Violino
Foto do violino via Shutterstock

Já pensou estar em casa um dia e receber uma notificação da prefeitura pedindo para que você faça silêncio? Foi isso que aconteceu na cidade de Cremona, na Itália, e por uma ótima causa.

O local, mais precisamente o Museu do Violino que fica na cidade, abriga instrumentos históricos como um violino Stradivarius — feito por Antonio Stradivari, luthier italiano que viveu no século 18. A preocupação do museu, além da preservação física dos itens, é também preservar o som de cada um deles.

Vale dizer que o local ainda abriga instrumentos como um violoncelo Stauffer (1700) e um violino Vesuvius (1727), também de Stradivari, além de um violão Stauffer (1615) de Girolamo Amati e um violino Prince Doria (1734) de Guarneri del Gesù.

“Salvação” de instrumentos

É aí que entra na história o DJ Leonardo Tedeschi, que já trabalhou com nomes como Chemical Brothers e comanda a Audiozone, uma empresa de engenharia de áudio na Itália.

Com medo de que os violinos percam sua sonoridade ao longo dos anos, Tedeschi teve a ideia de gravar o som de todos estes instrumentos como samples para que eles fiquem registrados pela eternidade e ainda possam ser usados em músicas posteriormente sem a necessidade de serem tocados fisicamente, diminuindo o risco de deterioração. Interessante não? Mas é aí que fica difícil.

Os músicos do museu, como o violonista Antonio de Lorenzi, precisaram tocar cada nota e cada transição de notas dos instrumentos, um processo demorado e trabalhoso. Eles ainda encontraram um baita obstáculo: o barulho da cidade em torno do museu que poderia ser captado pelos microfones que estavam fazendo o trabalho — vale citar que os instrumentos não podem sair do local de forma alguma.

O jeito foi pedir ajuda do prefeito Gianluca Galimberti, que também é presidente da fundação Antonio Stradivarius Violin Museum.

Entre 7 de Janeiro e 9 de Fevereiro, os moradores dos entornos do museu receberam um pedido de silêncio nos momentos das gravações, ajudando, assim, os músicos a finalizarem seu trabalho. Foram 8 horas por dia e seis dias por semana de gravações e uma grande área no entorno do museu foi isolada e monitorada por policiais que faziam a orientação e permitiam apenas a passagem de moradores.

Em breve, as faixas tocadas nestes instrumentos históricos poderão ser usadas por músicos e estarão para sempre preservadas no digital.

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