Por Paulo Bettencourt
Olá, sou o Paulo de Portugal. Aceitando o convite e do Tony Aiex, criador do Tenho Mais Discos Que Amigos!, venho deste modo apresentar-vos os “10 artistas incríveis de Portugal que você ainda não conhece”.
Vivi no Brasil durante 2 anos (interior de São Paulo e em Porto Alegre) e muitas foram as pessoas que me confessaram conhecer poucos artistas de Portugal. Assim sendo, foi com uma grande alegria e satisfação que aceitei o desafio do Tony em listar 10 artistas de renome portugueses.
Concentrei-me assim em não citar meramente os actos musicais mais conhecidos do país mas sim concentrar-me nas maravilhosas “pérolas escondidas” portuguesas. Espero que gostem desta lista e espero o vosso feedback! Terão no fim deste artigo uma agradável surpresa! Até já!
Nota do TMDQA!: aproveite e siga a nossa playlist onde adicionamos canções desses nomes e, semanalmente, atualizamos a seleção com clássicos e novidades!
A música dos Dead Combo transporta-nos para um tempo que já não existe. O duo lisboeta cria uma fusão entre os gêneros de rock, fado e western. A música ambiente que prevalece bebe inspiração do blues rock e da tradição do folk popular. Embora os Dead Combo sejam portugueses, existe uma influência bem vincada da música sul-americana e africana.
Este tema em particular, “Cuba 1970”, é simplesmente das músicas mais marcantes e emocionantes dos Dead Combo.
Filho da Mãe é o alter ego de Rui Carvalho. Embora este guitarrista tenha as suas raízes na escola do punk e do hardcore, este seu projeto a solo encontra uma direção musical completamente diferente. O Filho da Mãe encontrou finalmente paz e, por causa disso, lança-se numa jornada a sós.
O homem e a sua guitarra. Percorrem diferentes mundos musicais, tendo como base apenas a acústica que lhe acompanha. “Não sei desenhar barcos” é das músicas portuguesas mais memoráveis dos últimos anos.
A batalha das tribos. O buscar das nossas origens. As raízes do nosso ser. Todas estes sentimentos que perpetuam e combatem a nossa paz interior são objeto de investigação musical por parte dos Blasted Mechanism. O grupo português é conhecido pela sua forte componente estética e pela sua dançável world music. A sua música funde elementos da música popular com um conjuntos de metais de sopro, tendo o eletrônico como música de fundo que nos transporte para outra dimensão.
Embora os Sloppy Joe sejam das bandas de ska e reggae mais talentosas de Portugal, nunca conseguiram o devido reconhecimento por parte da audiência e jornalismo especializado. Acabaram assim por ser remetidos para os subúrbios da vida musical e, eventualmente, esquecidos pelo público português. A boa notícia é que este desconhecimento é inversamente proporcional à unicidade da sua música. Os Sloppy Joe trouxeram uma lufada de ar fresco ao panorama musical, sendo que a vocalista do grupo possui um timbre único que canta e encanta neste mundo de paz e amor que é o ska.
Pura world music portuguesa, com influências diretas do continente africano. Os Terrakota proclamam a paz e a sua música é a arma com que combatem a opressão sistemática da política e, principalmente, das mensagens de intolerância e opressão. São dos grupos mais originais de Portugal e a sua qualidade musical encontra-se no mesmo patamar dos grupos internacionais do gênero.
Os Buraka Som Sistema são um grupo de música eletrônica de dança que encontra as suas bases nos géneros musicais africanos Zouk e Kuduro. Tocaram por uma década e, ironicamente, foram mais reconhecidos a nível internacional que nacional. A sua música ganhou vários importantes prêmios artísticos tais como o MTV European Music Award e, para além disso, os seus temas também fizeram parte da banda sonora de importantes videojogos tais como o FIFA 2010. Tocaram um pouco por todo o ano, tendo cessado a sua atividade em 2016. Esta é música que nos leva às raízes do nosso ser e da Mãe África.
Os Capitão Fausto são das bandas de rock/pop rock mais interessantes do cultural português dos últimos anos. A sua música é em tudo diferente do que já foi previamente feito em Portugal. Alguns dizem que são os Beatles portugueses. É uma muito honrosa e merecida comparação.
Na verdade, poderia estabelecer alguns paralelos com algumas bandas de rock brasileiras e, não é à toa que este single “Boa Memória” tenha sido gravado nos Red Bull Studios São Paulo.
Blues obscuro, misterioso e sensual. O The Legendary Tiger Man é o alter ego de Paulo Furtado, um rocker da cidade de Coimbra. O artista encontra a sua persona nesta one-man-band, criando assim um ambiente que nos remete diretamente ao mundo do Delta Blues. “Fuck Christmas, I got the blues” é uma verdadeira canção anti-natalícia, onde nada importa sem ser o blues. E isso não é a mais pura das verdades, no final de contas?
Os Linda Martini são uns verdadeiros poetas musicais. A sua música resume-se aos sentimentos mais puros do nosso ser, onde a dor encontra o amor. Porque, no final de contas, não sofremos todos com a afeição profunda que sentimos pelos demais? O rock pesado dos Linda Martini encontra um contraste com as suas letras mais vulneráveis e sentimentais. E assim canta esta banda de post-hardcore / post-rock: “Se o nosso amor é um combate / Então que ganhe a melhor parte”.
Nunca o amor foi tão bem resumido numa canção de rock portuguesa.
E o prometido é devido! Aqui está a nossa surpresa!
Por último, apresentamos-te o Portugarte! Um lugar onde será possível conhecer o melhor da arte portuguesa, e não só! Somos uma plataforma cultural que tem como principal finalidade divulgar a arte criada por vários países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe).
Estamos ainda a começar! Por enquanto, o responsável pelo estaminé sou eu! Apresento me novamente, sou o Paulo! Muito prazer!
Caso queiras colaborar de alguma forma com o Portugarte, escreve-me! Sugestões, colaborações e cartas de amor são sempre bem vindas!
Esperamos a tua visita no nosso humilde lar artístico, até já!