A Fado Bicha, dupla formada por Lila Fadista e João Caçador, dá uma nova interpretação pop e política ao lendário Fado português.
Ainda sem um registro lançado, o duo reinterpreta canções clássicas do estilo e explica que o LGBTQI+ nessa área não é novidade. “O fado sempre teve poetas, fadistas e músicos homossexuais, só que infelizmente nunca se puderam expressar ou escolheram não o fazer de forma explícita”, analisa João.
Seu lançamento mais recente é uma versão de “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares. A faixa começa com “Banzo”, um texto sobre escravização e o sistema colonial português no Brasil. nesse contexto, eles apresentam uma narrativa conceitual sobre História, lugares de invisibilidade e opressão.
Com realização de Raquel Freire e direção de fotografia de Liliana Tábuas, o clipe é uma crítica sobre a forma como se continua a encarar o período colonial da história portuguesa.
A violência que o império infligiu nas comunidades ameríndias e africanas colonizadas e escravizadas tem relação com as desigualdades que se verificam até hoje. Cabe também aos artistas brancos portugueses estimular essa reparação histórica por meio da arte.
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