Marrakesh
Foto: caodenado

Em sua nova formação, a banda curitibana Marrakesh está com ares mais intensos. É o que mostra no mini-doc que divulgou recentemente sobre a participação no Primavera Sound. 

Após um ano da saída da cidade natal e de ter ganhado os palcos de Barcelona, o mini-doc eterniza a experiência lúdica dos rapazes no festival espanhol e como isso tem refletido em apresentações da banda em território nacional, como no festival brasiliense PicniK.

Abaixo você confere a entrevista que fizemos com Lucas Cavallin, guitarrista e também vocalista. De Primavera Sound a PicniK, até passando por Ian McKellen e parcerias artísticas, a banda mostra o porquê de ter conquistado tanto em tão pouco tempo de formação.

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Marrakesh em entrevista para o TMDQA! no PicniK Festival. Foto: Philipi Lisboa.

TMDQA!: O que fez da experiência no Primavera Sound ser tão intensa?

Lucas: Tudo começou antes da gente ir pra Barcelona. A gente gravou tudo na correria, mandamos pro pessoal do Balaclava e já estávamos decididos de como ia ser. Só que a gente já tava no limite, sem garantia alguma de ir pra Espanha.

E quando fomos tocar, foi mais bizarro ainda, porque tocamos ao mesmo tempo que o XX e, por surpresa, organizaram um show secreto do Pond, quase começamos a chorar de raiva por achar que não ia colar ninguém. Mas tinha tanta gente, uma galera começou a brotar, foi uma vibe absurda.

TMDQA!: O mini-doc, que contou com a direção do Fernando Moreira (também diretor de “Moonhealing”), foi feito com o mesmo intuito de trazer uma roupagem muito característica de vocês?

Lucas: Foi bem o começo da nossa parceria, na verdade. A diretora criativa, a Igi Ayedun, fez a ponte entre a gente, e o material que foi feito era basicamente a gente registrando tudo o que tava rolando por lá, ele nem sabia que isso estava sendo feito. Gravamos tudo e depois pedimos pra ele montar um doc, e ele deu jeito nisso, junto com a Igi. Aí logo após esse que sentimos confiança no trabalho dele, inclusive vai ter mais alguns clipes com direção dele para serem lançados logo.

TMDQA!: Qual foi a maior diferença que vocês sentiram de um festival nacional para um de fora do Brasil?

Lucas: O tamanho, principalmente. Lá é muito gigante! Tinha mais de três palcos, e durava bastante tempo os shows, e é muito diferente do Lolla, por exemplo, que tem uma galera muito específica. O lineup também era muito diversificado, também. Aqui rola bastante coisa, mas pra chegar numa quantidade de gente como no Primavera ou chegar num lineup daquele jeito, vai tomar um tempo ainda.

E lá é mais fácil de ter pessoas de fora, também, quase não tivemos contato com espanhóis. Quando rola um festival no Brasil, ele é basicamente voltado apenas para os brasileiros, e lá no Primavera a locomoção era algo muito mais acessível. Tinha muita gente de outros países, da América do Sul, da África e por aí vai. Isso muda até na vibe no rolê todo.

TMDQA!: Vocês sentiram que isso deu abertura para muitas bandas daqui buscarem tocar fora do país?

Lucas: Com certeza! Eu costumo trabalhar com referências, ver quem a curto prazo queria fazer o que eu tenho feito profissionalmente. E pela nossa história, até então tínhamos lançado só um EP e também por sermos de Curitiba, foi bem surreal pra gente fazer parte de um rolê desse. Então sim, acho que é importante e é possível tocar fora do país.

TMDQA!: O mesmo vale para quando vocês vieram por Brasília. Nas vezes em que vieram foram em 2016 e agora em 2018, ambos para o PicniK, e muita gente sentiu a diferença de como vocês foram seguros no palco nessa última vez. O Primavera Sound pode ter sido um estopim para ajudar vocês nisso?

Lucas: O PicniK foi o primeiro festival que tocamos fora de Curitiba, então, por ser aquela primeira vez fora da casinha, não sabíamos bem qual caminho seguir. Depois de dois anos também conseguimos ter um senso de estético definido, mesmo que em 2016 tivéssemos só o EP e tal. Quanto ao Primavera, obviamente ele foi bem importante, mas tocar no PicniK foi tão significativo quanto, por questão da maturidade mesmo.

TMDQA!: E sobre o single “Late Blue”,  tem alguma simbologia ou algo intrínseco por terem escolhido como a única a ser registrada no festival?

Lucas: Na época era a música que mais tava bem lapidada, bem redonda, estávamos bem inseguro quanto às outras. Como era período de produção de disco, na hora do show todo mundo ficou bem mal, ninguém tinha dormido, o Bruno tava com febre, e daí acabou ficando aquela “solta”, mas pretendemos lançá-la como single, não sei como vai ser ao certo. Mas foi bem do caso mesmo.

TMDQA!: Falando em singles, uma das canções de vocês, “Kxaw”, apareceu em um ensaio fotográfico do ator Ian Mckellen (Dumbledore, Gandalf), para a revista Attitude. Deve ter sido uma surpresa e tanto pra vocês, né?

Lucas: Então, foi bem bizarro porque, quando recebemos a mensagem, eu juro por deus que 10 minutos antes eu tinha comprado um livro do Tolkien [autor da saga “O Senhor dos Anéis”]. E um amigo nosso, Miguel Thomé, mandou uma mensagem pra gente perguntando se podia usar a música para o making of do ensaio. Isso porque na época do Primavera Sound, a gente ia lançar um clipe na época com época, mas ele tava ocupado demais e não tinha muita grana pra fazer isso acontecer. E, por surpresa, ele veio com esse contraponto pra compensar a falta do clipe, ele colocou no vídeo.

TMDQA: E para fechar, vocês têm mais discos que amigos?

Lucas: Na real, eu não tenho muitos discos, no meu caso eu devo ter mais amigo mesmo. Mas quanto aos outros rapazes, com certeza eles não têm tanto amigo assim!

Também foi lançado uma versão acústica de “Woke Up”, canção que faz parte do primeiro disco da banda, Cold as Kitchen Floor (2018).O vídeo é o segundo da série da plataforma Brasília Sessions, que mostra artistas tocando versões intimistas em pontos turísticos da capital, como divulgamos aqui. Confira:

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