R. Kelly em 2016
Foto via Shutterstock

Foto de R. Kelly via Shutterstock

O passado de R. Kelly é bastante nebuloso, principalmente no que diz respeito a acusações de abuso sexual e envolvimento com menores.

Em 1994 ele se casou com a cantora Aaliyah, que tinha apenas 15 anos de idade, e a união foi anulada em 1995 por uma decisão judicial que considerou o ato ilegal.

Vale lembrar que o disco de estreia de Aaliyah foi inteiro composto e produzido por R. Kelly e se chama “Age Aint Nothing But a Number”, ou “Idade Não é Nada Além de um Número”.

Além disso, em 2002, um vídeo foi vazado para a imprensa e teoricamente mostrava R. Kelly tendo relações sexuais com uma menor, mas o cantor disse que não era ele nas imagens. Uma busca foi feita na sua casa na Flórida e diversas imagens de pornografia infantil teriam sido encontradas, levando à prisão do artista em 2003.

Nos anos seguintes, porém, a defesa de R. Kelly teve diversas vitórias na justiça, principalmente utilizando a tática de desmerecer as provas, e em 2007 o cara foi considerado inocente em relação a todas as acusações que havia sofrido.

Pois bem, uma nova matéria do Buzzfeed dá detalhes do que seria uma espécie de “culto” onde R. Kelly estaria mantendo mulheres em duas casas para ter relações sexuais com elas.

A reportagem traz depoimentos de um casal que não vê a sua filha desde Dezembro de 2016, e conta que tudo começou quando a jovem de 19 anos se encontrou com R. Kelly no backstage de um show e ele disse que alavancaria a sua carreira de cantora.

A mãe da garota diz que, mesmo sabendo do passado controverso do músico, entendeu que tudo estaria bem caso ela estivesse perto, mas Kelly conseguiu fazer com que a jovem escondesse o contato de seus pais e fosse ao seu encontro sem que eles soubessem.

Na matéria, pessoas que trabalharam com o ícone do R&B dizem que ele tem duas casas, uma em Atlanta e outra em Chicago, onde estaria mantendo seis mulheres aprisionadas, sem que elas possam sair dos próprios quartos a não ser que peçam autorização para ele.

Ainda segundo a acusação, Robert Sylvester Kelly, de 50 anos, controlaria como as garotas se vestem, comem, dormem e as suas atividades sexuais. Na reportagem, há inclusive o relato de que uma mulher trabalharia para ele no sentido de “treinar” as garotas sobre “como ele gosta de receber prazer sexualmente”.

Os aparelhos de telefone celular das mulheres teriam sido “confiscados” e trocados por outros com controle da equipe do músico, e qualquer tipo de interação com o mundo exterior seria também controlado por ele.

As fontes da investigação, todas tendo trabalhado com R. Kelly e algumas inclusive se relacionado sexualmente com ele, confirmam as alegações e dizem que ele controla tudo que acontece com as mulheres. Uma delas chegou a dizer que R. Kelly é a pessoa mais doce do mundo, mas Robert (nome verdadeiro do músico) “é o diabo”. As garotas que quebrassem as regras do cara seriam inclusive punidas verbalmente e fisicamente, com uma delas tendo apanhado em 2013 do lado de fora de uma lanchonete Subway por, teoricamente, ter flertado com o atendente.

O grande problema na história toda é que as investigações estão acontecendo “por fora”, com o casal citado no início da matéria fazendo o trabalho de detetives, já que todas as mulheres mantidas por R. Kelly sob seus domínios têm mais de 18 anos, e mais especificamente nos estados onde as casas estão, a maioridade é ainda menor, sendo de 17 anos em Illinois (onde fica Chicago) e 16 na Georgia (onde fica Atlanta).

Sendo assim, a polícia não fez nenhuma investigação mais profunda já que nas ocasiões em que tentou entrar em contato com as garotas, teve a resposta de que “elas estão bem e não querem ser incomodadas”.

Vale lembrar que apesar de ter sido considerado inocente das acusações no início dos anos 2000, há vários relatos de acordos que o músico fez fora dos tribunais com pessoas que o acusaram de casos parecidos, sendo alguns deles recentes.

Você pode ler a extensa matéria do Buzzfeed clicando aqui.

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