Foto por Mark Seliger para a Rolling Stone

No dia 07 de Outubro o Green Day irá lançar seu aguardado novo disco de estúdio, o primeiro desde 2012 e décimo segundo da carreira.

Revolution Radio vem após o período mais turbulento das vidas pessoais dos integrantes do grupo: o baixista Mike Dirnt lutou junto com a esposa contra um câncer de mama e Billie Joe Armstrong, vocalista, guitarrista e principal compositor, teve que se internar em uma clínica de reabilitação.

Em uma nova entrevista para a Rolling Stone, Armstrong falou abertamente sobre como tinha problemas com álcool e remédios controlados, e citou o infame episódio do iHeartRadio Festival, onde surtou, disse que “não era Justin Bieber” e quebrou sua guitarra.

Segundo ele, não se lembra de nenhuma palavra que disse no palco aquele dia porque estava bêbado.

Vício e reabilitação

Foi naquele dia que seus colegas de banda perceberam que algo estava errado e Mike Dirnt chega a dizer que concordava com a reclamação, já que um relógio mostrava que a banda só tinha mais um minuto para tocar, mas não concordava com tudo que levou BJ ao momento:

A pior parte era ver a degradação do meu amigo. A porra já estava indo longe demais. E ele nem percebia. Era tipo, ‘Chega. Admita. Eu nem consigo pensar em tocar com você agora. Você precisa resolver seus problemas.’

Enquanto Armstrong estava na clínica, Mike lhe escreveu cartas dizendo coisas como:

Se a gente passar por isso e voltar, ou estaremos mais fortes do que nunca ou não continuaremos com a banda.

Jesse Malin, músico e amigo de Billie Joe, disse que passou várias ocasiões com ele onde as coisas foram malucas, com o líder do Green Day urinando no palco, por exemplo. Para ele, porém, parecia que tudo estava sob controle.

Michael Mayer, diretor do musical American Idiot, baseado em disco da banda de mesmo nome, disse que Billie Joe era um “viciado funcional”, que mesmo com suas dependências, era bastante produtivo, mas o próprio músico diz que isso era só aparência:

Era só por fora. Não era a realidade do que eu estava passando. A outra parte da minha vida estava desmoronando lentamente. Minha base estava rachada e se eu não tivesse parado, não sei se ainda estaria vivo.

Hoje eu quero ver os meus filhos crescendo e passando pelas experiências da vida. Não quero que eles passem por esse tipo de escuridão que passei.

Billie diz que está bem resolvido quanto à questão de não beber mais e permanece sóbrio há quatro anos, mesmo com seus colegas de banda bebendo na sua frente. Ele completa falando que misturava álcool com remédios controlados de forma tão irresponsável que “se surpreendia por acordar no dia seguinte.”

Recentemente ele celebrou 20 anos de casamento com a esposa Adrienne em Las Vegas, renovando os votos por lá em uma festa que rendeu até um supergrupo formado pelo próprio com Tim Armstrong (Rancid), Jesse Malin, Duff McKagan (Guns N’ Roses) e Tré Cool.

Novo disco

Green Day - Revolution Radio

Revolution Radio é, pela primeira vez desde Warning (2000) um disco do Green Day sem nenhum tipo de conceito amarrado.

American Idiot (2004) e 21st Century Breakdown (2009) eram álbuns conceituais; óperas-rock com críticas à sociedade dos Estados Unidos.

Já em 2012, logo antes da internação de Billie Joe, a banda lançou uma trilogia com Uno, Dos, Tré.

16 anos depois, portanto, é a primeira vez em que o Green Day simplesmente entra em estúdio para gravar um novo disco, e os integrantes revelaram que após muito tempo pararam e pensaram no que gostariam de ser nesse álbum e chegaram à conclusão de que o objetivo era “ser o Green Day. Green Day é divertido!”

Para tanto, gravaram tudo por conta própria em um estúdio deles mesmos, e Mike disse que se sentiu como se estivesse se preparando para as gravações do disco Kerplunk, o segundo do grupo lançado em 1992.

TMDQA!

O TMDQA! esteve em San Francisco recentemente conversando com Tré Cool e Mike Dirnt, e em breve publicaremos a nossa entrevista exclusiva com o Green Day por aqui.

LEIA: Billie Joe Armstrong (Green Day) é um pai punk no filme “Ordinary World”

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