LaBaq está com um disco novo na área.

A cantora, instrumentista e compositora brasileira disponibilizou hoje (04) o seu segundo disco, Lux, e como já falamos por aqui anteriormente, a ideia é falar abertamente a respeito de como as pessoas precisam encontrar a sua luz interior para navegarem por tempos tão difíceis como os que vivemos.

Aproveitando o lançamento, nós conversamos com a LaBaq a respeito de cada uma das 11 faixas de Lux, sucessor do excelente VOA (2016) e que conta com participações especiais de Phoro, Fran Czek, Camila Vaccaro, Fármacos, Bienvenidos a la Computadora e Ian Chang (Son Lux).

Leia e ouça logo abaixo.

Lux

Eu sabia que queria falar de luz nesse segundo álbum, desde o fim da produção do primeiro. De início era uma coisa mais lúdica com a luz, às vezes até umas viagens de física ou coisas do tipo, e no decorrer do caminho a gente viveu o golpe e tudo que rolou de lá pra cá ressignificou esse álbum. Essa faixa é uma introdução curtinha de um minuto e meio, um clima estranho, às vezes não dá muito pra entender o que tá sendo dito, às vezes dá. Acho que ela introduz o disco na medida, traz sensações boas e incômodos, e tem uma ou outra mensagem subliminar aqui e ali (risos).

Fucking Frágil

Queria abrir com uma frase que resumisse a vida, essa sensação de sufoco, um grito mesmo, e assim é essa. Existe uma agressividade no álbum em geral que eu acho que muita gente que ouviu “Quiçá” acaba por não esperar, porém não me atenho a esse receio do que é que vão pensar. Essa é uma sinceridade bem escarrada mesmo, de coisas que me incomodam.

Glow

Foi o primeiro single e foi linda a receptividade dela. Ela tem essa coisa meio melancolia, meio épica, meio experimental mas ao mesmo tempo pop que eu acho que é o disco de uma maneira geral mesmo. É sobre respirar pra poder encarar os dias.

Infinita

Primeira música em espanhol do álbum. Essa música nasceu em Punta del Diablo/Uruguai, talvez seja uma das duas músicas mais antigas desse disco, já que o restante foi composto nos últimos seis meses. Ela fala de sororidade com essa poesia de quem pensa em português mas tá escrevendo em espanhol, saca? Acho que saiu algo curioso e ouvi da minha irmã que lembra aquelas cantigas nossas, com tambor e melodias leves. Bom fazer algo que a sua irmã acha bonito. :)

Vento

A segunda mais antiga do álbum. Ela sempre me tocou porque tem uma mensagem muito direta, “não abre mão de você por nada”. Eu considerei não colocá-la no Lux mas fazia tanto sentido no contexto geral que ela ficou. Esse arranjo mais nu e os silêncios, isso vem muito de dentro.

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A receptividade com essa me surpreendeu. É, de novo, uma música sincerona. Lembro de ouvi-la muito limpa no início do processo de produção e querer sujar de todas as formas e nada dar certo, até chegarem essas ideias de vozes doidas durante a gravação na Gargolândia. Ficou, foi lindo. Gosto do contraste dessa melodia fofa porém falando umas coisas meio pé no peito e ao mesmo tempo com uns elementos meio gritados, meio desencaixados nessas vozes. Acho que é a mais canção do álbum todo.

Drama Gris

Essa nasceu uma música triste de três acordes na guitarra, falando que tá tudo muito zoado (risos). Desde o início eu sabia que eu também queria falar da crise ambiental, é um dos pontos que acho que fazem nós estarmos muito na merda nesses tempos e a gente não para muito pra pensar nisso, não faz muito a respeito e fica sempre no campo das ideias de reciclar aquele lixo ou whatever. Principalmente estando em contato tão direto com São Paulo e sendo do interior, eu sinto muito todas as mudanças que a gente vive. Essa música veio pra tentar fazer algo a respeito, que seja colocar ela ali e discutir isso com quem estiver dispostx.

Miedo part. Bienvenidos a la Computadora, Camila Vaccaro, Fármacos, Fran Czek, Phoro

Eu tinha a frase, “Nos quitaron tanto que nos quitaron el miedo” e em seguida a melodia pra ela. E nada mais.  Eu sabia que tinha que ser algo cantado pela nova geração de artistas latino americanos e convidei esses cinco artistas pra gritar esse refrão comigo. Eu chorei muito no dia que eu ouvi, pela primeira vez, nossas vozes juntas, de soluçar. É lindo ter esperanças, encontrar mãos por aí que querem segurar nossas mãos. Refleti muito se ela deveria ter mais letra e no fim eu penso que ela está como deveria estar e que é muito bom e simbólico ouvir essa frase várias vezes.

Nude

Eu sempre pensei que se eu fizesse músicas em outras línguas, pra além de ter uma conexão com a língua e estar atuando no mercado internacional, seria pra falar do que acontece por aqui mas acaba não chegando com tanta força fora daqui. Essa é bem da intensa e eu gosto muito desse arranjo loki.

Donde estés tu

O “Voa” falava muito de amor, amor entre duas pessoas mesmo (ou mais, se você é poligâmicx). Eu tenho um orgulho enorme dele mas é um álbum inocente, fomos pra um rumo um pouco mais fofo com ele, mais do que eu me vejo hoje, certamente. E acima de tudo eu me sentia mal por fazer um álbum falando desse amor e o país desabando, golpe acontecendo e etc. Eu tinha pra mim que o Lux não teria canções de amor (apesar de falar de amor o tempo todo!), mas aí me apaixonei bem loucamente ano passado e essa música saiu. Hitzera tops trabalhada nos español.

Vai part. Ian Chang

Uma das bandas que mais ouço é a Son Lux, americana. Um dos bateristas da minha geração que mais admiro é o Ian Chang, da Son Lux. Escrevi bem na cara de pau pra ele e ele me respondeu numa amabilidade que eu caí pra trás. Ouviu a música, curtiu e gravou na semana seguinte. Nunca foi tão bom editar bateria (risos) <3.

A música fala de um certo medo de perder a esperança de que a gente pode mudar coisas.
Mas a gente pode e a gente vai.

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