Seis meses do ano já se passaram quase que completamente.
É duro dizer isso mas, mais uma vez, 2019 tem sido um dos anos mais difíceis das nossas vidas, e os conflitos sociais e políticos sem fim, que polarizaram o mundo inteiro, parecem que ainda irão durar por um bom tempo.
Pelo menos temos a música para nos ajudar em tempos difíceis e essa nunca falha.
Separamos aqui 30 daqueles que achamos que são os melhores discos já lançados esse ano lá fora, sem uma ordem específica, já que tudo ainda será compilado com os próximos lançamentos para a lista de final de ano, mas com um panorama do que deve aparecer nela em Novembro/Dezembro.
Divirta-se com a lista, em ordem alfabética, na sequência.
American Football – American Football (LP3)
A mega influente banda que navega por estilos como post-hardcore, indie e post-rock nos presenteou com o seu aguardado retorno em 2016, lançando seu primeiro disco desde 1999.
Parece que os caras pegaram gosto pela coisa e em 2019 voltaram com mais um homônimo, incrível e com participações de nomes como Hayley Williams.
Anderson Paak – Ventura
Em seu quarto álbum o talentosíssimo Anderson Paak conta com nomes como André 3000, Pharrell Williams e Dr. Dre para mais uma vez mostrar as habilidades que vão do hip hop ao soul com categoria.
Ariana Grande – thank u, next
Em 2018 um dos nomes mais quentes da música atual lançou o disco Sweetener e entrou em listas de melhores do ano pelo mundo.
Mas é com thank u, next que Ariana Grande mostra a capacidade ímpar de celebrar Pop e R&B com grandes canções.
Baroness – Gold & Grey
Desde que surgiu, o Baroness ganhou um status cult por conta tanto da sua sonoridade que mesclava diferentes gêneros do rock pesado com muito peso e melodia quanto por conta do carinho que mostrava com a sua arte, tanto no visual quanto no instrumental.
Em Gold & Grey, após tragédias pessoais e mudanças de formação, o grupo faz o que muita gente grande tentou em toda carreira e não conseguiu: um álbum experimental, com uma crueza que mais cria um ambiente para as canções do que soa como desleixo.
Big Thief – U.F.O.F.
Há alguns anos o indie/folk se popularizou de tal forma que chegou a produzir nomes que foram parar no mainstream e ou ganharam prêmios importantes como o Grammy.
Mesmo que desaquecido pelo menos do ponto de vista comercial, o gênero ainda produz grandes trabalhos como é o caso de U.F.O.F., terceiro disco de estúdio da banda Big Thief, que tem uma sensibilidade particular e uma atmosfera contemplativa daquelas que te transportam a outros lugares.
Billie Eilish – When We All Fall Asleep, Where Do We Go?
Há grandes chances de que a jovem cantora Billie Eilish, com apenas 17 anos de idade, seja o nome mais comentado da música em 2019.
Desde os fãs da música Pop até lendas do Rock como Dave Grohl e Josh Homme estão falando sobre como ela simboliza uma mudança e o “início de um movimento”, e seu disco de estreia é uma obra que explica muito o porquê.
black midi – Schlagenheim
Se Billie Eilish está fazendo barulho com seu pop experimental, outros jovens também estão dando o que falar por conta das suas guitarras malucas e canções incríveis.
black midi é um grupo britânico de rock experimental que deve dar muito o que falar nos próximos meses e seu disco de estreia, Schlagenheim, mostra os músicos de 20 e pouquíssimos anos mostrando que tocam como veteranos.
Bring Me The Horizon – amo
A banda britânica que nasceu nos estilos mais agressivos do rock and roll chegou ao seu sexto disco de estúdio com um amadurecimento invejável e um conhecimento da indústria que poucos artistas têm.
Fazendo uma evolução natural da sua sonoridade através dos últimos trabalhos, em amo culminou uma viagem por diferentes influências ao abraçar o pop de forma interessante.
Bruce Springsteen – Western Stars
Não é à toa que Bruce Springsteen é chamado de “The Boss”. Basta ouvir Western Stars, décimo nono álbum da carreira, para constatar que tão incríveis quanto a sua capa são as canções que fazem parte dele.
Cate Le Bon – Reward
Em seu primeiro disco desde 2016, a cantora galesa mostra sons que a colocam entre o que há de melhor quando o assunto é celebrar o pop alternativo, repleto de camadas de folk e sons orgânicos.
CHAI – Punk
Em 2017 a banda japonesa CHAI lançou o disco de estreia, Pink, e agora está de volta com seu sucessor, Punk.
Com 10 músicas em 31 minutos, as garotas misturam indie, eletrônica, punk, pop e pós-punk em um disco delicioso.
Charly Bliss – Young Enough
Charly Bliss é uma banda de power pop que em 2019 está lançando o seu segundo disco, Young Enough, inspirando-se em trabalhos recentes como o sensacional Melodrama, da Lorde, para mergulhar profundamente em questões pessoais e falar a respeito delas sem medo ou pudor.
Conor Oberst / Phoebe Bridgers – Better Oblivion Community Center
Conor Oberst, conhecido pelo seu trabalho no Bright Eyes, organizou um showcase secreto em Los Angeles, em 2016, e conheceu Phoebe Bridgers, que apresentou seu som na ocasião.
Três anos depois a dupla criou um projeto chamado Better Oblivion Community Center, lançou um disco homônimo e nos brindou com um dos melhores lançamentos do ano.
Deerhunter – Why Hasn’t Everything Already Disappeared?
O belíssimo oitavo álbum da banda de rock alternativo foi co-produzido ao lado de nomes como Cate Le Bon, já citada aqui, e conta com dez canções que passeiam pelo folk, pela psicodelia e até pela world music.
Fever 333 – Strength in Numb333rs
O disco de estreia da banda californiana é um cartão de visitas para um grupo que veio ao Brasil em 2019 e impactou muita gente com uma verdadeira explosão sonora.
Produzido por Travis Barker (blink-182) e John Feldmann (Goldfinger, blink-182, Good Charlotte), o álbum mostra canções que vão do rap ao hardcore soando como uma versão renovada de nomes como Rage Against The Machine e Linkin Park.
Fontaines D.C – Dogrel
A banda irlandesa Fontaines D.C. faz parte de uma nova onda de bandas da região que estão dando novo fôlego ao rock and roll.
O disco de estreia, Dogrel, tem sido celebrado no mundo todo e com razão, já que é uma amostra incrível de post-punk de primeira.
Helado Negro – This Is How You Smile
Nascido na Flórida com pais equatorianos e morando em Nova York, Roberto Carlos Lange tem uma sensibilidade incrível para compor canções acompanhadas de cordas, batidas eletrônicas e grandes vocais.
This Is How You Smile é um dos discos do ano.
James Blake – Assume Form
Em seu quarto álbum, James Blake mostrou um lado um pouco mais ensolarado para as suas composições e o fez com ajuda de quem abrilhantou o trabalho, como Travis Scott, André 3000 e a sensacional Rosalía.
Jamila Woods – Legacy! Legacy!
Aos 29 anos de idade, Jamila Woods lançou o seu segundo disco de estúdio e em tempos onde muitos artistas preferem se esconder das questões sociais pelas quais passamos atualmente, ela desenhou comentários políticos no meio de suas questões pessoais para encantar, desabafar, conversar com o ouvinte e fazer pensar com muito R&B e Soul.
Jenny Lewis – On The Line
A incrível artista indie chega ao seu quarto disco de estúdio e aqui Jenny Lewis mostra por que chamou tanta atenção tanto pelo trabalho no Rilo Kiley quanto por sua carreira solo.
Nas 11 canções, ela mostra todo o poder da sua caneta em composições afiadas e uma voz que parece se impor cada vez mais.
Madonna – Madame X
Por muito tempo o novo e aguardado disco da cantora pop Madonna foi visto com olhares bastante duvidosos.
Juntando-se a nomes da música latina e cantando até em Português ao lado da brasileira Anitta, enquanto alguns viam boa chance de sucesso, outros se preocupavam com a “salada” musical.
Ao final das contas, Madame X é bem pensado e executado, e é o melhor disco da rainha do Pop em muito tempo.
Mannequin Pussy – Patience
Com dois discos na bagagem pela Tiny Engines a banda de Punk Rock Mannequin Pussy assinou com a influente Epitaph Records e lançou um discão.
No terceiro álbum, o grupo mistura faixas agressivas com melodias incríveis e lembra o auge de bandas como Paramore.
Nilüfer Yanya – Miss Universe
A artista britânica surgiu para o mundo da música com EPs lançados em 2016, 2017 e 2018, e seu primeiro disco cheio, Miss Universe, é um mergulho em águas profundas pelo experimentalismo, o rock alternativo e gêneros como o soul.
PUP – Morbid Stuff
Desde que lançou seu primeiro disco em 2013 a banda canadense PUP mostrou que tinha algo de diferente quando fazia Punk Rock.
Dois álbuns depois, os caras chegam ao seu melhor trabalho em Morbid Stuff ao misturar Punk, Pop-Punk e uma pitada de indie aos moldes de nomes como Bomb The Music Industry! e Jeff Rosenstock.
É o melhor álbum da carreira da banda e um dos melhores do ano.
Rival Sons – Feral Roots
Feral Roots, sexto disco de estúdio da incrível Rival Sons, mostra que o grupo realmente sabe o que fazer quando o assunto é misturar Blues com Rock And Roll. São 11 composições certeiras cheias de energia, grandes vocais e riffs viciantes.
Sharon Van Etten – Remind Me Tomorrow
Cinco anos após seu último disco, Sharon Van Etten chega ao quinto trabalho com um status de ícone no indie, tanto que a cada single que disponibilizada de Remind Me Tomorrow, arrancava inúmeras críticas pelo mundo.
Vale lembrar, inclusive, que as dez canções que fazem desse um dos grandes álbuns do ano foram escritas em um período em que Sharon ficou grávida, estudou para se formar em Psicologia e participou das séries de TV The OA e Twin Peaks.
The National – I Am Easy to Find
A cada disco que lança a banda de rock alternativo The National se consolida como um dos nomes mais criativos da época em que vivemos.
Em I Am Easy To Find, porém, os caras foram além, e o filme que acompanha o álbum é uma verdadeira obra prima, dura e crua, sobre a vida de cada um de nós e que cada um de nós deveria assistir para não apenas acompanhar o álbum como também pensar a respeito do que fazemos diariamente.
Tyler, the Creator – IGOR
O quinto disco de estúdio do prolífico e talentoso rapper Tyler, The Creator, é confessional, provocador, honesto e guiado por sentimentos pessoais do seu criador.
Além disso, ainda é um encontro de nomes importantes do presente, com participações de Kanye West, Solange, CeeLo Green e Pharrell, com lendas do passado, trazendo samples de Al Green, Run-DMC e mais.
Vampire Weekend – Father of the Bride
Cá entre nós, esse talvez seja o melhor disco do ano.
Father Of The Bride, quarto disco do grupo norte-americano, levou seis anos para sair desde o último trabalho do Vampire Weekend mas fez valer cada segundo de espera.
De lá pra cá a banda mergulhou em diferentes influências, teve mudanças na formação e fez um álbum que finalmente vai levar a música indie para outro lugar, trazendo elementos da música tradicional norte-americana, do country, do folk e do pop.
“We Belong Together”, inclusive, lembra até as tradicionais músicas sertanejas brasileiras, e é uma das canções no álbum que contam com vocais de Danielle Haim.
Diverso, expansivo e fugindo das fórmulas que tornaram o indie popular e acabaram o derrubando pelo excesso. Discão!
Weyes Blood – Titanic Rising
Weyes Blood é o nome artístico da cantora californiana Natalie Laura Mering, de 31 anos, que até 2019 tinha três discos na bagagem e esse ano não apenas chegou com o quarto como também o fez em grande estilo, lançando o álbum pela mega influente gravadora Sub Pop.
Com uma capa cuja produção deu o que falar, o álbum mostra pop e rock experimentais e cheios de beleza em canções para viajar e se deixar levar.