The Strokes na Espanha em 2019
Foto do The Strokes via Shutterstock

O The Strokes deu uma entrevista à NME depois de quase dez anos sem conversar com a publicação e falou sua sobre relação com a imprensa, as impressões que têm da última década, política, o aniversário de 20 anos de seu primeiro álbum e mais.

A chamada da matéria destaca uma fala de Julian Casablancas sobre jornalistas puxarem o saco dos artistas pessoalmente, enquanto os entrevistam, e detonarem seus trabalhos na hora de escrever uma crítica.

A jornalista Rhian Daly descreve em seu texto que o quinteto parecia estar o tempo todo desconfiado durante o bate-papo, como se ela estivesse lá para pregar uma pegadinha neles. Ela, porém, diz que é só uma fã do trabalho dos caras, mas que entendia que para eles podia soar justamente como em outras más experiências.

Não sei como as pessoas estão na NME hoje em dia, mas sei que a tendência é que o jornalista beije sua bunda na sua cara e depois fale merda quando estiver escrevendo o artigo.

Daly diz perceber uma grande mudança de postura dos integrantes que agora têm uma espécie de filtro para responder às questões da imprensa. A fama do The Strokes antigamente era de estarem bêbados para receber os jornalistas e até de desligarem seus gravadores e interromperem suas perguntas.

Novo álbum do The Strokes

O trabalho mais recente da banda, The New Abnormal, saiu em abril e marca uma nova fase do grupo depois uma década quase que perdida e que, pelo jeito, os próprios caras preferem não falar sobre. “É complicado,” define Julian sobre os discos Angles (2011) e Comedown Machine (2013).

Albert Hammond Jr., porém, diz que não os julga da pior maneira e revela que se divertiu muito produzindo o trabalho lançado há sete anos. “Partes dele são algumas das minhas coisas favoritas,” revela.

Quando falamos do disco deste ano, a conversa muda. Todos eles concordam que o processo de produção foi o menos estressante e o mais parecido de todos com o de Is This It, prestes a completar 20 anos. Aliás, a banda não planeja nenhuma comemoração por enquanto.

Julian Casablancas afirma que depois de certa idade, as pessoas já não gostam mais de comemorar aniversários. “Dar uma festa de 40 anos é deprimente e embaraçoso,” fala sobre sua experiência pessoal, aos 41 anos de idade. Mas deixa aberta a possibilidade de algo posterior, quando os números tiverem sido digeridos melhor.

The Strokes

Na mesma entrevista, Casablancas diz que tem ouvido bastante Black Midi e Crack Cloud, e a banda fala ainda sobre como se sentiu pressionada a lançar logo o Room On Fire (2003), ou então, perderiam o time e veriam a carreira acabar, e revela também que quase atrasou o lançamento do material mais recente por causa do novo coronavírus.

Eles estão quase especialistas em divulgar novos trabalhos em meio ao caos. Antes do The New Abnormal durante uma pandemia, em 2001 o vinil do Is This It saiu em 11 de setembro, dia do atentado às torres gêmeas, e mais tarde a faixa “New York City Cops” foi removida do álbum físico para evitar provocações.

Atração do comício do ex-pré candidato à presidência dos Estados Unidos, Bernie Sanders, os cinco integrantes do The Strokes revelam seu voto em Joe Biden na próxima eleição americana. Ele é o substituto de Sanders pelo partido democrata na corrida eleitoral e carrega no currículo o cargo de vice-presidente de Barack Obama.

“Se ele escolher o Bernie Sanders como vice, ele venceria facilmente. Mas acho que ele não fará isso,” confessa Julian Casablancas, meio desanimado com a possível derrota de Biden numa reeleição de Donald Trump.

Sobre o futuro, os integrantes do The Strokes estão confiantes de que não terão outro intervalo de sete anos para lançar mais um trabalho. E apesar do distanciamento para combater a transmissão da COVID-19, dizem que estão mais próximos do que nunca.

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