Max Cavalera com a bandeira do Brasil
Foto: Reprodução / YouTube

Quem acompanha a carreira de Max Cavalera sabe que, nos últimos tempos, o ex-vocalista do Sepultura e atual líder do Soulfly tem mantido uma posição bastante contrária ao governo que comanda o Brasil no momento e ao conservadorismo de forma geral.

Em entrevista à Metal Hammer de Portugal, ele voltou a falar sobre o tema ao ser perguntado sobre como essa corrente de pensamento está relacionada ao Metal. Ele iniciou dizendo justamente que sempre preferiu as letras do Punk por abordarem de forma crítica questões como essa:

É bom esse lance do Metal ter algo para falar, uma coisa que mudou nos últimos 30 anos. Nós viemos de uma era do Metal que é misturada com Punk Rock, principalmente o nosso começo, e, na época dos nossos primeiros discos, eu e o Iggor escutávamos muito Punk Rock, e eu gostava das letras – sempre gostei das letras do Punk, mais do que as do Metal. Então, fui para esse lado mais politizado. Quando comecei a fazer músicas com uma consciência mais política, veio mais o lado Punk das coisas que escuto, como Dead Kennedys, Black Flag, GBH, Discharge… Hoje em dia, o meu trabalho ainda tem um pouco de política, mas é mais misturado, tem outros temas. Curto fazer letras políticas, mas não quero cair no lance de ser taxado como uma banda política, quero a liberdade de falar do que eu quiser.

Ainda na mesma conversa, ele ressalta que sempre haverá “gente conservadora, que fala mal” e destaca situações vividas no começo da carreira com o Sepultura, em especial uma situação que envolve o EP Bestial Devastation:

Gente conservadora, que fala mal, vai haver sempre, principalmente hoje com a Internet – há gente que vai para a Internet só para falar mal. Mas isso sempre houve. Quando gravamos o primeiro EP, ‘Bestial Devastation’ muita gente nos criticou dizendo que a banda se vendeu porque gravou um EP – tem gente que quer que fiquemos na caverna. Não se pode escutar essas pessoas, é preciso fazer o que você quer, o que o coração e a cabeça mandam.

Ele finalizou, no entanto, destacando um aspecto bastante positivo do Metal: “a irmandade entre as pessoas”. Para ele, é o tipo de coisa que lhe faz ter esperança de enxergar “menos racismo no Metal” e um lugar seguro onde podemos ter “aquilo que a sociedade fracassou”:

 O que eu gosto, e que existe no Metal, é a irmandade entre as pessoas – muitas pessoas de cores, culturas e religiões diferentes, e são ligadas pelo Metal. Em qualquer parte do mundo, o que nos liga é o Metal. E uma das minhas esperanças é que haja menos racismo no Metal, termos no Metal aquilo que a sociedade fracassou.

Max Cavalera

Vale lembrar ainda que nos últimos dias o vocalista falou bem abertamente sobre a sua saída do Sepultura, dizendo que não se arrepende pois “talvez teria ficado uma merda” se ele continuasse por lá e ainda afirmando que felizmente a banda “não virou o novo Metallica“.

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