Clipe de
Foto: Reprodução / Youtube

E a longa espera finalmente acabou. Emicida, após dar algumas dicas sobre o que está por vir em sua carreira, disponibilizou oficialmente a aguardada novidade. Trata-se da faixa “Eminência Parda“. É a terceira canção lançada por ele este ano, após “Vital” e “Mil Coisas” (em parceria com Drik Barbosa).

Após chamar atenção dos fãs, preparando terreno para o lançamento da faixa lançada hoje (09), a canção contou com ilustres participações especiais. Cantam também Jé Santiago, o português Papillon e a paraense Dona Onete.

Por sinal, a participação de Dona Onete na música revive versos do segundo canto do álbum O Canto dos Escravos. A referência ao álbum já havia sido adiantada por Emicida, mas até então não havia ficado claro como seria feita.

O que é eminência parda?

Em termos políticos, o termo “eminência parda” diz respeito a uma situação onde determinado sujeito não é o governante supremo de uma localidade, mas é quem está no poder.

Por sinal, a música conta com diversas outras referências que mostram sua relação com o ativismo negro. Além da utilização do trecho de O Canto dos Escravos, até a fonte utilizada na capa do single, intitulada “Cooper Black”, tem associação direta ao movimento negro. Na época de sua criação, os críticos norte-americanos a classificavam como “ameaça negra”. Por sinal, é trata-se da mesma fonte utilizada na logo da série Dear White People.

E, claro, há referências históricas na letra também. A discussão social sobre padrões impostos se mostra presente ao longo da canção, conforme versa Emicida:

Minha caneta tá fodendo com a história branca
E o mundo grita: ‘não para, não para, não para’
Então supera a tara velha nessa caravela

 

O clipe

Dirigido por Leandro HBL (que já trabalhou também com Tiê e com Leo Justi), o videoclipe da música é um tapa na cara daqueles que acham que “não existe racismo no Brasil”.

Uma família negra sai para comemorar a conquista acadêmica de sua filha em um restaurante “rico” da região. O que parecia ser apenas uma saída qualquer causou incômodo nos presentes. Todos brancos, eles associam o passeio da família protagonista a um evento anormal, e isso fica claro através de suas expressões de espanto e inconformidade.

O vídeo se divide entre o que é real – a família comendo em meio a outras pessoas – com o que se passa pelo olhar dos outros clientes. Eles enxergam a família como pessoas sujas, assaltantes, funcionários de limpeza e escravos. Até Vitória, a personagem que está comemorando a conclusão de seu ensino superior, é associada à figura de uma garota de programa por homens brancos presentes.

Em um encontro com a imprensa ontem (08), Emicida inclusive falou que o vídeo teria um final diferente, mas ganhou esse que pode ser visto logo acima após o tiroteio por parte de militares que matou um músico e um catador de lixo no Rio de Janeiro.

Confira abaixo o clipe da canção. Qualquer semelhança com a nossa realidade não é mera coincidência.

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