Holiman

Holiman é uma banda independente originada no ano de 2011 em São Paulo, que em 2015 pegou o ritmo de uma banda de verdade, com todas as mudanças que vieram para o grupo, que além de trazer uma nova formação, acarretou em inúmeros shows pela cidade, incluindo um no tradicional Hangar 110. Conversamos sobre suas influências, o estilo próprio corajosamente escolhido e os bastidores de gravação do EP Porta, primeiro trabalho do reformulado quinteto paulistano. Se liga na conversa!

TMDQA!: Vamos começar falando sobre o ano passado, que além de uma reformulação na banda, trouxe o primeiro trabalho de vocês: o EP Porta. Ele foi feito de maneira 100% independente?

Holiman: Sim, nós compomos e produzimos sozinhos, mas recebemos ajuda do produtor Léo Magma para gravar. A princípio íamos gravar duas faixas, e ele nos disse “Vocês não querem mais duas pra fechar o EP?”. Ah, tá bom, né! Já tínhamos as músicas prontas, e então nos reunimos no estúdio, onde ele deu algumas ideias para aprimorar as construções musicais, como em algumas linhas de guitarra, onde a música pede refrão, e por aí vai. Construímos as músicas sozinhos e ele as moldou e encorpou com a gente.

TMDQA!: Como foi esse processo e quanto tempo levou?

Holiman: Gravamos em cerca de 2 semanas, mas o EP saiu em um mês. Isso contando com a masterização, mix, e a arte da capa. Foi lançado primeiro em mídia digital e depois uma tiragem do disco físico.

TMDQA!: E toda a produção pendeu mais para o lado estressante ou divertido?

Holiman: Apesar de alguns momentos de estresse, amamos gravar. Se dependesse da gente, ficávamos lá pra sempre. É muito gostoso viver esse momento.

TMDQA!: De onde vem a escolha do nome “Porta”?

Holiman: Porta é devido ao fato de que, por ser nosso primeiro trabalho, é a nossa “porta de entrada” ao cenário musical. As pessoas nos conhecem hoje através do Porta.

TMDQA!: Até onde vocês pretendem chegar? Tocar em lugares maiores, atingir um maior alcance, uma fama?
Holiman: Não tem quem não queira ser famoso. Não tem essa. Nós queremos mostrar ao mundo nosso som. Queremos sim ser famosos. Queremos mostrar nossa música pro mundo, e quanto mais pessoas escutarem nossa música, mais reconhecimento a gente tem, e consequentemente mais dinheiro, mais meios e principalmente uma maior motivação para produzir mais àqueles que curtem nosso som. A gente sonha em viver da música, sim. Temos como exemplo o nosso show de lançamento do EP, que foi o melhor show que já fizemos. Foi uma vibe sensacional, totalmente diferente das demais apresentações. O pessoal cantando sua música é muito… gratificante.

TMDQA!: A gente percebe que existe uma variação de tema nas quatro faixas até então lançadas. Como vocês definem qual será o assunto abordado nas letras?

Holiman: Cada música tem um tema distinto. Como o EP não foi planejado, fomos compondo cada música como um single, e então as juntamos no Porta. “Metrópole”, que abre o EP, por exemplo, fala sobre a diversidade que existe em São Paulo. Na letra tem uma mistura de português, espanhol e inglês. E por ser uma música corrida, acaba representando a correria da metrópole da nossa querida Sampa. “Epifania” traz o Morais, nosso vocalista e principal letrista, que a compôs após terminar o primeiro namoro. Um grande clichê, porém verdade. “Vencer” fala sobre a nossa vontade diária de superar cada obstáculo da vida. Por fim, “Contágio” que é uma música mais alegre, a fim de contagiar as pessoas com nossa música. O curioso é que ela foi criada às pressas, em poucos dias, porque precisávamos pra fechar o setlist pro Hangar.

TMDQA!: Sobre o estilo musical de vocês, a escolha do Hardcore foi proposital ou acabou sendo algo espontâneo? Acham que existe espaço para o gênero nos dias atuais aqui, no Brasil?

Holiman: O Hardcore acabou sendo algo natural. Talvez o fato de nosso produtor amar o estilo tenha influenciado. E tem uma banda que todo mundo curte, que é o Rancore. Hoje cada um ouve coisas diferentes, mas a gente não cansa de escutar o som deles. Olha o que esses caras fizeram! O Hardcore no Brasil sempre foi muito difícil. O CPM 22 atingiu um certo patamar, mas não somos capazes de citar outras bandas que alcançaram o sucesso.

TMDQA!: Como é a aceitação e a presença do público em relação ao som da banda? Na opinião de vocês, o Rock Nacional está em evidência?

Holiman: Difícil falar. Público tem, mas é muito limitado. Hoje o que está em alta é o sertanejo e o funk. Depois que entramos na cena, nossa concepção de público mudou muito. Zimbra, Medulla e Supercombo são bandas pequenas, mas gigantescas na cena. É só perguntar em um bar quem as pessoas conhecem mais, CPM 22 ou Supercombo? Hoje em dia o que mais tem é: vem aqui, toca no meu bar, você vende vinte ingressos, e só então começamos a rachar meio a meio. A banda fica sem receber. A gente tem gastos, tem que pagar a gasolina. Existe uma falta de oportunidade no país. E venha quem curtir! A gente mesmo curte hardcore, mas também ouve Justin Bieber. Já ouviu o último CD do garoto?! Outro dia mesmo o Caio tava tocando Justin Bieber na bateria!

TMDQA!: Vocês aconselhariam alguém a persistir no sonho de ser músico no país, mesmo com essas adversidades?

Holiman: Com certeza. Mesmo com a falta de oportunidade e levando em conta que você precisa investir e se sacrificar muito para chegar lá. Nós temos o sonho de viver da música, divulgar nosso som, crescer o máximo possível. Entretanto, todos fazemos faculdade, o que acaba sendo nosso plano B.

TMDQA!: No começo deste ano vocês lançaram o primeiro clipe da banda, e a escolhida foi a faixa “Vencer”. Contem um pouco sobre os motivos que levaram a escolhê-la e também sobre como foi processo de gravação do clipe.

Holiman: “Vencer” tem uma crescente que fez com que a gente se apaixonasse por ela. O Léo também adorou a música e assim foi decidido. É uma boa música pra introduzir a banda. Gravamos o clipe em Setembro do ano passado no Cavalo Estúdio, que pertence ao Nicolas, do Alaska. Foram três horas gravando. Basicamente chegamos no dia anterior e “Bora gravar um clipe? Vamos! Então vamos”. Nós fizemos tudo, sem produção externa. O clipe foi lançado no dia 7 de Janeiro deste ano.

TMDQA!: Quais são os planos de vocês agora? Mais shows, singles, outro EP, mais um clipe, quem sabe um primeiro CD?

Holiman: Tínhamos um projeto antigo de lançar um single, mas depois de tocarmos no Feeling Pro Rock, a banda deu um ânimo, e surgiu a ideia de um CD. Pode ser que venha um single, pode ser que venha um CD. Pode ser que venha um single do CD. Ainda é meio incerto. Já temos ideias e adiantamos que será diferente. Nosso jeito de pensar, agir e tocar mudou muito. Mas não abandonaremos o Hardcore. Às vezes a gente lança uns áudios no grupo do Whatsapp, de um riff, ou groove, e sempre rola um hardcorezinho.

TMDQA!: A Holiman tem mais discos que amigos?

Holiman: Tem! Mas também consideramos nossos discos como amigos, porque fazem parte da nossa história e de quem somos. Isso sem contar a música, que está sempre presente na nossa vida, nas mais variadas situações.

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