Como acabamos de te contar por aqui, hoje completaram-se 40 anos da morte do lendário Bon Scott.
No dia 19 de Fevereiro de 1980, com apenas 33 anos de idade, o cantor escocês do AC/DC morreu em Londres, dentro de um carro, após uma noitada na casa de shows Music Machine (hoje conhecida como KOKO).
Em um especial para a Consequence of Sound, o escritor Greg Prato passou o último ano entrevistando lendas do Rock e do Metal para reunir depoimentos de amigos, fãs e ex-companheiros de banda do eterno Scott. As citações foram compiladas no livro A Rockin’ Rollin’ Man: Bon Scott Remembered, já à venda no Brasil mas ainda sem tradução.
Por aqui, resolvemos selecionar algumas das principais falas em tributo ao vocalista. Confira abaixo!
Deve ter sido em 78 ou 79. Tinha um programa de rádio na Inglaterra toda sexta-feira, chamado ‘The Friday Rock Show’ — e o DJ era Tommy Vance. E ele tocou ‘Let There Be Rock’. Eu nunca tinha ouvido antes, e eu pensei, ‘Que diabos é isso? Isso é legal — eu quero um pouco disso!’.
E aí eu acho que algumas semanas depois disso, tinha essa nova coisa na televisão, também — ‘Sight and Sound’. Era algo pioneiro, porque você tinha a sua TV, e aí você podia sintonizar um canal no rádio, e fazê-lo sair de seus alto-falantes, mas também da TV — o que era bastante revolucionário na época. Mas eu me lembro de estar sentado lá com meu pai. O Nazareth ia estar lá. Mas de repente, não era o Nazareth — eles tiveram que cancelar por algum motivo. E era o AC/DC. Nós só sentamos lá, impressionados. Foi incrível — nunca tínhamos visto nada como aquilo.
Bon era um verdadeiro cavalheiro. Não há dúvidas de que Bon gostava de tomar uma — ele sempre tinha uma garrafa consigo no palco ou qualquer coisa assim. Mas eu posso te dizer isso hoje, quando acordávamos de manhã [quando o Judas Priest abriu para o AC/DC na turnê ‘Highway to Hell’ na Europa em 1979] — fosse em aeroportos ou o que quer que fosse — Bon estaria sempre ali, bem vestido, bem apresentado. Como se ele estivesse saindo à noite.
É o som da sua voz cara, sem dúvidas. Eu nem sei como chamar — é quase como uma fala arrastada australiana. Ele tinha a pronúncia e a atitude. Atitude é uma coisa grande, com certeza. Acho que quando você pensa em rock n’ roll de chutar bundas, é difícil vencer o AC/DC.
[A era Bon Scott é tão famosa] Porque é atemporal. Não importa quando você vai ouvir essas músicas. Existe um aspecto atemporal nelas, e é o que as torna especiais. Qualquer banda pode escrever de um jeito que é atemporal e irá durar para sempre, e irá superar em muito, muito os seus tempos de vida. É assim que é.
Eu não acho que eles miraram em nenhuma moda — eles fizeram uma moda. E acho que essa é a diferença no final. Bandas que fazem a moda duram para sempre. Bandas que seguem a moda estão aqui hoje, somem amanhã. É assim que eu vejo.
[Quero que ele seja lembrado] Como um pioneiro — para pessoas como eu. Um inovador — um inovador lírico, quando se fala de escrever canções bem sujas. É infeliz que ele não estivesse vivo para a indução no Hall da Fama do Rock and Roll, porque ele merecia. Ele foi uma grande parte disso. Na rádio, eles ainda tocam ‘Dirty Deeds’ até hoje… e eles tocam ‘Back in Black’, eu entendo, mas eles também tocam ‘Dirty Deeds’ e ‘T.N.T.’ — eu ouço isso o tempo todo na rádio. Ele vai estar morto há 40 anos agora, e ainda falamos sobre ele. O legado ainda está ali.