Marcelinho Carioca e Amaral
Foto: Folhapress

Ah, os icônicos anos 90… aquela época onde não havia limites para o entretenimento brasileiro. Esse período rendeu algumas coisas peculiares na músicas e uma delas foi o grupo de “Pagode Gospel” formado por nada mais nada menos que os jogadores de futebol Marcelinho Carioca e Amaral.

Na época, ambos estavam no time do Corinthians, e, além de dividir a rotina do clube, também dividiam a rotina dos shows do grupo Divina Inspiração. O hype foi tão intenso que, em apenas três semanas de lançamento os pagodeiros tiveram 120 mil cópias vendidas.

Na TV

No auge, tanto do grupo quanto das atuações no time de futebol, a dupla conseguiu participação em quase todos os programas televisivos dos anos 1990 para cantar o sucesso “Olhos Espirituais”.

A primeira aparição foi a cobertura do ensaio que aconteceu no programa Esporte Espetacular, da TV Globo. O repórter Mauro Naves foi ao condomínio de Marcelinho Carioca e quem se destacou foi Amaral, que sequer sabia o nome das músicas e só as reconhecia pela ordem da versão de estúdio. Mesmo sendo ele quem originou o nome da banda.

Logo após, os seis integrantes foram parar no sofá da Hebe. Devido aos compromissos do futebol, Amaral nem sempre comparecia. O mesmo rolou no programa da Eliana, e junto com duas dançarinas, a apresentadora sambou bastante. Logo após a música, ela questionou a ausência do Amaral e Marcelinho lembrou que os dois não estavam mais juntos no clube: “O Vasco não o liberou”.

Já no Gugu, o apresentador conversou com o grupo logo após a performance do hit, e Marcelinho aproveitou a deixa para mandar uma mensagem para os críticos: “o Divina Inspiração está gerando emprego para muita gente e abençoando muitas famílias,” e na sequência Gugu afirmou que “não há mal nenhum, através de um samba, levar a mensagem de Deus”. Tudo sem esquecer o passinho.

Um dos momentos mais emblemáticos do grupo foi no Planeta Xuxa, quando a banda mandou ver na mensagem de “Olhos Espirituais” (“Antes eu pensava que felicidade era ter um carro bom, era ter muito dinheiro, era ter muitos amigos no mundo”) e Marcelinho voltou a falar sobre os críticos que diziam que pagode, futebol e religião não deveriam se misturar.

Outra atração da performance, inclusive, foi o filho do Amaral, então com um ano de idade, que pegou um microfone e deixou a apresentadora encantada. Confira abaixo:

https://www.facebook.com/futebolretrotf/posts/1941825216066975

Continuando na saga de levar “mensagens de fé e esperança com o maior suingue”, o Divina Inspiração foi fazer sua performance no Programa do Faustão. O apresentador jogou o famoso bordão “quem sabe faz ao vivo”, e o grupo, desesperado, respondeu com “ao vivo não, vai ser playback mesmo”. E, ainda assim, o improviso comeu solto: Amaral estava com uma joanete no pé e deixou o sapato mais solto para que não incomodasse. Durante a famigerada coreografia, o sapato foi longe e continuou a performance descalço. O jogador lembrou esse momento no programa Boleiragem, do SporTV:

Em outra entrevista, no Resenha ESPN, Amaral aproveitou para cutucar sobre a “Divina Confusão”: “Vendemos 500 mil cópias e o Marcelinho pegou todo o dinheiro. Marcelinho, dá meu dinheiro!”.

Que fim levou

De acordo com matéria do UOL, em Dezembro de 1999, na conquista do bicampeonato brasileiro do Corinthians, Marcelinho afirmou que estava deixando a carreira de pagodeiro gospel. Depois de tanto de desdobrar entre o clube, apresentações, ensaios e programas de TV, cravando:

Montei a banda para ajudar amigos que estavam desempregados, passando fome. Mas sou um homem do futebol. Agora, vou pensar apenas em jogar e voltar à seleção. A banda vai continuar sozinha.

Contudo, dois instrumentistas entraram com um processo por danos morais contra Marcelinho, afirmando que tinham sido enganados por ele. Toda a saga foi narrada no portal Istoé na mesma época.

Nada mais oportuno do que unir futebol, pagode e religião no mesmo balaio, não é mesmo?

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