Renato Russo e Geddel Vieira Lima

Nos últimos dias o Brasil todo ficou perplexo com a notícia de que 51 milhões de Reais em espécie foram encontrados em um apartamento em Salvador.

Segundo investigação da Polícia Federal, o dinheiro seria de propinas recebidas pelo político Geddel Vieira Lima, que teve cargos dos mais importantes nos governos de Lula, Dilma e Michel Temer.

No final de 2016, inclusive, ele era ministro do governo Temer e saiu do cargo após denúncia do ministro da Cultura, Marcelo Calero, que disse estar sofrendo pressão para liberar a construção de um prédio na capital da Bahia onde Geddel comprou apartamento.

O local fica em uma região protegida e para sair do papel deveria ter aprovação do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ligado ao Ministério da Cultura.

Hoje mais cedo Geddel Vieira Lima foi transferido para Brasília, preso novamente na Papuda, e deve enfrentar uma série de denúncias bastante contundentes e graves por conta dos crimes que teria cometido e pela quantia a la Breaking Bad encontrada em apartamento que teria sido emprestado a ele.

Renato Russo

Contamos tudo isso para relembrar de Renato Russo – O Filho da Revolução, livro sobre o líder da Legião Urbana escrito por Carlos Marcelo, diretor de redação do Estado de Minas.

Em 2016, na primeira denúncia, o próprio jornal destacou o fato de que Geddel e Renato Russo eram colegas de classe no Colégio Marista de Brasília nos anos 70 e relembrou um trecho onde afirmou que o cara era chamado de “suíno”:

A turma do Colégio Marista tem que preparar apresentação relacionada à música. De imediato, Renato avisa:

– O tema do meu grupo vai ser a história do rock.

Rigoroso na hora de selecionar os colegas de grupo, ele convida Maria Inês Serra e mais dois ou três felizardos que se mostraram dispostos a executar a tarefa como ele planejaria. Tinha gostado de trabalhar com Inês em uma pesquisa sobre cantigas de roda – o esforço alheio representava fator decisivo para a escolha. Deixa claro (a ponto de despertar antipatia e criar fama de chato) que não carregaria ninguém nas costas. Apesar dos pedidos de colegas como Geddel Quadros Vieira Lima para entrar no seu grupo pela garantia de notas altas na avaliação final. Filho do político baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho Geddel era um dos palhaços da turma. Chegava no colégio dirigindo um Opala verde, o que despertava atenção das meninas e a inveja dos meninos – que davam o troco chamando-o de ‘Suíno’. Tinha sempre uma piada na ponta da língua; as matérias, nem sempre.

– Eu vou ser político!

O jeitão expansivo garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade. ‘Ele é in-su-por-tá-vel!’, justifica Renato para Maria Inês, dividindo as sílabas de forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em seu grupo.

Uma baita sacanagem com os suínos, não é mesmo?

Vale lembrar que na época da primeira polêmica o político preso disse que Renato Russo “não era ninguém”:

Nunca fui chamado de Suíno. Aliás, nem lembro de Renato Russo nenhum no colégio. Ele não era ninguém.

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