica isso dizendo que ambos “brincaram com a percepção da bateria”, e complementa:

Às vezes você mal ouve a bateria, às vezes o baixo é a coisa mais alta; em outras palavras, eles jogaram fora o livro de regras. E parte do ‘St. Anger’ é só jogar fora o livro de regras e dizer, ‘Por que temos que montar a bateria do mesmo jeito só porque é assim que se faz no Metal?’.

17 anos depois do lançamento do álbum, você consegue concordar com a perspectiva do produtor? Se sim, talvez seja uma ótima oportunidade de conferir esta matéria onde te mostramos como ficariam diversos clássicos da banda com esse mesmo som de bateria…

LEIA TAMBÉM: “Ele nunca é respeitado”: há 17 anos, Metallica lançava seu disco mais incompreendido

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO

Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!