Robert Smith, do The Cure, em 2012
Foto de Robert Smith via Shutterstock

Robert Smith esclareceu o que pensa sobre o The Cure ter sido sempre relacionado à cultura gótica.

Em nova entrevista com a Rolling Stone, o líder da banda afirmou que eles nunca foram góticos, apesar de amar o movimento. Segundo Smith, este estilo “não existia” da forma que é hoje quando ele formou o Cure.

O frontman disse:

Não penso no Cure como uma banda gótica. E nunca pensei. Eu cresci em um mundo onde o gótico ainda não havia sido inventado da maneira que conhecemos e amamos. E eu fiz parte dessa subcultura tanto quanto ir para uma Batcaverna com [Steve] Severin. Os Banshees foram praticamente uma banda gótica por um tempo. Mas mesmo eles realmente não eram. Mas bandas góticas reais estavam por aí — aquelas que faziam parte desse movimento inicial. Eles eram bandas góticas, e eu não.

Eu estava fazendo ‘Let’s Go to Bed’ quando o gótico começou. Então fizemos ‘Pornography’ e ‘Hanging Garden’, e há uma certa aparência e uma espécie de vibe e atmosfera, sim. Mas eu fui responsável pelo gótico? Não. E se eu fosse, ficaria muito feliz. Mas eu não fui.

Apesar disso, Smith revelou saber que o The Cure ainda faz parte da cultura, mesmo que “só um pouco”. “Quando as pessoas me dizem, ‘você é gótico’, eu digo, ‘você nunca nos ouviu tocar ou não tem ideia do que é gótico’,” ele continua. “Um desses dois tem que ser verdade, porque não somos uma banda gótica. Me lembro de apenas por um tempo, os góticos ficarem indignados com o fato de as pessoas pensarem que somos uma banda gótica. Eles nos odiavam porque nós meio que entramos pela janela, eles pensaram.”

Ele ainda finaliza:

Prefiro góticos do que skinheads. Também gosto do fato de representar um tipo de ‘outro’. É uma coisa perigosa ser um gótico. Em certas partes da Inglaterra, você corre o risco de ser espancado se parecer gótico, o que eu acho ultrajante. Então, nesse sentido, sinto uma comunidade de espírito com góticos e outras subculturas que escolhem viver um estilo de vida alternativo. Mas eu não me consideraria parte disso.

“Boys Don’t Cry” e a discussão de gênero

Na mesma entrevista, Robert Smith ainda falou sobre a relevância do hit “Boys Don’t Cry”, 1979, nos dias de hoje — ainda mais quando falamos da discussão de gênero.

Eu estava cantando [‘Boys Don’t Cry’] no Glastonbury e percebi que ela tem uma ressonância muito contemporânea com todas as bandeiras de arco-íris e outras coisas voando no meio da multidão. Quando eu era criança, havia uma pressão das pessoas para que a gente se conformasse de uma certa maneira.

E como um garoto inglês na época, você é incentivado a não demonstrar sua emoção em nenhum grau. E eu não poderia deixar de mostrar minhas emoções quando era mais jovem. Eu nunca achei estranho mostrar minhas emoções. Eu realmente não poderia continuar sem mostrar minhas emoções; você teria que ser um cantor muito chato para fazer isso.

Então eu meio que tratei isso como uma grande coisa. Pensei: ‘Bem, é parte da minha natureza protestar contra ser instruído a não fazer algo’.

Ouça a canção acima!

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