Uma das principais atrações do festival Lollapalooza Brasil em 2019 é a banda britânica Arctic Monkeys.
Responsável por fechar a programação do Palco Budweiser no primeiro dia de evento, o grupo liderado pelo vocalista Alex Turner trouxe ao Brasil a turnê do seu mais recente disco de estúdio, Tranquility Base Hotel + Casino, que dividiu opiniões entre os fãs e críticos mundo afora.
E se era visto com desconfiança mesmo pelos próprios fãs do Arctic Monkeys, o show deu indícios de que faria a alegria dos seguidores da banda quando começou com “Do I Wanna Know?”, cantada por toda plateia, e já veio com a pedrada “Brianstorm” na sequência, relembrando tempos áureos quando o grupo fazia todo mundo dançar e pular com as suas guitarras.
Da quarta música pra frente, porém, a energia foi perdendo força, vieram as músicas mais calmas de outros discos aliadas às canções de Tranquility Base, todas elas bem mais lentas do que a discografia inicial da banda, e o show passou a ser monótono, tanto que quando ainda estava chegando à metade, teve boa parte da plateia se dirigindo aos portões de saída para deixar o Lollapalooza Brasil e chegar mais cedo em casa.
Se por um lado o início da apresentação foi lá pra cima e também mostrou que Alex Turner, vocalista e guitarrista, está mil vezes mais desenvolto do que em outras ocasiões que esteve aqui, por outro também mostrou que essa sua nova fase não trouxe apenas familiaridade com o palco e um pouco mais de jeito ao lidar com o público: ela veio carregada de introspecção e o pé no freio, o que fez com que a banda toda desacelerasse.
Após longos anos de carreira o Arctic Monkeys segue em frente trilhando novos caminhos e fazendo o que gosta atualmente. Acontece que essa nova fase está longe de ser tão popular quanto foi o início da carreira do grupo e isso ficou evidente no Lollapalooza Brasil: mesmo que as canções de Tranquility Base sejam ótimas e que composições como “505” e “Cornerstone” complementem bem o setlist, a montanha russa que vai de pontos como “I Bet You Look Good On The Dance Floor” até “Star Treatment”, tendo mais momentos de calmaria do que de velocidade, deixou até mesmo os fãs que estavam ali portando suas camisetas da banda um tanto quanto confusos e se perguntando se essa era a mesma banda que eles tanto amavam. Um sentimento agridoce que com certeza foi levado pra casa por muita gente nessa noite de Sexta-feira.