Marilyn Manson - Portrait Of An American Family

1994 foi um ano importantíssimo para o Rock And Roll.

O estilo estava em alta no mundo todo principalmente por conta da explosão do Grunge, mas foi justamente naquele ano que o gênero perdeu um dos seus maiores ícones quando Kurt Cobain cometeu suicídio.

Ainda assim, os anos seguintes ainda tiveram o Rock firme e forte nas paradas musicais com “sucessores” do som de Seattle como o Punk Rock de bandas como Green Day e o nu metal de bandas como o KoRn.

Foi nesse contexto que mais um grande nome apareceu na forma de Marilyn Manson.

Marilyn Manson

Brian Hugh Warner, nascido em 05 de Janeiro de 1969, adotou o nome de Marilyn Manson misturando dois ícones dos Estados Unidos conhecidos por motivos bem diferentes: a atriz, modelo e cantora Marilyn Monroe e o líder de seita Charles Manson.

Junto com Scott “Daisy Berkowitz” Putesky, ele formou o grupo Marilyn Manson & The Spooky Kids na Flórida, e rapidamente a banda começou a ganhar popularidade por conta das suas músicas pesadas, do seu estilo único e do impacto visual que causava desde o início com roupas e maquiagens.

Para você ter uma ideia, em seis meses a banda já tocava para casas de shows lotadas com 300 pessoas e a ideia era chocar com elementos que iam desde mulheres nuas até pirotecnia e piñatas cheias de restos de animais.

Uma das pessoas impactadas pela banda foi o influente Trent Reznor, do Nine Inch Nails, e ele não apenas ofereceu um contrato com a sua gravadora, Nothing, como também deu espaço para que Marilyn Manson e sua trupe abrissem os shows do NIN.

Começava aí a história de uma das bandas mais influentes dos Anos 90.

Portrait of an American Family

O primeiro disco da banda Marilyn Manson, já sem o “Spooky Kids”, foi lançado em Julho de 1994, mas levou um bom tempo até ficar pronto e foi trabalhado em diversos lugares diferentes.

Com gravações entre Agosto e Dezembro do ano anterior, o primeiro “rascunho” do disco veio com The Manson Family Album, que foi registrado com o produtor Roli Mosimann mas não agradou ninguém na banda.

O próprio Marilyn Manson achou que tudo estava produzido demais e não representava as apresentações ao vivo do grupo, e quando mostrou para Reznor, ouviu de volta a mesma opinião.

Foi aí que a banda deixou a Costa Leste dos EUA, na Flórida e viajou para o outro lado do país, na Costa Oeste, e se encontrou com Trent Reznor para retrabalhar o álbum todinho.

As gravações e edições aconteceram com Reznor, Sean Beavan e Alan Moulder no estúdio de Trent, “Le Pig”, que tem uma história pra lá de macabra por trás.

O local ficava na mesmíssima casa onde membros da chamada “Família Manson”, criada por Charles Manson, assassinaram a modelo Sharon Tate, grávida. O nome “Le Pig”, inclusive, veio porque após os crimes bárbaros, os membros do culto escreveram a palavra “Pig” na porta da casa com sangue de Sharon, em história que será mostrada inclusive no novo filme de Quentin Tarantino, Era Uma Vez Em… Hollywood.

Guitarras foram regravadas, boa parte das baterias foram substituídas por programações do tecladista do Nine Inch Nails, Charlie Clouser, e o baixista Gidget Gein nem foi convidado para as sessões, já que havia sido demitido da banda por conta do vício em heroína. Ele foi substituído por Jeordie White, que adotou o nome Twiggy Ramirez, já que seguindo o modelo de Marilyn Manson, todos na banda usavam um primeiro nome que remetesse a uma figura do mundo pop (nesse caso a modelo Twiggy) e o sobrenome de um serial killer (nesse caso Richard Ramirez).

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Composições

Diversas das músicas do disco de estreia de Marilyn Manson fazem menções a outras ramos da arte como o cinema e os livros, além da cultura pop e de fatos do cotidiano nos Estados Unidos.

“Wrapped In Plastic”, por exemplo, faz referência ao seriado cult Twin Peaks, de David Lynch, principalmente ao fato de que o corpo de Laura Palmer é encontrado enrolado em pedaços de plástico.

Três canções, “Cake And Sodomy”, “Dogma” e “Misery Machine” têm trechos de diálogos de Pink Flamingos (1972) e Desperate Living, ambos filmes de John Waters, e o poema recitado na abertura com “Prelude (The Family Trip)” é uma adaptação de um poema do livro Charlie e a Fábrica de Chocolate, que inclusive aparece no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971).

Sonoridade

Com um pé no Metal Industrial e outro em gêneros como Punk e Hardcore, Marilyn Manson e sua trupe conseguiram fazer com que o disco de estreia fosse um registro competente, urgente e bem sucedido na tarefa de traduzir o que a banda fazia ao vivo.

Tendo até ficado com medo de que a participação de Reznor transformaria o álbum em um “spin-off” do Nine Inch Nails, os integrantes conseguiram moldar a sonoridade do álbum para algo próprio e iniciaram um caminho que dois anos depois, com Antichrist Superstar, chegaria a multidões imensas com hits como “Beautiful People”.

Coloque o volume no último nível e aperte o play, que Portrait Of An American Family foi feito para ser ouvido bem alto!

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