Dave Grohl fala sobre sua rotina de trabalho e considera reunião do Nirvana

Dave Grohl, o vocalista, guitarrista, compositor (e agora diretor de clipes) do Foo Fighters, passou um dia com a publicação britânica The Times recentemente para mostrar que a rotina de um dos maiores ídolos mundiais do Rock dessa geração não é tão diferente assim do que a de qualquer outro pai.

Com exceção das visitas que a família Grohl recebe em casa do amigo (e ex-Beatle) Paul McCartney, e das longas horas em estúdio gravando com o resto da banda, o dia-a-dia de Dave Grohl envolve atividades pacatas da paternidade como cozinhar café da manhã para as filhas Violet, Harper e Ophelia e garantir que elas cheguem a tempo na escola enquanto canta músicas do Bob Esponja Calça Quadrada.

Eu não uso despertadores; o meu corpo me acorda às 5 da manhã todos os dias, não importa a hora que eu tenha ido dormir. O meu closet tem 30 pares de calças jeans, 30 camisas de flanela e um monte de outras coisas que eu nunca uso. Eu me visto como um lenhador, desço as escadas, faço café, checo emails e espero o estouro da manada. Nossas filhas mais velhas, Violet e Harper, ligam a TV ou fazem o dever de casa que elas não terminaram na noite anterior enquanto eu faço o café da manhã – bacon e ovos ou biscoitos de leite amanteigados e smoothies – e a minha mulher prepara o almoço delas. Assim que elas se vestirem, eu levo as meninas para o ponto de ônibus. O importante é tirá-las de casa com um sorriso e cantando músicas, de Prince ao disco do Bob Esponja, que a Harper ainda ama. Depois que o ônibus parte eu volto para brincar com a Ophelia. Você sabe, eu ainda estou trocando fraldas com 48 anos de idade. Uma criança quer um piercing no nariz e a outra ainda está de fraldas. Não consigo imaginar como a adolescência será…

Grohl ainda falou sobre como um dia de trabalho funciona com o Foo Fighters em épocas de composição, ou quando não estão fazendo nenhuma turnê e como ele tem gostado de cozinhar para a banda durante o processo:

O meu escritório fica no andar de cima da casa. É um estúdio adaptado e um lugar para eu me esconder. Antes de começarmos a gravar um disco, eu gravo por conta própria. Mas em um dia de trabalho real, eu desço até o estúdio em Hollywood às 10 da manhã. Talvez um ou dois Foos estejam lá, aí a gente vai tomar café e fumar alguns cigarros. A razão pela qual nós somos uma banda há tanto tempo é porque gostamos da companhia um do outro. Não existe muita infelicidade ou tortura rolando. O meu jeito favorito de aquecer para um show é tomar whisky e caminhar para o palco com lágrimas nos olhos de tanto rir com os caras. É a melhor sensação. E eu cozinhei bastante enquanto gravávamos o disco novo. Eu me especializei em slow cooking. Eu passava o dia checando a temperatura da carne na grelha, depois corria pra gravar um vocal ou uma faixa de guitarra, conferia a temperatura de novo, deixava as espigas de milho prontas e fazia molho. Existe algo especial em estúdios que cheiram como o assado de Domingo da sua mãe – isso deixa o clima muito mais tranquilo.

Obviamente após mais de 2 décadas de carreira, Dave Grohl colecionou contatos e fez muitos amigos dentro do mercado da música. Essas companhias acabaram entrando para a sua rotina e influenciando não só o convívio dentro de sua própria casa como criando possibilidades de criação de novos projetos, ou até mesmo retomada de antigos, como o próprio Nirvana:

Nessa carreira, eu tive muita sorte de conhecer alguns dos meus heróis, como o Paul McCartney, que agora é um amigo. É sempre bom quando ele aparece em casa. As crianças sabem que ele é um Beatle, mas meio que não sabem ao mesmo tempo. Então a interação é bonita porque elas não estão tentando agir de uma forma descolada com ele. Também existiram alguns shows inspiradores ao longo dos anos. Glastonbury esse ano está lá no topo da lista. Outro foi quando o Nirvana entrou para o Rock & Roll Hall of Fame em 2014. Eu me juntei com meus antigos colegas de banda, Krist [Novoselic] e Pat [Smear, que também é do Foo Fighters], e algumas convidadas como Joan Jett e a Lorde, e nós tocamos aquelas músicas de novo — elas soaram como antes, mas com um elemento faltando, é claro. Nós não tocávamos um set do Nirvana desde que o Kurt morreu. Poderíamos fazer isso de novo? Eu não sei.

Enquanto o cara mais legal do Rock não decide se assume as baquetas do Nirvana mais uma vez ou não, continuamos na contagem regressiva para o disco novo do Foo Fighters. Concrete and Gold será lançado no dia 15 de Setembro de 2017.