Hiran
Foto: Fernando Young

O rapper baiano Hiran tem arrancado elogios e se projetado cada vez mais para o Brasil. Parte fundamental de uma explosiva cena do hip hop nordestino, que também inclui nomes como Baco Exu do Blues e Rapadura, ele lançou seu disco de estreia, Tem Mana no Rap, em 2018.

Agora, ele lança seu segundo disco, intitulado Galinheiro, com maior visibilidade do que na época de sua estreia. Mas, apesar do resultado alcançado e do caminho trilhado até então, Hiran não se mostra satisfeito. Isso porque o disco é fruto de experiências pessoais do artista, que considera o ano de 2019 uma montanha russa de emoções.

Conforme ganhava nome, Hiran contemplou uma série de acontecimentos que o deixou preocupado em relação ao rumo da sociedade. O ano passado viu a proliferação de discursos de ódio, preconceitos e, em suas palavras, uma “política deprimente”. Mesmo assim, de acordo com o rapper, seu novo lançamento é um disco de amor em meio ao caos:

Eu estava vivendo em um ambiente de caos emocional e lutava por migalhas dentro de um contexto que eu mesmo não acreditava. Então quis dar uma resposta a essa realidade através do meu trabalho, produzindo, criando e ganhando com isso. É uma resposta à loucura que 2019 foi pra mim. Realizei sonhos e, ao mesmo tempo, estive mal por dentro no que se diz respeito ao amor e também à realidade que me vejo inserido, sendo corpo preto e LGBTQI+, numa conjuntura política deprimente. Mas ainda assim, posso afirmar que “Galinheiro” é um disco de amor no meio desse caos.

 

“Se ficou com gosto de ‘quero mais’ é que ainda não acabou”

Capa de "Galinheiro" (Hiran)
Arte: Rodrigo Araujo

O disco conta com a produção musical de Tiago Simões e Matheus Aloha. São nove faixas no total. Sete são inéditas, enquanto a faixa-título e “Kika (Com Cara de Mau)” já tinham sido divulgadas anteriormente. Fluido, dançante e limpo, o material, em menos de meia hora, mostra a poderosa versatilidade lírica de Hiran. De fato, é um disco essencialmente sobre o amor, mas sob diversas perspectivas, que vão desde o amor próprio até o amor por um determinado objetivo ou sonho, passando obviamente pela questão carnal.

E esses discursos se mostram potencializados pelas participações especiais contidas em Galinheiro. Hiran convocou um time eclético para ajudar as novas músicas a ganharem vida. Vai do funk de Nininha Problemática (em “Kika (Com Cara de Mau”) até a MPB de Tom Veloso (em “Gosto de Quero Mais”). Também estão inclusos Illy, Majur, DICERQUEIRA, Ed Oladelê e Astralplane).

Confira abaixo o disco na íntegra:

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