Rivers Cuomo (Weezer) em São Paulo, 2019
Foto por Aline Krupkoski

Rivers Cuomo pode ser hoje muito conhecido por seu excelente trabalho com o Weezer, banda que fez uma ponte importante entre o Emo, o Pop Rock e o Rock Alternativo — tudo com um quê de Punk.

Acontece que nem sempre o vocalista teve a cabeça tão aberta assim e ele relembrou seu passado, muito ligado ao Metal, em nova entrevista à Kerrang! (via NME). Por lá, ele contou:

Eu sempre estive em bandas conforme cresci, quando eu estava na escola e na primeira vez que me mudei para Los Angeles. Naquela época eu era quase anti-Punk: eu não curtia música Punk e nem a estética Punk. A minha atitude era quase que exclusivamente Metal: pratique as escalas, os arpejos, use um metrônomo e não seja desleixado. Eu era anti-niilista, mesmo.

Aí eu arrumei um emprego na Tower Records [famosa loja de discos da cidade] e conheci esse cara chamado Pat Finn que era 100% Punk. Ele tinha a cabeça raspada, ele tentava pegar nos seus testículos, ele tentava fazer o chefe bater nele e ele ouvia bandas Punk como o Black Flag, que eu não sabia nada sobre. Quando eu trabalhei lá, eu fui exposto a todos esses diferentes tipos de música — não por escolha, mas porque todos os empregados diferentes os tocavam — então eu gradualmente fui me interessando em sair da música pesada.

Primeiro eu pensei que eu pegaria o Pat Finn e o colocaria na minha banda de Metal. Eu falei pra ele que eu pensei que ele seria, tipo, o DJ que faz ‘scratch’ em cima das minhas músicas de Metal. Infelizmente a minha ideia do Pat ser meu DJ de Metal não rolou. Ele disse, ‘Eu não quero ser da sua banda, mas por que não começamos uma nova banda?’. Eu aceitei, o Pat Wilson estava na bateria e o guitarrista original do Weezer Jason Cropper também estava na banda. Era basicamente o Weezer, mas ao invés do Matt Sharp era o Pat Finn no baixo.

Nós todos escrevíamos músicas, eu mudei completamente de estilo e tentei fazer o oposto de tudo que eu havia feito antes. Foi essa acomodação de Funk e Punk com letras completamente cheias de besteira. Era muito doido e progressivo musicalmente, com compassos estranhos e mudanças de tempo e tudo mais. A gente tocou um show, e aí acabamos. História clássica.

É sempre interessante perceber como a banda ainda deixa a influência do Metal presente em algumas de suas canções, mas talvez ela esteja mais escancarada do que nunca em “The End of the Game”, um dos lançamentos mais recentes do Weezer.

Agora, já pensou se Rivers Cuomo fosse um ícone do Nu Metal com essa ideia de colocar um DJ pra fazer scratch nas suas músicas pesadas? Tem coisas que é melhor a gente nem imaginar mesmo…

Rivers Cuomo e o Metal

Vale lembrar que já falamos em um especial há algum tempo sobre o passado de Rivers no Metal, contando um pouco mais dessa história a partir de relatos antigos do músico — que, na verdade, nunca fez questão de esconder esse período.

Apesar disso, ainda é um pouco difícil encontrar gravações de suas bandas antigas. Mas você pode conferir tudo, inclusive uma música do passado de Cuomo, neste link.

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO

Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!