Rage Against The Machine protesta no Lollapalooza

Em 1993 o aclamado festival Lollapalooza estava em seus anos iniciais, e na sua terceira edição ainda contava com um formato itinerante.

Rodando por diversas cidades dos Estados Unidos, o evento contou com bandas como Primus, Alice In Chains, Dinosaur Jr, TOOL e mais.

Quem também fez parte do Lolla há 25 anos foi o Rage Against The Machine e por lá eles usaram o palco para fazer um protesto nada convencional.

Na parada do Lolla pela Filadélfia, ao invés de subir ao palco com os seus instrumentos musicais, os quatro integrantes da banda resolveram tirar a roupa e cobrir a boca com fitas adesivas, cada um estampando uma das letras que formam “PMRC” em seus corpos.

Tratava-se de um protesto contra o PMRC, ou Parents Music Resource Center, criado em 1985 com o objetivo de “avaliar” canções populares que teriam conteúdo inadequado para jovens da época.

Foi justamente o PMRC que criou o famigerado adesivo “PARENT ADVISORY”, encontrado nas caixinhas de inúmeros CDs da época como forma de “alertar” os pais que aquele disco tinha letras com conteúdo que poderia ser considerado violento, erótico ou relacionado às drogas.

Parental Advisory

A iniciativa liderada por Tipper Gore recebeu inúmeras críticas da comunidade da música, que definiu as medidas como “inúteis” e ainda acusou seus criadores de impedirem a liberdade de expressão, um direito de qualquer cidadão norte-americano.

Há 25 anos, em 18 de Julho de 1993 na Filadélfia, o Rage protestava justamente contra isso e permaneceu calado durante 15 minutos em cima do palco, com seus integrantes nus e apenas o barulho do feedback da guitarra de Tom Morello nos amplificadores.

A própria banda conta que nos primeiros 5 minutos a plateia foi ao delírio com o protesto, mas durante os últimos 10, quando as pessoas perceberam que não haveria um show, começaram a reclamar e vaiar os músicos.

Mais tarde a banda acabou fazendo um fã gratuito para os fãs desapontados, mas a performance nesse dia de festival foi resumida apenas a esse protesto.

O PMRC já não existe mais e muito disso se deve ao fato de que os adesivos criados por eles acabaram tendo um efeito contrário: quando os CDs vinham com essa imagem, as pessoas tinham mais curiosidade de ouvi-los e acabavam comprando por conta da velha lógica de que “se é proibido é melhor”.

Ao tentar oprimir os lançamentos considerados “subversivos”, o órgão conservador acabou fazendo justamente o contrário, aumentando o sucesso de artistas contra os quais lutava. Algumas bandas colocavam palavrões de propósito em suas músicas para que o adesivo fosse estampado na capa do seu disco, inclusive.

“The Filthy Fifteen”

Vale lembrar que em 1985 o PMRC lançou uma lista chamada “The Filthy Fifteen”, ou algo como “As Quinze Imundas”, contendo as quinze canções que eles consideravam mais obscenas, e elas são:

  1. Prince – “Darling Nikki” (Motivo: Sexo / Masturbação)
  2. Sheena Easton – “Sugar Walls” (Motivo: Sexo)
  3. Judas Priest – “Eat Me Alive” (Motivo: Sexo)
  4. Vanity – “Strap On ‘Robbie Baby” (Motivo: Sexo)
  5. Motley Crue – “Bastard” (Motivo: Violência / Palavrões)
  6. AC/DC – “Let Me Put My Love Into You” (Motivo: Sexo)
  7. Twisted Sister – “We’re Not Gonna Take It” (Motivo: Violência)
  8. Madonna – “Dress You Up” (Motivo: Sexo)
  9. W.A.S.P. – “Animal (Fuck Like A Beast)” (Motivo: Sexo / Palavrões)
  10. Def Leppard – “High ‘n Dry (Saturday Night)” (Motivo: Drogas e Álcool)
  11. Mercyful Fate – “Into The Coven” (Motivo: Ocultismo)
  12. Black Sabbath – “Trashed” (Motivo: Drogas e Álcool)
  13. Mary Jane Girls – “In My House” (Motivo: Sexo)
  14. Venom – “Possessed” (Motivo: Ocultismo)
  15. Cyndi Lauper – “She Bop” (Motivo: Sexo / Masturbação)

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