Música

Pedra rolante: leia todas as edições clássicas da Rolling Stone brasileira

Foram publicadas na internet as edições da Rolling Stone Brasil original, que durou apenas um ano e se tornou um marco para a imprensa nacional.

Pedra rolante: leia todas as edições clássicas da Rolling Stone brasileira Pedra rolante: leia todas as edições clássicas da Rolling Stone brasileira Pedra rolante: leia todas as edições clássicas da Rolling Stone brasileira Pedra rolante: leia todas as edições clássicas da Rolling Stone brasileira
Rolling Stone Brasil original

Lembra da Rolling Stone Brasil dos anos 70? Muitos provavelmente não. Foram 36 edições publicadas entre Fevereiro de 1972 e Janeiro de 73, em plena ditadura militar. Mas, mesmo com poucas publicações, isso representou um marco para o jornalismo musical brasileiro.

O engenheiro de software Cristiano Grimaldi viveu essa época e resolveu compartilhar a lembrança com o mundo. Como? Escaneando cada página de todas as 37 edições (existe uma “edição zero”) e criando um site para postá-las.

O nome do site é uma tradução do nome da revista, e conta com uma interface bem agradável e simples, para que qualquer um consiga acessar sem maiores dificuldades. Clique aqui para acessar o site, e boa viagem ao mundo da música dos anos 70.

 

Contexto histórico

Luiz Carlos Maciel, que trabalhava no jornal O Pasquim, tinha nome e experiência no mundo da indústria fonográfica quando teve a ideia de trazer a famosa Rolling Stone para o Brasil. E isso era bom, pois o cenário musical da época era completamente influenciado pelas rádios e, logo, pelo governo ditador.

Foi com a ajuda de amigos que foi publicada, em 71, a chamada “edição zero” da revista. A edição tinha direito a uma capa com Gal Costa, e dentre seu conteúdo haviam matérias sobre Santana, Black Sabbath e sobre festivais “underground”.

Estava tudo indo muito bem. Os jovens, que se sentiam censurados, viam na nova Rolling Stone uma luz no fim do túnel. No entanto, a coisa desandou no final de 72. Isso porque a Rolling Stone norte-americana cobrava taxa pelo uso do nome – taxas essas que nunca foram pagas. Após um tempo, a própria logo da revista vinha com “Pirata” escrito logo abaixo – uma decisão editorial. A edição de Fevereiro do ano seguinte nunca chegou a ser publicada.

A Rolling Stone só voltou a ser publicada aqui, agora oficialmente, em Outubro de 2006. A numeração foi zerada e as primeiras edições ficaram apenas para quem teve a oportunidade de obtê-la.

A pedra rolou, rolou e os amantes de música conseguiram de volta o que queriam.