Adam Clayton, baixista do U2, em 2020
Foto: Reprodução / YouTube

Adam Clayton, baixista da lendária banda irlandesa U2, está respeitando a quarentena e o isolamento social.

Da sua casa, o músico de 60 anos de idade conversou com o pessoal do The Late Late Show, programa de televisão da Irlanda, e por lá falou a respeito de saúde mental, principalmente em uma fase tão difícil das nossas vidas.

No passado, ele já debateu abertamente o fato de que sofreu com a depressão e a dependência química, principalmente em relação ao álcool.

Na entrevista, pediu para que as pessoas que estivessem passando por problemas procurassem ajuda, refletindo:

Sim, eu acho que é muito estressante para as pessoas. Estar dentro de casa, em espaços pequenos, talvez com crianças, talvez tendo que trabalhar de casa se as pessoas ainda tiverem seus empregos. Talvez tendo acesso a um computador, talvez não.

Esse estresse e ansiedade sobre o que está acontecendo no seu emprego. O fato de que você não tem um espaço pessoal nem pra fazer uma ligação por conta própria. Isso causa ansiedade e para qualquer pessoa sentindo isso, há ajuda aí fora.

É imensamente difícil lidar com essas coisas e em uma situação de isolamento, quando você está sozinho com a própria mente e os pensamentos que vagam pela sua cabeça, é algo extremamente estressante.

Adam Clayton e Saúde Mental

O baixista foi então questionado sobre como conseguiu superar as suas próprias questões, e disse (via RTE):

Acho que foi com honestidade. Encarando a honestidade. Encarando o fato de que eu precisava fazer parte de uma comunidade. Eu precisava de algum tipo de comunhão. Eu precisava de algum tipo de relacionamento com outros seres humanos para falar sobre o que estava acontecendo comigo.

Clayton ainda falou sobre uma questão que sempre aparece quando celebridades e pessoas com boas condições financeiras lidam com problemas de saúde mental:

Tudo ao meu redor estava me dizendo que eu deveria estar no topo do mundo, e que isso era a melhor coisa que poderia acontecer comigo.

Mas havia um vazio, e é isso que o vício traz, quando você começa a ter o desejo de se afastar dos sentimentos e ter um baixíssimo senso do quanto você vale.

Eu tive sorte. Eu pude dar um tempo e tive condições de ir a uma clínica de reabilitação e eu realmente aprendi a pensar e como ser um ser humano nessa situação. Aquilo me devolveu a minha própria vida. Eu tenho uma vida maravilhosa. Eu posso aproveitar o fato de ter uma esposa e um filho e meus colegas de banda, e eu também posso aceitar o fato de que preciso de uma comunidade para me sentir bem… eu tive a minha vida de volta. Quero dizer, isso foi há 20 e tantos anos.

Sobre o alcoolismo especificamente, Clayton fala sobre como isso quase afetou a sua relação com o U2:

Eu acho que cheguei a um ponto onde meu alcoolismo estava me distanciando da única coisa que havia me dado uma vida boa. A única oportunidade que eu tive na vida foi a música e eu cansei de não conseguir alcançar meu potencial completo. Eu acho que eventualmente amadureci o suficiente para perceber isso e perceber que o álcool estava me puxando pra trás.

Ao final da entrevista, o apresentador diz que Adam parece feliz e ele afirma que está sim feliz, e que atingiu a felicidade “tardiamente”:

Eu me casei tarde na vida e eu tive filhos tarde na vida. E eu realmente estou aproveitando a minha criança de 3 anos de idade que consegue dizer a palavra ‘magnolia’, o que é realmente impressionante.

Procure Ajuda!

Se você passa por problemas de saúde mental e gostaria de procurar algum tipo de ajuda, conheça o trabalho do CVV – Centro de Valorização da Vida.

O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

O número de telefone para entrar em contato com eles é 188. Você pode conferir a lista de estados disponíveis clicando aqui.

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