Chicano Batman
Foto por George Mays

Dona de uma discografia ótima e um dos melhores nomes de banda, a Chicano Batman está lançando seu novo álbum Invisible People com um som que bebe de influências que vão do rock ao soul passando pela música latina, incluindo a brasileira.

Para o álbum, a banda trabalhou com Shawn Everett, produtor vencedor do Grammy, conhecido por parcerias com Alabama Shakes, The War on Drugs, Kacey Musgraves e Julian Casablancas. Com a produção de Leon Michels (Sharon Jones & Dap-Kings, Lee Fields) e a mixagem de Everett na direção do disco, o som com influências da tropicália se transformou numa versão mais polida e densa.

Falamos – em português – com o baixista Eduardo Arenas sobre a nova fase da banda e a relação deles com a música brasileira.

TMDQA!: Como vocês estão levando a quarentena?

Chicano Batman: De um modo estranho, cara! (Risos) Eu tive meu primeiro filho pouco tempo atrás e o nosso vocalista, na semana passada (no momento da entrevista). Apesar de ser um momento difícil, é um momento bacana para aproveitar estar em casa. Está sendo curioso testar algo novo e não tradicional para o nascimento do disco. Mas estamos gostando do fato que a nova cara das artes é uma relação mais próxima entre as pessoas. É uma boa meta para termos.

TMDQA!: O que mais mudou em vocês nesses 10 anos entre o primeiro álbum e o Invisible People?

Chicano Batman: Nesse disco queremos mudar tudo, incluir mais synth… Tem algo de muito difícil quando você quer simplificar as coisas. Buscamos uma nova cara com uma união de tudo que nos formou musicalmente, da cumbia, tropicália, salsa…

TMDQA!: Vocês acham que criar músicas é um modo de trazer essas “invisible people” para um lugar onde elas se tornam visíveis?

Chicano Batman: Acho que sim. Mas o nosso som surge de um modo diferente, não é tipo um Rage Against The Machine. Acreditamos que você não precisa ser político sempre, mas que você precisa falar a verdade. E estamos em uma comunidade, a latina, onde não temos uma apreciação verdadeira dentro da cultura e da economia. Queremos mostrar que estamos aqui, criando arte, e que vamos ficar. Já ouvimos algumas vezes pessoas falando, sem notar o quanto isso é ofensivo, que fazemos um som bom mesmo sendo latinos… Queremos usar nossa plataforma pra tentar mudar um pouco isso.

TMDQA!: Eu ouço o som de vocês quando estou meio pra baixo. Nesse momento que todos estão assim, o novo disco pode ser um alívio?

Chicano Batman: (Risos) Sim, isso é interessante e não tinha pensado nisso. Eu acho que vai ser um alívio quando pudermos tocar ao vivo mesmo. Nos reencontrarmos. Acho que vai ter um momento depois que isso passar que vamos precisar refletir e repensar muita coisa.

TMDQA!: E tem sempre algo no som de vocês que me faz pensar “esses caras entendem de música brasileira”. Eu queria saber o quanto vocês sacam…

Chicano Batman: (Risos) A gente ama. Eu pessoalmente amo Tim Maia, Di Melo, Black Rio. Gosto muito do Curumin, Céu. Seu Jorge. Ouço muito o material dos anos 70, tipo Novos Baianos, eles são como água. Fico muito surpreso sempre que ouço.

TMDQA!: Rapaz, quando tudo isso passar, precisamos ver vocês por aqui!

Chicano Batman: É um sonho nosso. A gente toparia tocar pra tipo umas 3 pessoas desde que fosse aí! (Risos)

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos? Algum disco é um amigo pra você?

Chicano Batman: Sim! E nossa, que pergunta difícil. Pra mim seria o Jóia, do Caetano Veloso. Não por ser do Brasil. Esse é realmente um dos meus discos favoritos da vida. É um remédio pra qualquer coisa.

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