Peter Hayes, do Black Rebel Motorcycle Club

Foto: Edi Fortini

No dia 18 de Março, o Black Rebel Motorcycle Club retornou ao Brasil para uma apresentação em São Paulo. O show aconteceu na descoladíssima Casa das Caldeiras, como parte do evento House of Vans, que celebrava os 50 anos da famosa marca de streetwear.

Antes do show batemos um papo com o tímido porém simpático Peter Hayes, vocalista e guitarrista da banda, sobre a evolução do BRMC durante esses anos, suas influências, processo de composição e mais. Confira abaixo!

TMDQA!: O que vocês consideram como sendo a essência da banda? Desde o lançamento do primeiro disco em 2001, até o Specter at the Feast em 2013, qual característica continua marcante na opinião de vocês? E o que mudou desde então?

Peter Hayes: Nossa, uau! (Risos). Bem, uma coisa que tenho certeza é que quando começamos, não sabíamos o que era essa coisa de se vender. Você tem que saber o que aquilo significa para você, a forma como a música começou, o jeito que o mundo funciona, essas coisas. Então, para mim, a essência é tentar não ser egoísta e tentamos nos segurar nisto o máximo possível.
Não ser um rockstar.

TMDQA!: E acho que esta deve ser a parte mais difícil, né?

Peter Hayes: Não sei se é a mais difícil. É só questão de não ser um babaca (risos).

TMDQA!: Vocês estão no processo de gravação do novo álbum. Seguindo a pergunta anterior, qual a visão de vocês em relação a essas mudanças com a composição de novas músicas?

Peter Hayes: Acho que não é uma questão de visão; no final das contas é uma música que foi feita (risos). Levamos muito tempo para escrever, nos cobramos demais às vezes – com as letras e tal, e demora para ficar pronto, mas no final tudo acaba saindo da mesma maneira.

TMDQA!: As influências, tanto musicais como de outros eventos, mudam a cada disco? Ou vocês procuram manter uma mesma linha na hora de compor?

Peter Hayes: Sempre tentamos absorver tudo e qualquer coisa, então de alguma forma é como sempre foi.

TMDQA!: Deve ser o melhor caminho mesmo.

Peter Hayes: É, é o único caminho que eu conheço, na verdade.

TMDQA!: Como foi para vocês lidar com a recuperação da Leah [Shapiro, baterista]? Foi um momento muito difícil?

Peter Hayes: A gente rezava bastante. Foi um longo processo, mas ao mesmo tempo ela recuperou-se mais rápido do que imaginávamos. Ela esforçou-se muito – demais, provavelmente, para voltar a tocar.

TMDQA!: Foi bem bonito aquele vídeo [postado pela banda no Facebook] com ela voltando a tocar.

Peter Hayes: Sim.

TMDQA!: Esta pergunta seria para a Leah, mas ela não está aqui, então… O quão grande é sua contribuição nos álbuns? Ela mostra bastante suas ideias? Ou isso fica mais a seu cargo e do Robert [Levon Been, baixista e também vocalista]?

Peter Hayes: Ela ajudou no Specter at the Feast; ela que veio com a ideia do título, dando um poema que leva este nome ao Robert.
Quanto às contribuições, ela dá ideias sobre os refrães, o que pode entrar ou sair, o que pode ser bom ou não; contribui bastante.
Ela não gosta de compor e odeia cantar – nós já tentamos “forçar”, mas não deu certo.

TMDQA!: Como é a relação de vocês fora da banda? Vocês costumam sair juntos ou se verem com frequência?

Peter Hayes: Sim, sim.

TMDQA!: Fiquei sabendo que vocês alugaram umas motos quando chegaram ontem (17) em São Paulo.

Peter Hayes: É, a gente faz esse tipo de coisa quando temos uma folga e tal. Já fizemos isso no Japão, África, Camboja… A gente ainda gosta um do outro (risos).

TMDQA!: Isso é importante!

Peter Hayes: Sim!

TMDQA!: O que vocês acham do cenário atual da música, principalmente no rock? Existe alguma banda nova que algum de vocês têm ouvido com frequência?

Peter Hayes: No momento eu não estou escutando nada, pra te falar a verdade, porque tenho uma paranoia de estar compondo, ouvir um trecho de qualquer coisa e roubar a ideia. Isso sempre acaba acontecendo de um jeito ou de outro, mas no meio das gravações eu desligo tudo e só escuto música se for em outro idioma ou algo totalmente diferente. Agora, no entanto, eu só tenho escutado às notícias.

TMDQA!: Em 2011, vocês tocaram pela primeira vez no Brasil no festival SWU. Naquela ocasião, o que vocês acharam da recepção dos fãs presentes? E o que esperam do show de hoje à noite, cinco anos depois, em outra circunstância; desta vez em um local fechado com uma apresentação mais intimista?

Peter Hayes: Não sei o que esperar, sério.

TMDQA!: É bem diferente

Peter Hayes: Sim!

TMDQA!: Tem uma galera bem louca lá fora. São amigos meus e eles estão tipo, “MEU DEUS BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB!!!”

Peter Hayes: Ah, isso é muito bacana!

Não costumo me pegar em expectativas, tento dar o nosso melhor. Se as pessoas estão curtindo ou não, isso é com elas. Fazemos isso há tanto tempo que não é bom ter expectativas.
Às vezes as pessoas te surpreendem porque do nada a música conecta com o público e elas vibram quando antes estava tudo em silêncio e eu fico tipo, “Como assim? Elas estavam odiando antes?”

TMDQA!: Você prefere quando o público enlouquece ou quando ficam apenas olhando para o palco?

Peter Hayes: Adoro as duas coisas, sabe? É legal quando a galera pira, mas também quando eles ficam prestando atenção na música.

TMDQA!: Vocês pretendem conhecer um pouco do país ou a passagem será rápida, só pelo show?

Peter Hayes: Recebemos a oferta do show, que abriu as portas para outros shows – o que é ótimo, mas acaba que a gente fica sem tempo de conhecer os lugares e essa parte é ruim.

TMDQA!: Como dito anteriormente, são cinco anos sem tocar na América do Sul. O que os fãs podem esperar do setlist?

Peter Hayes: Um pouco de tudo!

TMDQA!: Vocês pretendem focar mais no Specter at the Feast ou em tudo?

Peter Hayes: Não, não vamos focar em nada (risos). Eles [a produção do evento] disseram que queriam que tocássemos por 1h30min, então depende, vamos ver o que acontece.

Black Rebel Motorcycle Club em São Paulo

Você pode ver o que aconteceu em nossa resenha do show por aqui.

#BlackRebelMotorcycleClub na #HouseOfVans em São Paulo! #BRMC #rock #tmdqa #vans

Um vídeo publicado por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em

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