Andre Matos e Andreas Kisser no Irmandade do Blues

Por Bernardo Gasino

No dia 8 de junho, completa-se um ano desde que Andre Matos, uma das mais notáveis vozes do metal nacional, nos deixou, vítima de uma parada cardíaca.

Apesar de ser conhecido principalmente por ter fundado e participado de bandas como Viper, Angra e Shaman, o maestro esteve envolvido em inúmeros projetos e participações em seus mais de 30 anos de carreira. A seguir, citamos sete deles para relembrá-lo.

Sentimos sua falta, Andre!

 

1. Virgo

Entre sua saída do Angra e a criação do Shaman, Andre Matos resolveu aliviar o estresse e a tensão tirando férias na Europa. Lá, se reuniu com o amigo Sascha Paeth, produtor e guitarrista da banda Heavens Gate, para criar um projeto diferente do que vinha fazendo até então: o Virgo.

Apesar da veia metal inerente a ambos os músicos, a proposta era fazer um rock mais simples e até mais acessível, distante das megalomanias e virtuoses do heavy melódico. A principal referência foi justamente o Queen, banda que ambos os membros se assumiam fãs.

O único álbum do projeto foi lançado no final de 2001 e contém 11 faixas que apresentam facetas do maestro que os fãs não conheciam até então, como influências de blues, jazz e hard rock dos anos 70.

O disco também funciona muito bem nos momentos em que Andre faz suas famosas baladas ao piano, marca pela qual ficou conhecido em toda a sua carreira. “No Need To Have an Answer” é um excelente exemplo disso.

 

2. Symfonia

Se o Virgo foi um projeto de Andre Matos que se distanciava de seu aspecto power metal tradicional, o Symfonia foi justamente o contrário. Encabeçado por ele e seu amigo Timo Tolkki, do Stratovarius, o supergrupo também tinha membros de Sonata Arctica e Helloween.

As gravações do único disco da banda (chamado In Paradisum) foram feitas em uma cabana na Suécia, local onde todos residiam à época. Timo chegou a lançar um diário de estúdio em blog na época para aguçar a curiosidade do público.

O Symfonia acabou não atraindo muitos fãs, talvez por sua sonoridade muito parecida com a dos demais projetos de todos os membros (e até de outras bandas do gênero), e o projeto foi descontinuado logo após seu lançamento.

“Come by the Hills” foi uma das faixas que mais se destacou no trabalho. Confira:

 

3. Tommy

Tommy, do The Who, é citado por muitos como o marco-zero das óperas-rock. A narrativa ácida e a construção impecável do álbum acabaram chamando a atenção de muitos fãs: inclusive, de nosso maestro.

Por isso, para iniciar sua carreira de ator, Andre topou o desafio de interpretar o papel principal de Tommy em um espetáculo apresentado pela Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, em 2006.

Sua performance foi muito elogiada, e ele chegou a reprisar o papel em 2013, dessa vez acompanhado pela EMESP Tom Jobim. Infelizmente, não há registros em estúdio das apresentações, apenas os poucos vídeos amadores feitos por espectadores.

 

4. Projeto com Robertinho de Recife

Em 2018, Andre Matos anunciou que planejava fazer uma turnê ao lado de Robertinho de Recife, um dos grandes guitarristas do rock nacional. A continuidade desse projeto viria a ser um disco só de baladas, conforme noticiamos aqui.

Infelizmente, o álbum não chegou a acontecer, mas um registro da dupla (feito pelo próprio Robertinho) pode ser conferido no vídeo abaixo, em uma versão em inglês da música “Noturna”, que fez sucesso nos anos 80 na voz do cantor Fagner.

https://www.youtube.com/watch?v=nWlpai8d6tM

 

5. HDK

Fundado pelo guitarrista holandês Sander Gommans, da banda After Forever, o HDK é um projeto de metal melódico que já contou com a participação de grandes nomes da música pesada mundial como Ariën van Weesenbeek, do Epica, e Ariën van Weesenbeek, do Trillium.

O primeiro disco, System Overload, foi lançado em 2009, e Andre Matos empresta os vocais a duas faixas: “Request” e “Fine Lines”. Vale a pena conferir, já que a sonoridade era um pouco mais soturna que a de outros projetos do cantor.

https://www.youtube.com/watch?v=wiarrPHrFpY

 

6. Irmandade do Blues

A banda Irmandade do Blues foi fundada em 1992 no estado de São Paulo tendo como líder o guitarrista, gaitista e vocalista Vasco Faé, e até hoje permanece como um dos grandes nomes do gênero no Brasil.

Em 2008, em comemoração à sua carreira, gravou um DVD ao vivo no Teatro do SESC Santo André. Andre Matos participou de três faixas: “Mercedes Benz”, cover de Janis Joplin, “Rock and Roll”, cover do Led Zeppelin e “I Got The Blues”. Essa última também contou com as guitarras de Andreas Kisser.

Por mais que não tivesse o costume de cantar blues, o timbre do maestro se encaixou perfeitamente a todas as canções, mostrando a versatilidade de sua voz.

 

7. Corciolli

José Antônio Marchezani Corciolli, conhecido apenas como Corciolli, é um importante compositor brasileiro de música new age e fusion, com mais de 25 anos de carreira.

Para o décimo sétimo álbum (!) de sua carreira, Lightwalk, contou com a ajuda de um time de peso, que incluía o baixista Tony Levin (Peter Gabriel, King Crimson), o percussionista Naná Vasconcelos e o violinista Marcus Viana (que participou do histórico DVD RituaAlive, do Shaman). Andre participa da belíssima faixa “Star”.

Continua após o vídeo

Anos depois, a parceria seria reprisada no DVD Lightwalk Live at Auditorio Ibirapuera, em que Andre participou de quatro faixas, incluindo um cover de “Who Wants to Live Forever”, do Queen.

 

Bônus: “Another Night Gets Longer”, de Rodrigo Alves

Em 1997, Andre Matos fazia a turnê de divulgação do álbum Holy Land. Já Edu Falaschi preparava o primeiro álbum de sua banda Symbols, que o projetaria para o heavy metal brasileiro e ocasionaria sua entrada para o Angra em 2001.

Nesse ano, o músico Rodrigo Alves, convidaria ambos a participar da faixa “Another Night Gets Longer”, de seu disco Suddenly, juntamente com o cantor Cristopher Clark.

Se à época já se tratava de uma linda canção, hoje o registro marco o único encontro de dois dos vocalistas de um dos maiores nomes do metal nacional. Ouça a faixa abaixo:

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