Chloé Soldevila, da Anemone

Anemone é uma banda de pop psicodélico que tem chamado a atenção por conta dos seus sons ensolarados mesmo tendo origem na gelada cidade de Montreal.

Liderado pela vocalista, pianista e compositora Chloé Soldevilla, o grupo lançou um novo disco chamado Beat My Distance em Fevereiro e tem shows marcados para divulgá-los.

Nós conversamos com Chloé a respeito da banda e você pode ler o papo logo abaixo.

 

TMDQA!: A banda começou tocando jams e seu som parece ter influência dessas viagens psicodélicas em Beat My Distance. Como você descreveria a sonoridade da banda para alguém que nunca a ouviu? Como foi o processo de composição das faixas?

Chloé: Na verdade as músicas não surgiram a partir das jams. Eu componho canções bem construídas e partes próprias que aí são arranjadas ao vivo com o resto da banda; elas se transformam em uma canção completa com a banda também. Depois disso, nos damos a liberdade de experimentar com a performance ao vivo, que depois leva às seções instrumentais e as jams musicais. Nós gravamos o nosso último disco ao vivo em estúdio para conseguir essa vibe!

TMDQA!: Sua sonoridade parece ter muita influência dos Anos 60 e 70. Que bandas e discos vocês diriam que são um denominador comum em relação aos membros da banda? O que vocês têm ouvido ultimamente que os inspiram a compor e tocar suas músicas?

Chloé: Eu não acho que eu tenha álbuns específicos que foram as inspirações principais. Nós ouvimos todos os gêneros, estilos, eras, anos 50, 80, 90, 2000, tudo! Nós entendemos que é importante abrir os seus ouvidos e sua mente para todos os estilos de música. Eu componho as músicas que eu ouço em minha cabeça.

TMDQA!: Hoje em dia há várias bandas psicodélicas que estão se tornando populares e se aproximando da música pop. Kevin Parker, do Tame Impala, chegou a trabalhar com nomes como Lady Gaga. Por que você acha que essa sonoridade tem voltado a ser popular entre fãs de Rock And Roll? Qual você diria que é a abordagem de vocês para que a banda seja diferenciada?

Chloé: A música psicodélica deu uma guinada para o pop mainstream porque não há dinheiro no rock psicodélico! A música psicodélica é um gênero “sem limites” e os artistas tendem a se renovar e tentar coisas novas em suas carreiras. No nosso caso, eu realmente tento não colocar limites no que fazemos, já que nós só queremos fazer uma festa metafórica com a nossa música e eu não me importo com fórmulas. Nós já gravamos dub, pop, rock psicodélico puro, dream pop… Eu diria que essa é uma qualidade do que fazemos: não há uma música sequer igual a outra.

 

TMDQA!: Você disse que músicas como “Memory Lane” funcionam como uma canção de ninar, ou uma “repetição melódica e calma” para ajudar alguém a construir força interior e seguir em frente. Que outros sentimentos você tenta transmitir através de suas músicas? Qual você acha que é o papel da arte nas vidas das pessoas e como sente que as suas músicas podem tocar as pessoas e tornar suas vidas melhores, especialmente em um período tão difícil como o que vivemos?

Chloé: A arte é como outra dimensão da vida que permite que as pessoas se explorem, algo mais profundo, com mais significado e inspirador. A arte é como ter acesso a outra dimensão além da que estamos. Ela permite que as pessoas sonhem, se conectem, vivam emoções e pensem além do que está rolando. Eu componho músicas para me levar até essa outra dimensão, para traduzir emoções que eu vivo no mundo real em coisas poderosas. Eu não “tento” transmitir nada em particular, é tudo baseado em experiências pessoais e elas variam, e eu fico muito feliz quando consigo atingir isso. Uma coisa sobra a qual eu tenho escrito bastante nos últimos anos é a força pessoal e a confiança para levá=lo adiante. Eu sempre tive medo de não ser “boa o suficiente”, das pessoas não me levarem a sério no amor, na música, todo tipo de coisas da vida. Levei um bom tempo até conseguir mostrar meu valor como mulher no mundo da música psicodélica, começando na minha cidade… e isso tudo não acabou ainda!

TMDQA!: Falando nisso, a banda é de Montreal, uma cidade com muito (muito) frio no inverno. Como você se sente tocando esse tipo de música dream pop “ensolarada” que parece ser o oposto do clima na sua cidade? Foi algum tipo de resposta por ficar trancada em casa longe da neve?

Chloé: Definitivamente ajuda a livrar as nossas mentes do frio. Eu compus essas músicas com a luz do Sol na minha cabeça. O inverno pode ser um período poderoso para compor, já que você está mais isolada. Eu adoraria a experiência de morar durante um ano todo em um lugar onde o inverno não exista para ver que diferença isso faria na minha vida e na minha criatividade.

 

TMDQA!: Quais são os próximos planos para a banda? Vocês estão excursionando com esse novo disco? Alguma chance de vir ao Brasil?

Chloé: Estamos fazendo turnês para divulgar o novo disco sim! É a minha parte favorita do processo. Eu tenho ambições internacionais e espero que tenhamos a oportunidade de tocar em festivais e sair em turnê abrindo shows de alguma banda que a gente admire. Vamos para a Europa em Maio e Junho, mas ainda não temos planos para o Brasil. Mal podemos esperar para visitá-los.

 

TMDQA!: Nosso site se chama Tenho Mais Discos Que Amigos!. Primeiro, você também tem? Que discos você sente que são os seus melhores amigos quando você mais precisa deles?

Chloé: (Risos) Pessoalmente eu não tenho taaaantos discos assim, mas definitivamente tenho mais discos que amigos próximos (esses são bem raros). O disco para o qual eu sempre retorno é Foxbase Alpha, da Saint Etienne. Sempre foi assim a minha vida toda.

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