Resenha: Black Rebel Motorcycle Club em São Paulo

Foto: Marcelo Mug/Vans

A primeira vez que o Black Rebel Motorcycle Club tocou no Brasil foi em 2011, no saudoso festival SWU. Na ocasião, o grupo foi escalado para tocar às 16:05h, assim perdendo um pouco da força e da atmosfera característica de suas apresentações.

Cinco anos depois, seis meses longe dos palcos e com um novo disco a caminho, o BRMC voltou a São Paulo na última sexta-feira, 18 de Março, para ser a banda principal do evento House of Vans, que acontece em vários países e este ano celebrou os 50 anos da famosa marca de tênis voltada ao skate.

O local escolhido para o evento foi a Casa das Caldeiras, um espaço muito bacana onde há vários anos funcionou como um abrigo de caldeiras chegadas da Europa que armazenavam energia para as indústrias.

Para esse show não houve venda de ingressos: o público presente foi selecionado através de um sorteio feito pela própria Vans com quem se cadastrava no seu site.

Pois bem, para quem não conhece, o Black Rebel Motorycle Club lançou o primeiro disco, auto-intitulado, em 2001 e bebe das fontes do punk até o shoegaze. O último lançamento de estúdio foi o excelente Specter at the Feast em 2013. Desde então, fizeram shows e inclusive algumas datas na Europa no ano passado, após a baterista Leah Shapiro recuperar-se de uma cirurgia no cérebro para tratar a síndrome de Arnold-Chiari, que consiste na rara malformação do sistema nervoso central.

Os fãs mais árduos estavam desde o início da tarde no evento aguardando o show, mas o local mesmo foi ficar mais cheio perto do horário da apresentação.
Atrasados em 35min, às 21:35h, Peter Hayes (guitarra/vocal), Robert Levon Been (baixo/vocal) e Leah Shapiro subiram ao palco e fizeram uma performance incrível para os pouco mais de mil presentes.

O show começou com “Beat the Devil’s Tattoo” e seu violão que parece desafinado, para depois entrar o peso e levantar o público.

O setlist percorreu toda a carreira da banda e ainda trouxe surpresas, como a hipnótica “American X” e “Weight of the World“, uma balada melancólica presente no disco Howl, de 2005.

Como citado no início da resenha, o BRMC sabe como criar uma atmosfera em suas performances. A grande quantidade de gelo seco e o jogo de luzes propício, faz, por vezes, até o fã que está na grade ter dificuldade de enxergar os integrantes – e isso tudo fica mais legal em um lugar pequeno e fechado.

Junte isso ao fato de que a banda mescla momentos pesados, como em “Rival“, “Conscience Killer” e “Six Barrel Shotgun“, com a calmaria de “Salvation” e “Returning“, além do hit dançante “Berlin” e você tem um senhor show de rock.

Para o fim, o trio reservou duas pauladas: “Spread Your Love” e “Whatever Happened to My Rock n’ Roll (Punk Song)“, ambas do primeiro disco da banda, e que, com o perdão do trocadilho infame, deixou a Casa das Caldeiras fervendo, principalmente em “Punk Song”, onde o clima caótico tomou conta do lugar e todos pulavam e abriam moshes.

A sensação que fica após um show desse é que poderia ter durado mais umas duas horas que ainda faltariam músicas a serem tocadas, tamanha a qualidade do catálogo dos caras.
Esta performance com certeza fez com que o Black Rebel Motorcycle Club ganhasse novos fãs no país. E que não demorem mais cinco anos para voltar.

Setlist

1. Beat the Devil’s Tattoo
2. Let the Day Begin
3. Rival
4. Ain’t No Easy Way
5. Berlin
6. Returning
7. American X
8. Red Eyes and Tears
9. Salvation
10. Shuffle Your Feet
11. Weapon of Choice
12. Six Barrel Shotgun
13. Awake
14. Weight of the World
15. Conscience Killer
16. Spread Your Love
17. Whatever Happened to My Rock n’ Roll (Punk Song)

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Um vídeo publicado por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em Mar 18, 2016 às 7:21 PDT

Estamos aqui no show do #BlackRebelMotorcycleClub na #HouseOfVans #BRMC #vans #rock #rocknroll #rocks #tmdqa Uma foto publicada por Tenho Mais Discos Que Amigos! (@tmdqa) em Mar 18, 2016 às 5:45 PDT