Nirvana
Foto: Wikimedia Commons

A morte precoce de Kurt Cobain chocou o mundo e, sem dúvidas, seus companheiros de banda Krist Novoselic Dave Grohl estavam entre as pessoas mais afetadas por ela.

Ainda assim, pouco mais de um ano depois do falecimento de Kurt, Dave lançou seu novo projeto — o Foo Fighters — com um álbum homônimo que está celebrando 25 anos de existência em 2020.

E, falando para Matt Wilkinson em uma nova entrevista do Apple Music (via NME), o baterista que virou vocalista e guitarrista contou mais sobre como o disco o ajudou a superar a morte de Kurt, destacando em especial uma música que serviu como um “exorcismo” de sentimentos:

A maioria das músicas naquele primeiro disco estavam lá havia algum tempo. Havia uma ou outra que eram novas. ‘This Is a Call’ é provavelmente a música que… tinha uma sensação diferente. Era um pouco mais animadora do que as outras coisas que eu escrevi antes. E especialmente vindo depois da morte do Kurt, ‘This Is a Call’ foi como uma renovação ou um novo despertar onde eu realmente encontrei alegria em tocar e compor.

Então é estranho porque quando você está naquele momento e você está em um período de perda ou pesar ou luto, é meio que só pegar um instrumento que você põe tudo pra fora. E serve meio que como um exorcismo, no qual você se sente bem por estar purgando vários desses sentimentos, mas aí também é uma chatice. Toda vez que eu pegava uma caneta ou a guitarra e começava a escrever algo, era só depressivo. E depois de um tempo eu fiquei, tipo, ‘Ah Deus, isso é tudo que eu tenho?’. E aí ‘This Is a Call’, algo desse jeito realmente… só pareceu tudo bem.

Mesmo uma música como ‘Good Grief’. Eu acho que essa deve ter vindo depois. Essa foi talvez depois que o Kurt havia falecido. Eu tenho certeza que foi, pelo menos a letra foi. Mas era feita para representar a alegria da tristeza de alguma forma, só tipo se sentir bem por se sentir mal.

Vale lembrar que “This Is a Call” foi o primeiro grande single dos Foos e você pode relembrar a música abaixo.

Dave Grohl e a morte de Kurt Cobain

Ainda na mesma conversa, Dave também falou sobre todo o processo de superar a morte de Kurt Cobain.

Ele revela que lembra de ter passado muito tempo com o baixista Krist Novoselic, para “ter certeza que estávamos bem”. Grohl conta também que recebeu diversos convites para tocar bateria, mas não sentiu que era a coisa certa a fazer. Ao invés disso, ele formou o Foo Fighters e explicou como deu os primeiros passos pra isso:

Depois do Kurt ter falecido, houve um período de todo mundo só se esconder do mundo e o nosso mundo inteiro estava de cabeça pra baixo.

Então havia um pesar, havia um luto. Nós todos nos unimos. Eu lembro de passar tempo com o Krist Novoselic e nós dois tendo certeza que estávamos bem. E aí eu fiz algumas viagens. Eu me lembro de ir… eu viajei para o Reino Unido. Eu não sei, eu só saí dirigindo por aí e pensando. E eventualmente, eu comecei a receber ligações de pessoas perguntando se eu queria tocar bateria com eles ou entrar em outra banda, e eu só não via isso acontecendo na época.

E eu sempre chegava em casa depois das turnês e gravava músicas sozinho, mas aquele sentimento tinha ido embora. Eu realmente não queria escrever ou até ouvir música, muito menos entrar em uma banda e tocar em uma. Então foi estranho, quando o tapete da sua vida é só tirado de você assim. Eu não acho que algum de nós realmente pensou sobre o que viria depois. Você ficava preso naquele momento.

Então eventualmente, eu só me forcei a levantar do sofá e pensei, ‘Ok, eu sempre amei fazer música e eu sempre amei compor e gravar músicas para mim mesmo. Então eu sinto que preciso fazer isso só pra mim’.

Felizmente, Dave mudou de ideia e ganhamos alguns dos melhores discos do Rock moderno, além de uma nova banda que certamente influenciou tantos outros grandes grupos por aí!

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