10 – Quazimorto – Cold Front

Quazimorto - Cold Front

Outra banda de Santa Catarina a aparecer na lista, a ótima Quazimorto mostrou sua frente fria ao Brasil com Cold Front, um álbum cru e visceral com 9 músicas e 21 minutos de duração.

Se em determinados momentos o grupo soa como as primeiras demos de lendárias bandas Punk, em outros parece replicar elementos experimentais e do rock progressivo de grupos como o Mars Volta.

Em um encontro abusado quase todo instrumental, proporcionou passagens dignas do que havia de melhor nas rádios universitárias dos Estados Unidos dos Anos 90 e, assim como veio, se foi, já que a banda anunciou seu fim e já até fez o show de despedida em Florianópolis.

 

9 – Liniker e os Caramelows – Goela Abaixo

Liniker e os Caramelows - Goela Abaixo

Carinho. Muito se fala, especialmente nos dias atuais, sobre o que nos divide, mas pouco se fala sobre aquilo que nos une. Em Goela Abaixo, o grupo Liniker e os Caramelows busca, através da suavidade neo soul que o consagrou no disco de estreia, provocar reflexão.

“Não se trepa em 15 minutos,” enfatiza a vocalista Liniker Barros em “Textão”. A ideia é aproveitar ao máximo o tempo e o que você tem a seu dispor. Não deixe que o ódio e as negatividades te consumam. A vida é (bem) maior que isso.

 

8 – YMA – Par de Olhos

YMA - Par de Olhos

Um dos destaques do ano, Par de Olhos é a estreia da talentosíssima artista YMA e, desculpem a repetição, mas outro “disco de meia hora” que cumpre bem demais o seu papel.

São oito canções e 26 minutos onde viajamos por um clima retrô e confissões pessoais baseadas em synths, guitarras e um vocal grandioso.

 

7 – Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart

Ana Frango Elétrico - Little Electric Chicken Heart

Há algum tempo temos falado sobre Ana Frango Elétrico por aqui e em 2019, como gente grande, a jovem artista lançou um álbum sensacional onde mistura sons do passado e estilos como a bossa nova, o jazz e o rock a elementos modernos e composições, em boa parte das vezes, milimetricamente desconexas e criadas em estruturas estranhas que acabam soando perfeitamente bem.

Com criatividade de sobra, Ana Fainguelernt já é um dos grandes nomes da nova geração de artistas brasileiras e indica que ainda tem um caminhão de grandes sons para disponibilizar ao mundo.

Em tempo, são 29 minutos e 9 faixas em mais um disco de meia hora que, bem, você sabe…

 

6 – Djonga – Ladrão

Djonga - Ladrão

Ninguém para Djonga, o rapper mineiro que lançou seus três primeiros discos nos três últimos anos.

Em Ladrão, ele continua a trilhar o caminho de colocar o dedo na ferida e não apenas não medir suas palavras como encher a boca para falar delas, dando um tom agressivo aos questionamentos sobre o mundo em que vivemos, sua trajetória, o rap e mais.

 

5 – Pitty – Matriz

Pitty - Matriz

Dona de alguns dos maiores hits do Rock Nacional, a cantora baiana Pitty resgatou as suas origens e criou Matriz, disco que serviu como base para o que parece ser o melhor momento da sua carreira.

No álbum, ela conta com as participações dos também baianos Lazzo Matumbi, BaianaSystem e Larissa Luz, resgatando influências que se somaram ao seu estilo de compor.

Entre as canções próprias, ainda veio uma cover de “Motor”, do também baiano e também presente nessa lista Teago Oliveira (Maglore), em um trabalho diverso, orgânico e pra lá de honesto em relação às suas concepções.

 

4 – Fresno – sua alegria foi cancelada

Fresno - sua alegria foi cancelada

sua alegria foi cancelada é um disco de 2019 mas vem sendo construído há muito tempo.

Com 20 anos de carreira, a banda gaúcha Fresno tornou-se sinônimo do movimento Emo mas há longos anos experimenta com outros estilos em suas novas canções e álbuns.

Aqui, em 10 faixas, a banda parece ter acertado em cheio na proposta e sua execução, com um disco extremamente bem produzido e repleto de conceito sem soar pretensioso ou artificial.

Com sinceridade explodindo pelas caixas de som, a Fresno traz grandes guitarras, algumas das suas melhores composições e a leveza das participações de Jade Baraldo e Tuyo, que complementam os versos de Lucas Silveira.

 

3 – Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell

Black Alien - Abaixo de Zero: Hello Hell

Abaixo de Zero: Hello Hell é a volta triunfal e necessária de um dos maiores nomes do rap nacional.

Black Alien está novamente entre nós e, como fez durante toda a carreira, voltou com um álbum onde expõe questões pessoais e não tem medo de ousar quando necessário e de recuar quando é preciso.

Algumas das melhores composições de Gustavo de Almeida Ribeiro estão aqui e navegar pelas 9 faixas e 26 minutos de Abaixo de Zero, produzido por Papatinho, é visitá-lo nas suas referências mais íntimas, do Punk ao Hip Hop, dos vícios às libertações, e do passado ao presente.

 

2 – Terno Rei – Violeta

Terno Rei - Violeta

Em seu novo disco de estúdio a banda paulistana Terno Rei contou com uma produção impecável para transmitir sentimentos, criar paisagens e nos levar diretamente a outros tempos.

Violeta é um conjunto de faixas que falam sobre São Paulo, sobre o cotidiano, sobre momentos que já passamos e que compartilha, da mesma forma, decisões e incertezas a respeito das dificuldades dos relacionamentos.

No melhor sentido da palavra, é um álbum repleto de grandes canções e composições que ao mesmo tempo que bebem em fontes bem claras do rock alternativo dos Anos 80 e 90, também apostam em construções diferentes do que estamos acostumados para surpreender enquanto cria um ambiente familiar.

Depois da primeira audição vem a segunda, a terceira e, quando você menos percebe, já devorou o disco uma dezena de vezes, parando para pensar como a sequência “Dia Lindo / Solidão de Volta” é incrível mas todo o resto vem à altura para fazer você dar play de novo.

Discão.

 

1 – Emicida – AmarElo

Emicida - AmarElo

Quando o mundo inteiro tomou o direcionamento polarizado que vive hoje e as pessoas começaram a se afastar, muito se falou sobre como a eleição de nomes conservadores para os principais postos do globo iria fazer com que a música, historicamente progressista, respondesse de forma firme, com canções e discos de impacto.

Muito se falou do Rock And Roll, inclusive, em uma espécie de análise com cara de torcida para que “um novo Rage Against The Machine” surgisse e “salvasse” o estilo que hoje está mais para o underground do que para o mainstream, mas 2019 mostrou que o caminho é outro.

E esse caminho foi trilhado perfeitamente pelo rapper Emicida, que rapidamente percebeu que poderia usar suas rimas afiadas, sacadas incríveis e frases de efeito para alcançar muito mais gente de uma outra forma: com empatia, amor e conexão.

Não faria sentido colocar o dedo na ferida pura e simplesmente ou direcionar seus versos com palavras de ordem que poderiam não ser bem assimiladas por nenhum dos lados, então ele começou a colaborar, unir, somar e chegar a AmarElo, definitivamente o disco do ano em 2019.

O que começou com uma canção em parceria com Pabllo Vittar e Majur se estendeu para um álbum todinho onde Emicida fala, sim, sobre questões sociais importantes, mas não se esquece de que a pedra fundamental na história toda é o ser humano e o amor, em um mundo em que estamos todos doentes e carentes.

É com muito amor que o músico desfila por 11 faixas onde ainda conta com nomes como MC Tha, Marcos Valle, Drik Barbosa, Dona Onete e Larissa Luz, colocando tempero em um caldeirão recheado de talentos que somam suas particularidades para engrossar a voz que chega às multidões.

Há maneiras menos óbvias e mais efetivas de protestar em 2019 e Emicida fez isso como ninguém: AmarElo é um disco que extrapolou fronteiras, públicos e plataformas, e irá ecoar para sempre nos próximos anos.

 

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