Amyl & the Sniffers
Foto via The Guardian

O isolamento devido ao novo coronavírus está impactando as vidas de muita gente. No entanto, para algumas bandas, a quarentena veio acompanhada de uma escolha bastante difícil.

Em um novo especial, o The Guardian conversou com artistas ao redor do mundo que estão vivendo os efeitos da crise de forma potencializada. É o caso dos britânicos do Sports Team, que estavam se preparando para lançar seu disco de estreia; a decisão final foi de atrasar o lançamento, e os caras aproveitaram para voltar ao estúdio. O baterista Al Greenwood relatou:

Estivemos lá [no estúdio] por 10 dias antes da quarentena e aí tivemos que fazer uma dura escolha: priorizar a banda ou estar com nossos entes queridos. No fim das contas, concordamos em ficar no estúdio indefinidamente. […] Mas aí nos disseram que tínhamos que sair. Agora, há uma completa incerteza e estamos todos em partes diferentes do país, tentando fazer um clipe.

Outra banda em situação parecida é a australiana Amyl and the Sniffers. Revelação do Punk, o quarteto está morando junto em uma casa de três quartos — o guitarrista dorme em uma cabine, como conta a vocalista Amy Taylor:

Somos quatro de nós em uma casa de três dormitórios e o guitarrista, Declan, dorme na cabine. É tipo estar em turnê, mas não estamos fazendo shows. […] Eu sinto que todas as bandas vão fazer um disco sobre ficar preso dentro de casa, e eu não quero isso. Mas a quarentena provavelmente vai nos mudar um pouco. Eu sei que os rapazes têm brincado na guitarra durante o dia, então eles provavelmente vão ficar melhores em seus instrumentos.

Músicos em isolamento

A banda escocesa Walt Disco é mais um exemplo. Com seis músicos em um flat, sendo quatro integrantes do grupo, todos têm tentado usar o tempo da melhor forma possível e chegaram até a filmar um clipe para o single “Cut Your Hair” com iPhones e dentro do apartamento. Além deles, vivem na casa Ali, baterista da Lucy and the Best Boys, e Anna, vocalista da Medicine Cabinet.

O tecladista Dave explica que o quarto virou “um espaço de performance” e que todos já desistiram de seus espaços pessoais há muito tempo. Já o frontman James afirma que divide a cama com o baixista, Finlay, e o guitarrista Charlie dorme no sofá. O único problema, segundo ele, são as manhãs em que todos querem tomar banho ao mesmo tempo — além da questão financeira, claro, que fez com que a banda pedisse assistência ao fundo britânico para ajuda aos músicos durante o Coronavírus.

A situação também está afetando bandas da África, como o Fulu Miziki. Conhecido por fazer música usando pedaços de sucata, o grupo da República Democrática do Congo está ilhado na Uganda, no estúdio da gravadora Nyege Nyege Tapes. O líder Pisko Crane comentou:

Deveríamos ficar aqui por três meses para gravar nosso ´ålbum, mas aí o país fechou os aeroportos. É difícil estar longe de nossas famílias mas nós estamos acostumados a trabalhar em condições difíceis. A música está nos ajudando muito no confinamento. […] Nós fizemos uma música sobre o coronavírus e também estamos fazendo roupas e máscaras para espantar o vírus. Até no tempo do corona, a música tem um papel importante a cumprir.

Vale lembrar que, nesse período, é mais importante do que nunca apoiar os artistas independentes. Separamos uma espécie de guia por aqui, e abaixo você pode ver alguns exemplos do trabalho dos entrevistados pelo The Guardian e apoiá-los da forma que achar melhor.

Conheça o trabalho dos artistas entrevistados

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