Bob Dylan em Londres, em 1966

Essa semana, Bob Dylan está lançando um álbum triplo chamado Triplicate.

Os discos são compostos por covers e marcarão seu primeiro disco triplo. Para seu lançamento, o músico deu uma entrevista ao escritor Bill Flanagan, onde ele fala sobre seu álbum, o que gosta de ouvir e relembra algumas coisas de seu passado.

Desde George Harrison e Elvis até Amy Winehouse, Bob Dylan conversa abertamente com o escritor e nós separamos algumas partes da entrevista para vocês.

Por que você decidiu lançar três discos de uma vez?
“É melhor que eles saíam todo juntos, porque o tema de cada um deles está conectado. Um é a sequencia do outro e cada um explica seu antecessor.”

Como você costuma ouvir música? Você usa algum serviço de streaming?
“Eu escuto CD.”

Ouviu algum disco bom ultimamente?
“Après do Iggy Pop, esse é um disco bom. Imelda May, eu gosto dela. Valerie June, The Stereophonics. Eu gosto do disco que Willie Nelson e Norah Jones fizeram com Wynton Marsalis, é um tributo a Ray Charles [Here We Go Again: Celebrating the Genius of Ray Charles]. Eu gostei do último álbum da Amy Winehouse.”

Você era fã dela [Amy Winehouse]?
“Sim, com certeza. Ela era a única real individualista por aqui.”

Nos últimos anos você tem tocado mais piano nos shows e bem pouco a guitarra. Por que?
“Eu toco nas passagens de som e em casa, mas a química é melhor quando eu estou no piano. Se eu toco a guitarra, muda a dinâmica da banda. Talvez seja apenas tedioso ficar pulando de um para o outro.”

Perdemos muitas pessoas ano passado, Muhammad Ali, Merle Haggard, Leonard Cohen, Leon Russell. Algum deles foi realmente difícil perder?
“Claro, todos eles – nós éramos como irmãos, morávamos na mesma rua e todos deixaram um espaço vazio onde eles ficavam. É solitário sem eles.”

Você conheceu muitos músicos, atores e escritores lendários – teve alguém que você olha para trás e pensa, “Cara, eu devia ter dado mais valor de quão ótimo ele era quando ele ainda estava por aqui”?
“Eu não sei dizer quem é ótimo e quem não é. Se alguém alcança esse patamar é só por um minuto e todo mundo é capaz disso. Ser ótimo está fora do nosso controle – eu acho que você consegue por sorte, mas é só por um período curto de tempo.”

Para o The New Basement Tapes, T Bone Burnett juntou um grupo com Elvis Costello, Rhiannon Giddens, Jim James, Marcus Mumford e Taylor Goldsmith para terminar músicas baseados em letras suas antigas. Você ouviu alguma delas e pensou, “Eu não lembro de ter escrito isso?”
“Não, eu não lembro de ter escrito qualquer uma dessas músicas. Todas elas foram encontradas em um porta-malas que veio de um lugar que as pessoas chamavam de Big Pink House no Woodstock, em sua maioria letras que deixamos para trás quando gravávamos aquelas músicas do Basement Tapes. T Bone disse que ele poderia fazer algo com elas, disse que ele poderia terminá-las. Eu não lembrava mais delas. Por anos eu achei que tínhamos usado todas elas.”

Algumas de suas bandas de aberturas, nomes grandes, disseram que se sentiram desapontados que você não sai e nem socializa na estrada. Por que isso?
“Não sei – por que eles iriam querer sair comigo? Eu fico com a minha banda quando estamos na estrada.”

Eu ouvi dizer que você e George Harrison foram fazer uma sessão de gravação com Elvis, mas ele nunca apareceu. Qual é a história real?
“Ele apareceu sim, fomos nós que não aparecemos.”

Em 1966 você tinha o cabelo mais insano que todos jamais tinham visto. Você poderia alisar e ninguém iria te reconhecer?
“Sim, mas eu nunca quis fazer isso. Eu estava tentando parecer o Little Richard, minha versão dele. Eu queria o cabelo insano, eu queria ser reconhecido.”

Você conheceu John Wayne em 1966. Vocês se deram bem?
“Sim. Eu o conheci no Havaí onde ele estava gravando um filme, ele e Burgess Meredith. Uma das minhas ex-namoradas estava no filme também e ela disse para ir encontrá-la. Ela me apresentou a ele e ele me pediu para tocar algumas músicas. Eu toquei para ele ‘Buffalo Skinners’, ‘Raggle Taggle Gypsy’, e eu acho que ‘I’m a Rambler, I’m a Rambler’. Ele me disse que se eu quisesse eu poderia ficar lá e aparecer no filme. Ele foi bem simpático comigo.

Quando você está em seu ônibus, o que você assiste na TV?
“I Love Lucy, todo o tempo, sem parar.”

Para ler a entrevista na íntegra, você pode clicar aqui.

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