Donald Trump
Foto: Wikimedia Commons

Pela primeira vez na história, o Twitter se sentiu na obrigação de intervir em uma publicação do presidente americano Donald Trump por acreditar que ele estaria disseminando fake news.

Isso aconteceu em um Tweet publicado por ele acusando de antemão que as eleições de 2020 nos EUA serão fraudulentas por conta do sistema “mail-in” que deve ser adotado em massa devido à pandemia, já que permite que os votos sejam feitos diretamente de casa e recolhidos pela agência de correios americana.

Após a repercussão da postagem, a rede social adicionou um botão que indica para os “fatos” sobre a eleição por cartas, que leva a uma página dentro do próprio Twitter com diversas informações sobre a eficiência do sistema e o baixo índice de fraudes identificado nos últimos anos.

Abaixo, você pode ver um screenshot da publicação em questão (via Deadline).

Donald Trump e redes sociais

Donald Trump, fake news no Twitter
Foto via Deadline

Muitos dos apoiadores de Trump citaram um impedimento de seu direito de liberdade de expressão — ainda que a plataforma seja uma empresa privada e tenha seus próprios termos de serviço e funcionamento. O presidente americano não chegou a citar esse fator, mas deixou uma ameaça às empresas do ramo:

Os Republicanos sentem que as Plataformas de Redes Sociais silenciam totalmente as vozes conservadoras. Nós iremos regular fortemente, ou fechá-las, antes que isso possa acontecer de qualquer forma. Nós vimos o que elas tentaram fazer, e falharam, em 2016 [nas eleições]. Nós não podemos deixar uma versão mais sofisticada disso acontecer novamente. Assim como não podemos deixar a Eleição Mail-In em larga escala criar raízes no nosso País. Seria uma eleição com altos índices de trapaças, falsificações e roubos de votos. Quem roubasse mais iria ganhar. Da mesma forma, Redes Sociais. Se ajeitem, AGORA!!!!

Ainda segundo o Deadline, para que essas ameaças fossem efetivadas seria necessário um ato muito mais complexo do que o próprio mandatário poderia fazer sozinho. Isso porque de acordo com as leis americanas, o direito de liberdade de expressão é irrevogável apenas no que diz respeito à regulação do governo, permitindo que empresas privadas usem seus próprios termos e regulem da forma que acharem melhor.

Enquanto isso, para Suzanne Nossel, que comanda a PEN America, uma instituição que defende a liberdade de expressão no país, a ameaça de Trump é “semelhante a uma ameaça de fechar um canal de TV ou jornal por uma matéria que seja considerada contrária à sua vontade”. A especialista ainda ressalta que ele “não tem a autoridade para silenciar essa plataforma e seus usuários”.

Você pode conferir os Tweets do presidente abaixo.

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