Kanye West em comício
Reprodução/Twitter

Como você já deve saber, o rapper Kanye West resolveu se candidatar à presidência dos Estados Unidos e aparece como o terceiro nome com mais intenções de voto por lá, (bastante) atrás de Joe Biden e Donald Trump.

Acontece que ele perdeu prazos importantes de registro da candidatura em estados como a Flórida, e não vai aparecer nas cédulas. No estado de Oklahoma, por exemplo, ele conseguiu entregar a documentação.

Um dos estados onde ele ainda pode se registrar é a Carolina do Sul, e foi por isso que ele apareceu na cidade de Charleston neste domingo em seu primeiro “comício”, que foi na verdade um baita show de horrores.

Precisando conseguir 10 mil assinaturas para oficializar sua entrada na disputa nas cédulas locais, ele reuniu possíveis eleitores para discutir diversos assuntos como aborto, legalização de drogas e racismo, permitindo que os presentes subissem no palco improvisado para falar sobre suas preocupações e abrindo caminho para West falar de suas visões.

Comício de Kanye West

É aí que começa a parte preocupante.

Como conta a CoS, Kanye pareceu desconexo em diversos momentos do evento e aumentou as suspeitas já citadas anteriormente de que estaria vivendo um episódio bipolar.

Quando uma participante citou as redes sociais como uma ferramenta de lavagem cerebral das crianças, ele emendou um discurso falando sobre o seu impressionante QI de 132 pontos e lembrou da vez que teve de “ir ao hospital porque meu cérebro era grande demais para o meu crânio”.

Ele também reforçou suas visões contra o aborto — algo que ele já tinha associado aos “supremacistas brancos” — em um dos momentos mais tensos da noite, já que ele desabou em lágrimas enquanto repetia que quase “assassinou” a própria filha. O músico também lembrou que seu pai queria tê-lo abortado e disse: “minha mãe salvou a minha vida. Não haveria Kanye West…”

Ele revelou que foi uma “visão de Deus” que o impediu de escolher esse caminho ao lado da esposa, Kim Kardashian.

Continua após o Tweet

Entretanto, quando questionado pela plateia, Kanye disse que não é contra o aborto e propôs uma solução que parece bem inviável para que as mulheres grávidas não precisem realizar o procedimento: uma ajuda de 1 milhão de dólares para cada gravidez.

Ele ainda criou outras polêmicas falando sobre racismo, dizendo por exemplo que Harriet Tubman — conhecida por ter liberado diversos escravos durante a época da Guerra Civil dos EUA — havia apenas “os colocado para trabalhar para outras pessoas brancas”.

Por fim, como se não bastasse tudo isso, Kanye fez uma promessa que certamente lhe garantirá pelo menos algum apoio. Em seu governo, ele diz, a maconha será “legalizada e gratuita” para todos.

Tudo isso fez com que algumas celebridades expressassem preocupação com o artista. É o caso do rapper JPEGMAFIA, que fez um Tweet dizendo “só espero que Kanye esteja bem”, e do escritor Jelani Cobb, que criticou quem vai ao comício de West comparando a situação a “comprar ingressos para ver um homem ferido sangrar na rua”.

Kanye West e a presidência dos EUA

Vale lembrar que a candidatura do rapper já tinha contornos pra lá de bizarros antes mesmo do comício.

Isso porque há alguns dias ele deu uma entrevista para a revista Forbes falando que, entre outras coisas, “vacinas são a marca da besta” e que “vai pedir a ajuda de Deus” para resolver questões governamentais.

Além de ter ganhado apoio imediato do empresário bilionário e recém-declarado apoiador republicano Elon Musk, que depois parece ter recuado sobre a decisão, a candidatura de Kanye parece estar sendo positiva para quem quer a eleição de Biden.

Uma pesquisa mostra que as intenções de voto em Trump foram afetadas pelo rapper, enquanto o democrata segue na liderança sem ter seu percentual alterado.

Ainda é bom ressaltar que ele deu uma entrevista bizarra nos últimos dias dizendo que vai contar com a ajuda de Deus para resolver os problemas tributários do país, já que não entende muito do assunto.

Apesar de não poder disputar oficialmente a presidência em alguns estados, West pode ser eleito por meio de um “voto escrito”, ou seja, seu nome deve ser colocado na cédula à mão caso o eleitor esteja em um estado em que ele não está entre os listados.

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