25 riffs dos Anos 2000
Fotos via Wikimedia Commons

Poucas coisas dizem mais sobre a música de uma determinada época do que os famigerados riffs.

Os fraseados que ditam o ritmo, tom, e muitas vezes até a melodia de canções que dominam as paradas ficam marcados por anos e anos e são eles que tornam aquelas músicas instantaneamente reconhecíveis, mesmo se ela não tiver um refrão tão grudento.

Vale lembrar, aliás, que pela definição do New Harvard Dictionary of Music um riff é uma “progressão de acordes ou refrão repetida na música”, de forma que pode ser “um padrão, ou melodia […] que forma a base ou acompanhamento da composição musical”.

É claro, portanto, que o próprio conceito em si foi variando muito ao longo dos anos e lá nos primórdios era muito mais difícil que tivemos os riffs como os conhecemos hoje, bem definidos e geralmente mais escancarados ao ouvinte geral.

É esse o objetivo dessa próxima série de listas que montaremos aqui no TMDQA!: promover um passeio pela história da música por meio dos riffs, celebrando desde os anos 1950 onde eles eram pouco comuns até os anos 2010, e sem se limitar a um único estilo ou instrumento.

Começamos as décadas de 50, 60 e 70 com apenas 20 riffs em cada lista, mas nas análises desde 1980 tivemos que expandir esse número pois eles se tornaram cada vez mais comuns.

Vale ressaltar ainda que, antes, estávamos selecionando riffs que “mudaram a história”. Como hoje vamos analisar os anos 2000, ainda é muito pouco tempo para dizer qual o impacto destes na história da música — portanto, escolhemos linhas que marcaram época.

Confira a nossa seleção logo abaixo (em ordem cronológica)!

Deftones – “Passenger” (2000)

Com uma das sonoridades mais únicas não só da década como da música em geral, o Deftones faz composições difíceis de explicar. “Passenger” é uma delas, sendo talvez o riff mais marcante da obra prima White Pony, que apostava mais em linhas de guitarra discretas que ajudavam a criar a atmosfera das canções.

Linkin Park – “One Step Closer” (2000)

Se tem uma banda que é sinônimo de Anos 2000, essa banda é o Linkin Park. O disco Hybrid Theory certamente ajudou a ditar o tom do que viria naquela década, e o riff que dá início a “One Step Closer” tentaria ser imitado por inúmeros grupos no que acabou virando uma vertente genérica do Nu Metal.

Papa Roach – “Last Resort” (2000)

Ao contrário de tantos outros que tentaram copiar o Linkin Park e o Limp Bizkit, o Papa Roach trouxe influências próprias que deram uma pegada única ao seu estilo de Nu Metal. “Last Resort” é o exemplo mais claro disso, com um dos riffs mais marcantes da década e instantaneamente reconhecível.

Muse – “Plug In Baby” (2001)

A mistura de elementos eletrônicos e quase robóticos do Muse era praticamente embrionária no início dos anos 2000, mas “Plug In Baby” sem dúvidas serviu para mostrar que os caras estavam no caminho certo. Isso foi expandido nos anos seguintes, até culminar com The 2nd Law que viu o guitarrista Matt Bellamy praticamente transformar riffs em canções de dubstep.

Sum 41 – “Fat Lip” (2001)

No início dos anos 2000, o Sum 41 virou a “nova cara” do Punk. E a excelente “Fat Lip” é um ótimo exemplo de por que isso aconteceu: com um pé no Heavy Metal graças aos seus riffs, a banda praticamente obrigou os que ainda resistiam à evolução do gênero a aceitá-la. Vale ressaltar outras ótimas composições menos famosas, como “Still Waiting”, “The Hell Song” e as absurdas “No Reason” e “We’re All to Blame”.

TOOL – “Schism” (2001)

O uso do baixo como instrumento principal na hora de fazer os riffs é comum no TOOL, mas em “Schism” isso foi executado com uma maestria vista poucas vezes antes na música. A repetitiva linha de baixo serve como uma pedra fundamental para que toda a canção seja construída, e o mais impressionante é que nem mesmo toda essa repetição faz com que nos cansemos de ouvi-la — pelo contrário, acaba sendo talvez a parte mais grudenta da faixa.

Audioslave – “Cochise” (2002)

Em mais um caso clássico de “há males que vem para bem”, a separação do Rage Against the Machine em 2000 possibilitou o surgimento do Audioslave, que combinou a poderosa voz de Chris Cornell com os riffs de Tom Morello. O resultado é impressionante e “Cochise” é o melhor exemplo disso.

Charlie Brown Jr. – “Papo Reto (Prazer É Sexo, O Resto É Negócio)” (2002)

“Papo Reto” não é nem de longe o melhor riff do Charlie Brown Jr., mas sem dúvida é o mais marcante deles. Bastam as primeiras notas da guitarra para qualquer pessoa que viveu sua juventude nos anos 2000 do Brasil reconhecer do que se trata! Ainda assim, vale mencionar o disco Ritmo, Ritual e Responsa, de 2007, que traz alguns dos melhores riffs dos caras como “Não Viva em Vão” e “O Universo a Nosso Favor”, além de tantos outros antes e depois disso.

Foo Fighters – “Times Like These” (2002)

Honestamente, dava pra montar uma lista de riffs só com as músicas do Foo Fighters nos anos 2000. A escolha de “Times Like These”, no entanto, representa o potencial radiofônico da banda mesmo sem abandonar o seu estilo de composição — além de ter uma guitarrinha extremamente grudenta!

Queens of the Stone Age – “No One Knows” (2002)

Songs for the Deaf foi o disco que fez com que o Queens of the Stone Age deixasse de ser uma banda apenas de nicho e passasse a ser aclamada universalmente, e ainda que ele tenha uma série de riffs que possivelmente são melhores do que “No One Knows” (como “Millionaire”, claro), foi com essa canção que os caras subiram de patamar.

Red Hot Chili Peppers – “Can’t Stop” (2002)

https://www.youtube.com/watch?v=BfOdWSiyWoc

Escolher apenas um riff do Red Hot Chili Peppers nos anos 2000 é tarefa quase impossível, mas a facilidade com que se reconhece instantaneamente a linha de “Can’t Stop” é o que nos leva a essa decisão — além do fato do baixo ser igualmente marcante à guitarra, algo que não acontece em “Snow (Hey Oh)”, por exemplo, que era outra forte candidata.

The Killers – “Mr. Brightside” (2003)

Um hino das festas dos anos 2000 e de tantos corações partidos na última década (e até hoje, quem sabe), “Mr. Brightside” colocou em evidência o talento incrível do The Killers que surgia como uma das melhores bandas da nova geração — algo comprovado ano após anos desde então.

Pitty – “Admirável Chip Novo” (2003)

Não é exagero nenhum dizer que Pitty mudou o Rock brasileiro, e grande parte disso aconteceu logo com o álbum de estreia Admirável Chip Novo, de 2003. A faixa-título por si só já traz um soco na cara em formato de riff — algo que também acontece com as igualmente ótimas linhas de “Máscara” e “Teto de Vidro”. Discasso!

The Strokes – “Reptilia” (2003)

O sucesso do Indie Rock nos anos 2000 não é nenhum segredo, mas talvez o primeiro grande exemplo do tamanho que isso poderia tomar aconteceu com o The Strokes. A banda deu o tom para os grupos que tomaram conta da música chamada alternativa na época, e “Reptilia” serviu praticamente como um guia de como escrever um riff Indie.

The White Stripes – “Seven Nation Army” (2003)

Nem é preciso explicar, não é mesmo? “Seven Nation Army” é muito possivelmente o maior riff da história da música. Ecoada em todo lugar do mundo, em todas as situações possíveis — shows, festas, estádios esportivos, rádios, etc. — e universalmente reconhecida, a simples linha dos White Stripes mostra que às vezes a solução é descomplicar.

Franz Ferdinand – “Take Me Out” (2004)

Como falamos acima, grande parte do Indie dos anos 2000 acabou puxando suas influências dos Strokes. Não que o Franz Ferdinand tenha necessariamente deixado de fazê-lo, mas “Take Me Out” é um ótimo exemplo de como uma sonoridade tão semelhante pode parecer completamente distinta e o riff da canção certamente persegue os DJs de festas da época até hoje.

Green Day – “American Idiot” (2004)

Depois de um período questionável entre o final dos anos 90 e o início dos 2000, o Green Day se renovou completamente com American Idiot e trouxe um dos riffs mais marcantes da década na faixa-título do trabalho. Pode ter certeza que muita gente deu seus primeiros passos na guitarra com essa canção!

Mastodon – “Blood and Thunder” (2004)

Mastodon é sinônimo de riffs, e “Blood and Thunder” é um espetáculo a parte. O tema em um tempo não convencional é extremamente atraente, e casa perfeitamente com a atmosfera ao mesmo tempo crua e elaborada da canção, cheia de peso e meticulosamente pensada.

Slipknot – “Before I Forget” (2004)

É absolutamente impressionante o fato de “Before I Forget” ter se tornado praticamente um hit radiofônico, mas isso só mostra como o Slipknot conseguiu unir peso e melodia com o riff da canção, que ainda vem cheio de groove para não esquecer as raízes Nu Metal do grupo.

Avenged Sevenfold – “Beast and the Harlot” (2005)

Avenged Sevenfold foi um respiro na cena Metal dos anos 2000, misturando tantos elementos da música pesada quanto fosse possível. Depois de dois discos mais voltados ao Hardcore, o grupo desenvolveu um som único (que eles mesmos nunca conseguiram repetir) em City of Evil, e “Beast and the Harlot” entrou para a história como um dos riffs marcantes do trabalho. Só quem jogou Guitar Hero sabe o quanto ele é difícil!

Forfun – “Hidropônica” (2005)

Goste ou não do Forfun, o fato é que a banda conseguiu traduzir em música o espírito do Skate Punk/Hardcore no Rio de Janeiro. Ouvir um riff como o de “Hidropônica” é ser transportado direto para um cenário de Verão, como acontece em praticamente todo o icônico e inesquecível Teoria Dinâmica Gastativa.

Gorillaz – “Feel Good Inc.” (2005)

A proposta do Gorillaz era (e talvez ainda seja) estranha, mas é inquestionável que o projeto deu certo. O disco de estreia teve canções marcantes, como “Clint Eastwood” e “19-2000”, mas riff marcante mesmo foi o de “Feel Good Inc.”, que chegou junto com o disco Demon Days em 2005 e logo se tornou o maior hit da banda.

System of a Down – “B.Y.O.B.” (2005)

Daron Malakian é uma máquina de riffs, e talvez seu auge tenha sido justamente com “B.Y.O.B.”, mais um caso inexplicável de um sucesso que transcendeu a cena do Rock e Metal mesmo trazendo muito peso. Talvez seja o refrão grudento — que, aliás, nos dá um segundo riff marcante dentro da mesma música.

Fresno – “Quebre as Correntes” (2006)

“Quebre as Correntes” é mais um caso de não precisar ser fã para reconhecer que o riff marcou época. A Fresno era e é até hoje uma das maiores expoentes do Emo brasileiro, que definitivamente foi um movimento bem forte nos anos 2000 por aqui, e a canção é daquelas que remete imediatamente à nostalgia para quem viveu o período.

Kings of Leon – “Sex on Fire” (2008)

A última metade dos anos 2000 viu a guitarra praticamente sumir do mainstream. Ainda assim, pelo menos uma banda conseguiu um bom espaço para mostrar seu som: o Kings of Leon. Os caras tiveram não apenas um, mas dois hits fortemente baseados em guitarras, baixos e riffs — “Sex on Fire” e “Use Somebody” — e inovaram na forma de usar o instrumento, em especial na primeira.

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