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Houve um tempo em que colecionar ingressos de shows e de festivais era o que havia de melhor na relação material com a música. O amante de música tinha lá seus discos de vinil e CDs de seus artistas favoritos, mas nada se comparava a olhar o ingresso de tal show e relembrar o quão bom foi. Mas, como tudo na vida, isso mudou graças à tecnologia.

Um novo modo de presenciar eventos musicais está ganhando cada vez mais força no Brasil. Trata-se das pulseiras RFID: pulseiras eletrônicas que passam a impressão que o ingresso do show faz parte da vestimenta de quem o comprou. A adoção desse tipo de ingresso já é indiscutível em lugares como a Europa e os EUA.

Desde o início dos anos 2010, essas “smart pulseiras” foram gradativamente substituindo os ingressos tradicionais. Dentre os festivais pioneiros dessa ideia, temos o Coachella, o Bonnaroo e até o próprio Tomorrowland.

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O que de moderno tem nisso?

A mania das pulseiras de pano tradicionais nunca pegou muito bem no Brasil. Em alguns lugares mundo afora, no entanto, ganharam um significado quase que transcendente. Eram colecionáveis, e andar com elas sempre no pulso era uma maneira de mostrar o quão viciado em música a pessoa era.

Baseado nessa relação material com o ingresso, a tecnologia RFID (Radio-Frequency Identification) chegou como uma evolução para isso. Normalmente compostas por uma área de plástico, essas modernas pulseiras possuem um chip acoplado que funciona através de sinais de radiofrequência. A evolução está nos benefícios que esse chip pode trazer aos usuários.

Primeiramente, o estresse de enfrentar filas longas e demoradas. Isso porque o processo de identificação fica muito mais rápido e prático, e ainda fica mais fácil de reconhecer possíveis fraudes. As pulseiras têm, cada uma, um código único vinculado ao proprietário. Caso o mesmo perca a pulseira, ela pode ser desativada e substituída por outra. Muito século XXI isso, não?

Além disso, você pode deixar o dinheiro em casa! Isso mesmo! Você carrega a sua pulseira, que já tem um código só seu, com cartão de crédito, e come e bebe apenas passando rapidamente a pulseira no leitor. Isto significa um adeus às fichinhas de papel que desaparecem misticamente do bolso! Ah, e adeus às filas enormes e demoradas de comida!

Sabe quem se beneficia com essa história toda também? Os organizadores do evento. Eles passam a ter maior controle do festival a fim de melhorarem cada vez mais a experiência, graças às pulseiras. Eles podem reforçar a segurança em uma área que esteja com um contingente maior de pessoas, por exemplo.

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Quer exemplo? Toma exemplo!

Tudo é feito de maneira a deixar a experiência mais personalizada. Cada festival ou show, no entanto, tenta inovar no uso das pulseiras. Podem interagir com o usuário por meio das redes sociais, ou podem ascender em luzes diversas de acordo com a música tocada.

Os engajamentos sociais podem ser feitos de infinitas maneiras. Primeiramente, você vincula algumas informações de redes sociais com a sua pulseira. O Tomorrowland belga, por exemplo, fez uma espécie de Tinder. Você curtia a pessoa e a pulseira te enviava o perfil do Facebook da pessoa com quem você deu match.

Já o Coachella entrou em parceria com o Spotify para possibilitar aos felizardos que tinham a pulseira que captassem as músicas tocadas no festival e, assim, criassem suas próprias playlists. E o Coldplay, que lotou o Allianz Parque (SP) e o Maracanã (RJ) e proporcionou um espetáculo de luzes a partir dos pulsos da galera?

A próxima edição brasileira do Lollapalooza, assim como o Planeta Atlântida e o Rock in Rio desse ano, usarão essa tecnologia. O que resta é esperarmos para descobrir o tipo de interatividade que esses eventos nos reservam.

Isso não invade a privacidade das pessoas?

Cartões de crédito, redes sociais… Tudo isso em uma pulseira? Não seria muito invasivo? Depende. O argumento usado por alguns dos entusiastas é que isso não invade tanto a privacidade das pessoas. Uma vez que vivemos em um mundo onde as informações pessoais estão disponíveis em todo lugar, desde as redes sociais até o cartão de crédito, uma pulseira não pareceria algo tão incômodo. Até nossas curtidas em redes sociais revelam algo pessoal e, de certa forma, nos expõe.

É uma questão a se pensar. Mas vale sempre pensar nos benefícios e na ampla gama de possibilidades de experiências que a tecnologia RFID pode proporcionar.

https://www.youtube.com/watch?v=V27fNXX_rc4

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