Ramones

Os Ramones deram de presente ao mundo, no final da década de 70, discos que mudaram os caminhos do punk rock. Uma sequência clássica com o primeiro lançamento, homônimo, em 1976, Leave Home e Rocket To Russia em 1977 e Road To Ruin, em 1978.

O punk viveu a sua ebulição nesse período e adentrou os anos 80 com alguns outros estilos se fazendo tão fortes quanto o movimento e nisso, os Ramones continuavam a sua busca por ainda mais reconhecimento, lançando um álbum após o outro e caindo na estrada em intermináveis turnês.

A nova década para o quarteto americano trouxe alguns problemas internos, mudanças de formação e uma série de outros lançamentos, sendo que alguns deles não foram tão aclamados como os mais importantes da discografia, mas trouxeram faixas que se fizeram presentes nos shows até o final da carreira da banda.

São discos que merecem muita atenção e continuaram a influenciar toda uma geração que viria a dar mais uma sacudida no punk, aliado ao hardcore, principalmente no final da década de 80 e começo da década de 90, onde o mundo ganhou mais uma geração super importante de artistas no estilo.

Vamos relembrar os anos 80 dos reis do punk rock com uma faixa de cada disco, lançado na década.

1980 – End Of The Century – “Do You Remember Rock And Roll Radio?”

O quinto disco dos Ramones trazia mudanças quase radicais para o estilo inconfundível apresentado nos primeiros trabalhos.

O produtor Phil Spector tentou ao máximo levar a sonoridade para um lado pop, começando na capa, onde os Ramones apareceram pela única vez com roupas fora da cor preta, sem o visual habitual com jaquetas de couro e calça jeans.

As gravações renderam algumas das histórias mais famosas envolvendo os Ramones, como o fato de Phil ter feito o guitarrista Johnny Ramone repetir por oito horas consecutivas o riff inicial de “Rock And Roll High School”. Pra quem estava acostumado a gravar praticamente ao vivo, foi uma verdadeira tortura.

O disco rendeu ótimos momentos, com faixas como a já citada “Rock And Roll High School?”, “Chinese Rock”, “Let’s Go”, “I Can’t Make It on Time”, “I’m Affected” e “Do You Remember Rock and Roll Radio”.

1981 – Pleasant Dreams – “The KKK Took My Baby Away”

O primeiro disco a não apresentar uma imagem dos integrantes na capa trazia um dos grandes clássicos da discografia, a faixa “The KKK Took My Baby Away”, que abordava uma das maiores controvérsias em torno dos Ramones.

Segundo algumas fontes, o vocalista Joey Ramone havia feito a música para relatar o fato de que o guitarrista Johnny Ramone estava saindo com Linda, que namorava Joey na época. Linda Ramone casou-se com o guitarrista em 1984 e os dois estiveram juntos até o falecimento de Johnny em 2004.

O fator da motivação da letra, que causou a briga entre os dois integrantes, foi desmentido anos depois por Michael Leigh, irmão de Joey, que afirmou que a letra se tratava, na verdade, de uma namorada, chamada Wilna, que o irmão teve no início dos anos 70.

1983 – Subterranean Jungle – “Psycho Therapy”

O sétimo álbum talvez seja um dos que mais passou sem tanto destaque na excelente discografia do grupo.

A banda parecia apresentar um certo cansaço em sua própria fórmula e os integrantes, principalmente Johnny Ramone, pareceram sentir ainda mais o fato de que o quarteto não alcançava um patamar de reconhecimento maior do que já estava há alguns anos.

De qualquer forma, os destaques ficam por conta de “Outsider”, que traz pela primeira vez o baixista Dee Dee Ramone liderando os vocais em uma faixa, e “Psycho Therapy”, música com presença obrigatória em qualquer show daí pra frente.

1984 – Too Tough To Die – “Howling At The Moon (Sha-La-La)”

O disco teve as composições lideradas por Dee Dee Ramone, que das treze faixas assinou nove, incluindo a faixa título (“Duro Demais Para Morrer”), feita em homenagem a Johnny Ramone que sofreu uma fratura no crânio após se envolver em uma briga num bar onde foi brutalmente agredido, passando alguns dias no hospital.

O disco marca também a saída do baterista Marky Ramone, que já durante as gravações do disco anterior enfrentava problemas sérios com o alcoolismo e abuso de drogas, chegando inclusive a faltar em alguns shows. Marky foi substituído por Richie Reinhardt, que se tornaria Richie Ramone e ficaria no comando das baquetas nos próximos lançamentos.

1986 – Animal Boy – “Somebody Put Something In My Drink”

Os conflitos internos e burocráticos, muitos deles entre Joey, Johnny e Dee Dee, estavam trazendo consequências mais comprometedoras para os Ramones.

Mais uma vez, Dee Dee assumiu a maioria das composições enquanto Joey se afastou muito do processo criativo. Entre as composições do baixista, está “Love Kills”, um tributo a Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols.

Uma das provas do desgaste que acontecia dentro do banda entre os integrantes principais, foi que o grande destaque do nono trabalho de estúdio, foi “Somebody Put Something In My Drink”, composta por Richie Ramone.

1987 – Halfway To Sanity – “I Wanna Live”

O disco marcou a saída de Richie Ramone das baquetas, logo após a gravação do novo disco e posteriormente o retorno de Marky Ramone, que recuperado, entrou uma mega turnê pelos Estados Unidos e Europa.

Halfway To Sanity devolve uma boa fase aos Ramones, apesar da crítica não o ter recebido tão bem, num disco recheado de boas faixas como “Bop ‘Til You Drop”, “Garden Of Serenity”, “Death Of Me”, “Go Lil’ Camaro Go”, com participação de Debby Harrie, do Blondie e “I Wanna Live”.

1989 – Brain Drain – “Pet Sematary”

O final da década de 80 chegou com um dos discos mais aclamados dos Ramones, o que era merecido depois de tantos anos de estrada e várias tentativas de chegar num patamar maior.

Com o trio Joey, Johnny e Dee Dee inspirados, foi fácil reunir canções como a emblemática “I Believe In Miracles”, “Don’t Bust My Chops”, “Palisades Park”, “Learn To Listen” e “Ignorance Is Bliss”, para citar apenas algumas de um disco praticamente impecável.

“Pet Sematary” virou a trilha do filme Cemitério Maldito, baseada na obra homônima do mestre do terror, e fã da banda, Stephen King, ajudando ainda mais a popularizar aquele que seria o disco mais vendido dos Ramones.

Apesar de marcar o último trabalho de estúdio do baixista Dee Dee Ramone, Brain Drain ajudou a transformar o quarteto de Nova York num fenômeno também na América do Sul e abria as portas para a entrada da banda nos anos 90 de uma forma mais viva do que nunca.

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